quinta-feira, 9 de abril de 2009





07 de Abril – Dia do Jornalista

Pois é, eu vejo este dia como vejo o Dia das Mães, traduzindo – todos os dias. É, quem se mata atrás de notícia para você ler? Quem corre risco de vida, de morte e de várias outras coisas? Quem estuda tanto e na hora de escrever deve compilar tanto que o texto vira uma misero parágrafo? Quem tem a obrigação de traduzir um acontecimento onde envolvam sangue, tragédias, dores, bombas, enchentes, fogo, céu, terra e ar? Quem tem a necessidade da curiosidade eterna? Quem se mata por um furo? Quem passa horas para conseguir dois segundos de matéria?

Quem??? Jornalista.

Adaptando e meio que plagiando Vinícius de Moraes “me desculpe as ‘outras’ profissões, mas jornalismo é fundamental”. É, somos imprescindíveis, indivisíveis, inimaginados(essa é coisa minha...rs), insubstituíveis e outros tantos in.
Somos nós que vivenciamos todas as dores na primeira fila. Fazemos uso da palavra e da imagem para mostrar o que não se mostra ao mundo. Formamos opinião e se ela fugir do contexto exigido pelo “politicamente correto” eu digo: que pena! Nunca fui politicamente correta. Caso contrário teria escolhido outra profissão.
Amo minha escolha, adoro, eu sou completamente apaixonada pelo que faço. Poucos têm o privilégio de ser quem gostaria de ser, eu fui agraciada com esta dádiva. Faço o que amo, tenho a profissão que amo e pronto, não me lembro de querer ser outra coisa na vida.
Portanto, se isso te incomoda, oras....corra atrás do que quer e vá ser feliz.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quanta irritação, meus Deus onde foi parar a minha paciência, aliás, quem é ela? Acredito que nunca a tive, o que me passa a cabeça é uma nuance pequena do conceito da palavra paciência, um cheiro, um sopro rápido, nada mais. Tudo sempre a mesma coisa.
Acorda, e a cama cham; levanta, e a cama chama; bebe algo, e a cama chama; joga para dentro do estomago qualquer coisa encontrada dentro da geladeira, e a cama chama; senta na frente do micro, e a cama chama; reponde e-mail, e a cama chama; resolve problemas, e a cama chama. Cansei. Tudo me irrita. Só minha cama me apetece.
Quero ficar na cama o dia todo. Lá eu não encontro problemas. Ela sempre me chama, mas a vida segue e não dá pra levar a dita na bolsa. Pelo menos na cama não passo raiva, nada me irrita deitada na minha cama. Lá existe um mundo paralelo, único, só meu. Único e exclusivamente meu.
Para não me chamarem de depressiva ou algo do tipo vou listar as coisinhas corriqueiras que me irritam:
- imposto de renda. Eu não tenho um salário alto e me tiram o pouco que tenho. Seu eu sonegar serei pega, mas os “grandes” de Brasília roubam, fazem toda e qualquer falcatrua e nada acontece com eles;
- cartão de crédito que você não pediu e o banco insiste em mandar. E pior muitas vezes eles cobram e quando ligamos no tal serviço de atendimento aquela voz irritante do atendente diz que “vai estar resolvendo” teu problema e NUNCA isso acontece;
- gente burra. Isso me cansa, me da uma preguiça! Alguns não sabem mesmo, têm dificuldades na assimilação, agora o irritante são aqueles que não têm vontade em aprender algo novo;
- pessoas grosseiras. Isso é imperdoável. Confesso que por vezes eu saco dessa arma e manda uma frase bem mal educada, mas o que me irrita é grosseria gratuita;
- gente mal educada. Isso nem vou explicar, me recuso. Educação vem de casa, infância e berço;
- gritos desnecessários. Como tem gente que não consegue falar sem alterar a voz, acham que dessa forma vão ganhar a batalha. Grito só faz com que o outro se afaste. Grito ou voz alterada perde-se a razão, ninguém em sã consciência ouve quem grita;
- egoísmo. O que mais tenho visto hoje em dia. Ok, pensar mais em mim é uma das minhas metas para 2009, mas não quero passar por cima do outro. Egoísmo é bem maior do que isso. Egoísmo é somente e tão somente pensar no próprio umbigo. E quem disse que vivemos em uma ilha deserta?;
- burocracia. Vou contar uma que me aconteceu semana passada. Fui levar um simples documento em um prédio com mais de 12 andares numa zona nobre de S.Paulo. Parei o carro no estacionamento do prédio, subi até a recepção e um segurança me entregou um papel e disse:
- Na saída pegue a assinatura do responsável que falou com a senhora.
Falei com cinco pessoas até chegar a secretária do cidadão, isso no 12 andar, o último. Ela, claro que avisou:
- Ele está em reunião, a senhora pode estar esperando uns minutos ele já te atende. E eu esperei. 1 hora, e ela com cara de nada; 2 horas e ela com a mesma cara; 2 horas e 15 me irritei, levantei e fui até a moçoila.
- Ele já desocupou? Não escondi minha irritação.
- Senhora, ele ainda se encontra em reunião.
Minha espera se resumiu em 3 horas e 12 minutos. Quando o cidadão abre a porta, ninguém além dele sai da sala e fala para a tal secretária. Visualizo dentro da sala e só vejo um monitor de computador com o jogo paciência ligado. Ai o tal que eu deveria entregar o documento solta:
- Vou tomar um café, anote os recados. Ahhh, isso me deixou possessa, parei na frente dele e atropelei, dizendo quem eu era e o que tinha para entregar. Quando ele ameaçou pedir para eu esperar já soltei nas mãos do dito o documento e sai dali, muito, mas muito irritada. Desaforo.
Desci e o mesmo segurança estava lá, feito um dois de paus, parado de braços cruzados. Olhou para mim e pediu o papel, devolvi, ele cobrou a assinatura do responsável. Eu tentei argumentar:
- Esperei 3 horas pelo indivíduo, estou com pressa, morrendo de fome, tenho mesmo que pegar a assinatura para poder sair?
- Sim senhora, sem assinatura ninguém sai do prédio. Me irritei, virei as costas e eu mesma soltei um rabisco rápido no tal papelzinho. Voltei ao segurança e contei:
- Oi, encontrei com ele aqui na entrada e ele assinou. O segurança me liberou. Mas, aquilo me incomodou e tasquei uma pergunta:
- O senhor conhece a assinatura deste responsável?
- Como vou conhecer são mais de 1200 pessoas neste prédio!!
- E o senhor controla o quê aqui? Questionei inconformada.
- Ué, a assinatura, se tem sai, se não tem, não sai. Afirmou com cara de sábio.
- Mas, me diga o que o senhor faz com esses papeizinhos? Neste momento eu já estava indignada com a situação.
- Eu já solicitei uma caixa e vamos fazer hora extra, queremos arquivar por mês, assim organiza a coisa, porque ninguém quer esse monte de papel.
Meu Deus dá-lhe burocracia.

