sábado, 11 de setembro de 2010

De 11 em 11 de Setembro as dores voltam...


Sou solidária a dor dos familiares do 11 de setembro dos EUA, não concordo com a morte de quase 3 mil pessoas inocentes. Morreram por uma causa que não tinham nenhuma culpa, aliás, morreram sem saber as causas de.
Eu poderia divagar sobre o “matar por matar” aqui, mas não é este o caso. Nove anos da queda das torres gêmeas e nove anos sem cessar a dor das famílias, dores estas que nada e nem o tempo poderão acalmar.
Mas, se olharmos aqui na América do Sul também tivemos um 11 de setembro. Foi nesta data, em 1973, que foi feito o último discurso do então primeiro presidente de república e o primeiro chefe de estado socialista marxista, eleito democraticamente na América Latina, Salvador Allende.
Allende foi deposto por um sangrento golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet. E, para não se entregar a ele, cometeu o suicídio, dentro do Palácio de La Moneda. Foi enterrado em cova comum, só veio ter um enterro com honras após a que da de Pinochet, em 1990.
O golpe teve início na costa pacifica, em Valparaiso, e logo depois seguiu para Santiago. Contando com a ajuda de um WB-575 - um centro de telecomunicações da força aérea americana.
O governo Pinochet durou de 1973 até 1990, considerado o período mais autoritário e violento da história do Chile. Perseguição aos organismos sindicais, neutralização das organizações sociais, proibição da existência de partidos políticos, proibição do direito de reuniões e associações, fechamento do Parlamento, ausência mais absoluta de liberdade de imprensa e de expressão de pensamento, eram exemplos do que o governo impunha.
Dizem que morreram cerca de 20 mil pessoas durante o governo Pinochet, outros falam em um número ainda maior. Outros falam que milhares de pessoas foram levadas até o Estádio Nacional e torturadas até a morte. Pinochet morreu no dia 10 de Dezembro de 2006, aos 91 anos, sem pagar por todas as mortes e barbaridades cometidas ao povo chileno.
O engraçado é que no Brasil também tivemos ditadura, e tão forte quanto, tão violenta quanto. Quem vivenciou na pele a repressão sabe muito bem o que estou falando, mas me parece que preferimos esquecer e nos acomodar.
Reflexo desse "relaxo" e da passividade do povo, são os políticos de hoje. Brincadeiras na TV; qualquer um virando candidato; ex-ladrões entrando na política, entre outras “pérolas” que se fuçarmos em nossos livros e sites de história (já que a mente esqueceu) veremos e saberemos quem fez o que.
Mas...passividade...impera...

Hoje, 11 de setembro de 2010 os chilenos refletem sobre os 20 anos de liberdade, de “não a Pinochet”.

Abaixo um trecho do discurso de Salvador Allende, minutos antes de cometer suicídio:

“Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.
¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!
Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición”. Salvador Allende

Um comentário:

Renato disse...

Enquanto houver o interesse em se manter massas alienadas de uma reflexão crítica de seu contexto histórico-social e enquanto houver massas acomodadas em seu não pensar, continuaremos sem perspectivas de melhora. bjs