quarta-feira, 11 de junho de 2008

Acho que entrei no meu inferno astral, mesmo não acreditando muito nisso, penso que sim.
Eu queria que o mundo fosse um trem. Um grande, moderno e rápido trem. Eu dentro, sentada ao lado da janela, abro-a e meus cabelos voam ao som do vento. Só observo a paisagem, as montanhas, os lagos de cores límpidas, algumas flores invadem a janela e resvalam em meu rosto. O cheiro de terra entra pelas minhas narinas e ardem de tão puro.
Seria um bom começo de texto se eu realmente me sentisse assim – legal. Mas, não ando tão impaciente, tão irritada, tão cansada de tudo e de todos que quero férias. Inclusive de mim mesma.
O que mais desejo neste momento é me desligar, me tirar da tomada, tirar minha bateria, afogar meu celular, deletar tudo de ruim que passei estes últimos tempos e tentar na medida do possível começar tudo de novo, pior que pela enésima vez na vida.
Tudo isso cansa sabia? Esgota. E pior, a vontade de continuar estagna, amortece e a única vontade e de fica na cama, ou melhor, embaixo dela.
Só que o mundo gira, roda, e é mutável. E eu? Não sou, sou humana, muitas vezes com U. Estou cansada, muito e meio sem rumo, perdidinha, sem saber qual lado ir. Sem saber para onde ir.
Portanto, para o trem que deve ser a minha hora de descer. Vou deixar ele partir e quem sabe pegar o próximo, ou o outro, ou o outro, ou quem sabe o do próximo mês, ou ano. Só vou deixá-lo partir. Não dá para controlar tudo e marcar hora que o que eu desejo.