terça-feira, 2 de setembro de 2008


Última Noite

Terminei o jogo paciência no computador e fui até o fim, acabei. Cartas desabando no ar, se jogando para o nada. De certo modo um ciclo de minha vida também chegara ao fim. Eu cairia junto com as cartas do jogo.
Última noite no apartamento, último edredom, jogado no chão, seria minha cama naquele momento.
Chorei, ri, fiquei angustiada, sentimentos que não conseguiria descrever, mas era tudo em um único momento. Vendo as cartinhas de o jogo desabar percebi que tudo ia dar certo daqui para frente. Pelo menos era o que estava sentindo. Seria uma nova fase, com novos projetos, nova casa e quem sabe um sopro de vida diferente iria adentrar em meu mundinho.
O tanto que já tinha sofrido e chorado até então, eu merecia algo bem mais do que um simples – teu futuro será especial. A noite demorou, a madrugada entrou, a luz do dia fez sua parte e eu continuava olhando para o teto do apartamento vazio. Vazia também eram minhas sensações naquele exato momento. Eu realmente nada sentia ali parada, estática, deitada sob o edredom, somente a luz entrava pela janela e eu olhava.
Olhei para o relógio do computador e aquela era a hora eu tinha que sair e ganhar outros ares, tomar meu rumo, mudar de mundo, de rotina. Mesmo sabendo – não sei lidar com mudança, tive que encarar e mais uma vez – tudo começar de novo.