terça-feira, 26 de julho de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel



Como este desabafo é tão atual e presente...faço das palavras dela as minhas.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Peça de Teatro - Sem Pensar


O roteiro é bem conhecido do nosso dia a dia. Esposa (Denise Fraga) casada a mais de dez anos, descobre que o marido (Kiko Marques) teve um caso com a chefe e não consegue perdoá-lo, pois ainda o ama. Ao mesmo tempo tem em casa uma filha de 12 anos (prestes a completar 13), em plena crise da adolescente.
Esse é o mote da peça Sem Pensar. O texto, no original Spur of the Moment, é de autoria de Anya Reiss, dramaturga londrina de apenas 17 anos. Sua maturidade na escrita faz com que se torne uma revelação. O texto é atual e cuida de temas como o perdão, o medo, o amor e a dificuldade da comunicação entre gerações.
Denise Fraga arrasa no papel de Vicky, mãe da adolescente Delilah (Júlia Novaes), hiperativa e apaixonada pelo inquilino Daniel (Kauê Telloli). Denise mostra que ser esposa e mãe do século 21 pode ser bem mais complicado do que mostram as novelas românticas da televisão.
Em meio a risos e ao ritmo acelerado da peça, Sem Pensar, dirigida por Luiz Villaça, faz os atores brincarem e se movimentarem dentro do palco, induzindo a platéia a ficar presa ao enredo.
Com um elenco bem escolhido, a trilha sonora não poderia ficar de lado. Sob a regência de Théo Werneck ela é um capítulo a parte, “verdadeiramente extraordinário, pra não dizer surreal”, diria Anya Reiss.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Antes de ler o texto acesse e veja o vídeo no link - http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

Segunda-feira volta às aulas, para alguns é claro. Fico imaginando o stress encravado no corpo e na alma daqueles que porventura fazem parte deste quadro infeliz. Me refiro aos professores. E quando digo infeliz me refiro ao sufoco que é ter esta profissão neste país.
A falta de capacitação viável para todos, os salários baixos (quando se recebe), a carga horário intensa e em muitos casos a falta de educação dos alunos.
Sempre ouço a frase: na minha época... Mas, realmente, quando criança eu tinha tamanho respeito para com meus mestres. Até hoje alguns ensinamentos passados por eles habitam meus pensamentos.
Me lembro do professor de música Seu Luis (é, tive isso na escola), mostrando partituras e explicando o significado do movimento Bossa Nova e sobre as letras de Pixinguinha. Tomei gosto pela música boa naquele momento.
A professora de história Ana Maria sentada de pernas cruzadas contando sobre o Brasil e seus feitos. Eu viajava junto nas suas frases. Me recordo de quando o diretor entrava na sala e todos levantavam em sinal de respeito, ficávamos em silêncio, pois sempre viria algum comunicado de nossa importância. Hoje ninguém mais sabe o que significa ou até mesmo o que faz um profissional nesta função.
Já na faculdade eu olhava para meus mestres com tanto carinho que queria absorver todas as palavras soltas para que ao entrar no mercado de trabalho eu fosse a melhor profissional contratada. Aula após aula eu desejava mais e mais conteúdo, mais e mais informação. Eu tinha necessidade de entender cada disciplina e o por quê que ela era colocada da maneira que era.
E, pasmem! Não fui a única a ser desse jeito na minha turma.
O que sinto do aluno universitário hoje é uma pressa constante que me desanima e ao mesmo tempo irrita. Pressa esta que o aluno ao ir buscar uma Hoje se percebe que os estudantes estão lá não pelo aprendizado, mas por outra coisa que nem eles sabem o que é.
A falta de respeito para com o professor que esta explicando o conteúdo da disciplina é imensa. Existe uma pitada de agressividade, um desprezo cravado no olhar para com o trabalho do professor, um senso de competição que alguns alunos cospem a cada pergunta elaborada por ele. Isso sem contar o fato de que alguns pensam que são profissionais com 90 anos no mercado – que dominam toda a matéria.
Tenho medo de como será o nosso futuro. São jogados no mercado de trabalho todo ano milhares de “espécimes” e o que é pior sem a menor noção da realidade.
Talvez seja a geração sem noção que eu li em um artigo enviado por uma amiga.
Ok, educação nunca foi prioridade neste país, isso é fato. E, como sempre, partindo dessa premissa, governo após governo os que foram entrando e os que foram saindo, também nunca se preocuparam com este ponto.
O que vai ser colocado no mercado de trabalho? Como será o amanhã (sem plagiar letra de música). “Deixemos o povo ignorante”. Povo ignorante vota errado. Povo ignorante pode ser manipulado. Povo ignorante só pensa no imediato. Povo ignorante age por emoção.
É “povo” aproveite enquanto tens a oportunidade de estudar, sugue todo e qualquer conteúdo dado por um professor. Aquele mesmo que professa, que declara algo, confessa publicamente toda sua sapiência, doa o conhecimento que não lhe é custeado como merecido.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Propaganda Enganosa...