sexta-feira, 3 de abril de 2009


Sem título, sem vontade, sem tesão, sem ânimo, sem, sem, sem. Eu sempre pensei que se eu repetisse a mesma palavra 3 vezes o mundo ia melhorar ou se transformar. Como era feito naquele filme dos anos 80 Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice). Personagens falavam três vezes Beetlejuice, Beetlejuice, Beetlejuice, e pronto, tudo se transforma.
É claro que no filme a coisa pegava e todos os fantasmas saiam gritando e atormentando tudo e todos, mas o processo poderia ser o mesmo ou parecido na vida real.
Eu gritaria e um mundinho melhor apareceria, mas...já gritei e...nada acontece. O que se faz quando o tédio assola a alma? A falta de vontade de fazer algo invade.
Ficar na cama é tão bom, gritando ou não ela me apetece e muito. Como eu sei que nada vai mudar relaxo e pronto.
Para piorar ligo a TV e vejo lá meu presidente na reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), falando entre sorrisos: “Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”
Ok é bem interessante para restabelecer o crédito e o comércio mundial. Mas, espere, em um país onde crianças morrem de diarréia, o cidadão maior se vangloria nessa frase?
Realmente minha cama me apetece e é melhor mesmo eu ficar deitada com a cabeça coberta, e com o controle da TV na mão, assim eu tenho o poder de desligar a dita quando ouvir esse tipo de frase.
Virar avestruz e cobrir minha cabeça com o edredom é mais saudável. Depois me chamam de depressiva, quem em sã consciência agüenta tanta desigualdade, tanta injustiça, tanta falta de competência? Vou voltar para minha cama, lá pelo menos eu relaxo... e, pronto TV desligada.