terça-feira, 12 de julho de 2011

Propaganda Enganosa...


Fui tentar comemorar meu aniversário passando um final de semana na Pousada dos Cântaros na Serra da Cantareira, aqui mesmo em São Paulo, Em uma cidade colada Mairiporã. Não foi indicação de nenhum amigo (da onça...rs), e sim foi uma busca aleatória em sites.
O frio que invadiu São Paulo nestes últimos dias foi convidativo para que eu tomasse esta decisão. Pensei na lareira, no cheiro de mato que sempre me remete ao interior, na cachoeira que a pousada teria, na comidinha boa típica de Serra, isso sem contar com a paz, a calma e o sossego merecido.
Cheguei era quase meia noite, madrugada de sexta-feira, cansada de tanto trânsito (São Paulo não tem mais jeito), eu desejei um banho quente, uma cama confortável, lençóis limpos e o quarto aquecido pelo calor da lareira.
Doce ilusão, nada disso aconteceu.
Ok, a lareira foi acessa, ai veio o cheiro estranho dentro do quarto, abrir a janela nem pensar, o frio trincava lá fora e eu não queria morrer congelada. Fui explorar o banheiro, tive a sensação de nojo, não tomaria banho naquele lugar descalça, nem que me pagassem. O quarto me passou a sensação de mal cuidado, de desleixo. Bem, eu aluguei um apartamento, já que os chalés estavam alugados. Talvez os chalés fossem diferentes.
Eu não me incomodaria se o apartamento fosse pequeno, pouca luz, mal cheiroso, agora ter cama quebrada, colchão torto, cobertores sujos, travesseiro com aspecto de muito usado e a TV de 14 polegadas longe da cama... Fica bem complicado.
A diária, por ser feriado, foi R$125,00, me parecia justa, já que no site era oferecido algo acalentador e aconchegante. Só no site.
O cansaço me dominou e acabei dormindo, ainda bem que o cheiro de mofo não despertou minha asma. O apartamento talvez não tivesse a oportunidade e o privilégio de tomar um ar ou de sentir o sol, como deveria ser na troca de cada hóspede.
Relutei em sair da cama, mesmo não tendo o conforto que eu desejava. Me troquei, meu corpo gelado se recusou a tomar banho. E, fui deleitar meu merecido café da manhã, quem sabe este seria o divisor de águas e eu aquietaria meu sangue espanhol.
Outro engano. O local era aberto ao lado de uma piscina (cheia de lodo). As atendentes bem simpáticas, mas o café (sou viciada em café) estava fraco. Foi me oferecido frios para degustação, mas ao levantar o papel celofane... mortadela. Resolvi pegar café puro e sentei. Ok, ok, agora está parecendo que peguei no pé da Pousada, mas não. A mesa estava balançando, e derrubei meu tão sonhado e desejado cafezinho.
Roubei dois potinhos mínimos de manteiga e besuntei no micro pão que eu encontrei na cestinha que era destinada a eles. É claro que todo este cenário foi palco para a trilha sonora que estava por trás (duas ou três mulheres na cozinha fofocando sobre amenidades em alto e bom tom).
Eu adoro tomar meu café no mais cálido e pálido silêncio. Eu não estava, naquele momento, apta a ouvir mulheres animadas tagarelando sobre problemas que não me diziam respeito, aliás, se eu fosse chefe delas lhes daria algum treinamento sobre. Algo do tipo: enquanto um hóspede esta comendo algo, shut up.
Acho que foi a gota d´água. Me levantei e perguntei para uma senhora (que me parecia a tal chefe) que estava dentro da cozinha, que desejava ir embora e como eu deveria fazer para ficar somente com uma diária.
Para minha surpresa ela nem perguntou se eu tinha assinado algo, por que eu queria ir embora e se eu estava com algum problema. Coisinhas básicas que todo hotel, pousada, chalé etc, seja simples ou cinco estrelas, ou que ao menos preza pelo retorno ou divulgação boca a boca procede. Só avisou que eu deveria sair antes das 12h.
Bem, minha estranheza foi o não questionamento de o por quê eu querer ir embora antes de terminar o final de semana.
Voltei ao quarto e antes de arrumar minhas coisas (ainda teria um tempinho até a saída) resolvi dar um passeio até a cachoeira. Andei alguns metros mato adentro e a avistei de longe. Isso não durou dez minutos, resolvi voltar e ir embora o mais rápido possível, pois me sentia muito incomodada com a falta de respeito dos responsáveis pelo local.
A surpresa foi encontrar uma funcionária toda tímida avisando que a moça (aquela da cozinha) estava solicitando que eu pagasse os R$ 15,00 da lenha que eu consumira na noite anterior. O desejo dela era somente esse, em nenhum momento a causa da minha saída fora questionada. Achei total falta de respeito. O que me alerta para nunca mais voltar lá.
O nome da tal pousada me remeteu a expressão “Chovia a cântaros”, que na linguagem popular - chovia demais, em abundância. Mas, então se a pousada tem este nome, deveria pecar pela “demasia” no bem estar ou pela “abundância” na delicadeza e selar pelos hospedes.

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