Fui tentar comemorar meu aniversário passando um final de semana na Pousada dos Cântaros na Serra da Cantareira, aqui mesmo em São Paulo, Em uma cidade colada Mairiporã. Não foi indicação de nenhum amigo (da onça...rs), e sim foi uma busca aleatória em sites.
O frio que invadiu São Paulo nestes últimos dias foi convidativo para que eu tomasse esta decisão. Pensei na lareira, no cheiro de mato que sempre me remete ao interior, na cachoeira que a pousada teria, na comidinha boa típica de Serra, isso sem contar com a paz, a calma e o sossego merecido.
Cheguei era quase meia noite, madrugada de sexta-feira, cansada de tanto trânsito (São Paulo não tem mais jeito), eu desejei um banho quente, uma cama confortável, lençóis limpos e o quarto aquecido pelo calor da lareira.
Doce ilusão, nada disso aconteceu.
Ok, a lareira foi acessa, ai veio o cheiro estranho dentro do quarto, abrir a janela nem pensar, o frio trincava lá fora e eu não queria morrer congelada. Fui explorar o banheiro, tive a sensação de nojo, não tomaria banho naquele lugar descalça, nem que me pagassem. O quarto me passou a sensação de mal cuidado, de desleixo. Bem, eu aluguei um apartamento, já que os chalés estavam alugados. Talvez os chalés fossem diferentes.
Eu não me incomodaria se o apartamento fosse pequeno, pouca luz, mal cheiroso, agora ter cama quebrada, colchão torto, cobertores sujos, travesseiro com aspecto de muito usado e a TV de 14 polegadas longe da cama... Fica bem complicado.
A diária, por ser feriado, foi R$125,00, me parecia justa, já que no site era oferecido algo acalentador e aconchegante. Só no site.
O cansaço me dominou e acabei dormindo, ainda bem que o cheiro de mofo não despertou minha asma. O apartamento talvez não tivesse a oportunidade e o privilégio de tomar um ar ou de sentir o sol, como deveria ser na troca de cada hóspede.
Relutei em sair da cama, mesmo não tendo o conforto que eu desejava. Me troquei, meu corpo gelado se recusou a tomar banho. E, fui deleitar meu merecido café da manhã, quem sabe este seria o divisor de águas e eu aquietaria meu sangue espanhol.
Outro engano. O local era aberto ao lado de uma piscina (cheia de lodo). As atendentes bem simpáticas, mas o café (sou viciada em café) estava fraco. Foi me oferecido frios para degustação, mas ao levantar o papel celofane... mortadela. Resolvi pegar café puro e sentei. Ok, ok, agora está parecendo que peguei no pé da Pousada, mas não. A mesa estava balançando, e derrubei meu tão sonhado e desejado cafezinho.
Roubei dois potinhos mínimos de manteiga e besuntei no micro pão que eu encontrei na cestinha que era destinada a eles. É claro que todo este cenário foi palco para a trilha sonora que estava por trás (duas ou três mulheres na cozinha fofocando sobre amenidades em alto e bom tom).
Eu adoro tomar meu café no mais cálido e pálido silêncio. Eu não estava, naquele momento, apta a ouvir mulheres animadas tagarelando sobre problemas que não me diziam respeito, aliás, se eu fosse chefe delas lhes daria algum treinamento sobre. Algo do tipo: enquanto um hóspede esta comendo algo, shut up.
Acho que foi a gota d´água. Me levantei e perguntei para uma senhora (que me parecia a tal chefe) que estava dentro da cozinha, que desejava ir embora e como eu deveria fazer para ficar somente com uma diária.
Para minha surpresa ela nem perguntou se eu tinha assinado algo, por que eu queria ir embora e se eu estava com algum problema. Coisinhas básicas que todo hotel, pousada, chalé etc, seja simples ou cinco estrelas, ou que ao menos preza pelo retorno ou divulgação boca a boca procede. Só avisou que eu deveria sair antes das 12h.
Bem, minha estranheza foi o não questionamento de o por quê eu querer ir embora antes de terminar o final de semana.
Voltei ao quarto e antes de arrumar minhas coisas (ainda teria um tempinho até a saída) resolvi dar um passeio até a cachoeira. Andei alguns metros mato adentro e a avistei de longe. Isso não durou dez minutos, resolvi voltar e ir embora o mais rápido possível, pois me sentia muito incomodada com a falta de respeito dos responsáveis pelo local.
A surpresa foi encontrar uma funcionária toda tímida avisando que a moça (aquela da cozinha) estava solicitando que eu pagasse os R$ 15,00 da lenha que eu consumira na noite anterior. O desejo dela era somente esse, em nenhum momento a causa da minha saída fora questionada. Achei total falta de respeito. O que me alerta para nunca mais voltar lá.
O nome da tal pousada me remeteu a expressão “Chovia a cântaros”, que na linguagem popular - chovia demais, em abundância. Mas, então se a pousada tem este nome, deveria pecar pela “demasia” no bem estar ou pela “abundância” na delicadeza e selar pelos hospedes.