quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quanta irritação, meus Deus onde foi parar a minha paciência, aliás, quem é ela? Acredito que nunca a tive, o que me passa a cabeça é uma nuance pequena do conceito da palavra paciência, um cheiro, um sopro rápido, nada mais. Tudo sempre a mesma coisa.
Acorda, e a cama cham; levanta, e a cama chama; bebe algo, e a cama chama; joga para dentro do estomago qualquer coisa encontrada dentro da geladeira, e a cama chama; senta na frente do micro, e a cama chama; reponde e-mail, e a cama chama; resolve problemas, e a cama chama. Cansei. Tudo me irrita. Só minha cama me apetece.
Quero ficar na cama o dia todo. Lá eu não encontro problemas. Ela sempre me chama, mas a vida segue e não dá pra levar a dita na bolsa. Pelo menos na cama não passo raiva, nada me irrita deitada na minha cama. Lá existe um mundo paralelo, único, só meu. Único e exclusivamente meu.
Para não me chamarem de depressiva ou algo do tipo vou listar as coisinhas corriqueiras que me irritam:
- imposto de renda. Eu não tenho um salário alto e me tiram o pouco que tenho. Seu eu sonegar serei pega, mas os “grandes” de Brasília roubam, fazem toda e qualquer falcatrua e nada acontece com eles;
- cartão de crédito que você não pediu e o banco insiste em mandar. E pior muitas vezes eles cobram e quando ligamos no tal serviço de atendimento aquela voz irritante do atendente diz que “vai estar resolvendo” teu problema e NUNCA isso acontece;
- gente burra. Isso me cansa, me da uma preguiça! Alguns não sabem mesmo, têm dificuldades na assimilação, agora o irritante são aqueles que não têm vontade em aprender algo novo;
- pessoas grosseiras. Isso é imperdoável. Confesso que por vezes eu saco dessa arma e manda uma frase bem mal educada, mas o que me irrita é grosseria gratuita;
- gente mal educada. Isso nem vou explicar, me recuso. Educação vem de casa, infância e berço;
- gritos desnecessários. Como tem gente que não consegue falar sem alterar a voz, acham que dessa forma vão ganhar a batalha. Grito só faz com que o outro se afaste. Grito ou voz alterada perde-se a razão, ninguém em sã consciência ouve quem grita;
- egoísmo. O que mais tenho visto hoje em dia. Ok, pensar mais em mim é uma das minhas metas para 2009, mas não quero passar por cima do outro. Egoísmo é bem maior do que isso. Egoísmo é somente e tão somente pensar no próprio umbigo. E quem disse que vivemos em uma ilha deserta?;
- burocracia. Vou contar uma que me aconteceu semana passada. Fui levar um simples documento em um prédio com mais de 12 andares numa zona nobre de S.Paulo. Parei o carro no estacionamento do prédio, subi até a recepção e um segurança me entregou um papel e disse:
- Na saída pegue a assinatura do responsável que falou com a senhora.
Falei com cinco pessoas até chegar a secretária do cidadão, isso no 12 andar, o último. Ela, claro que avisou:
- Ele está em reunião, a senhora pode estar esperando uns minutos ele já te atende. E eu esperei. 1 hora, e ela com cara de nada; 2 horas e ela com a mesma cara; 2 horas e 15 me irritei, levantei e fui até a moçoila.
- Ele já desocupou? Não escondi minha irritação.
- Senhora, ele ainda se encontra em reunião.
Minha espera se resumiu em 3 horas e 12 minutos. Quando o cidadão abre a porta, ninguém além dele sai da sala e fala para a tal secretária. Visualizo dentro da sala e só vejo um monitor de computador com o jogo paciência ligado. Ai o tal que eu deveria entregar o documento solta:
- Vou tomar um café, anote os recados. Ahhh, isso me deixou possessa, parei na frente dele e atropelei, dizendo quem eu era e o que tinha para entregar. Quando ele ameaçou pedir para eu esperar já soltei nas mãos do dito o documento e sai dali, muito, mas muito irritada. Desaforo.
Desci e o mesmo segurança estava lá, feito um dois de paus, parado de braços cruzados. Olhou para mim e pediu o papel, devolvi, ele cobrou a assinatura do responsável. Eu tentei argumentar:
- Esperei 3 horas pelo indivíduo, estou com pressa, morrendo de fome, tenho mesmo que pegar a assinatura para poder sair?
- Sim senhora, sem assinatura ninguém sai do prédio. Me irritei, virei as costas e eu mesma soltei um rabisco rápido no tal papelzinho. Voltei ao segurança e contei:
- Oi, encontrei com ele aqui na entrada e ele assinou. O segurança me liberou. Mas, aquilo me incomodou e tasquei uma pergunta:
- O senhor conhece a assinatura deste responsável?
- Como vou conhecer são mais de 1200 pessoas neste prédio!!
- E o senhor controla o quê aqui? Questionei inconformada.
- Ué, a assinatura, se tem sai, se não tem, não sai. Afirmou com cara de sábio.
- Mas, me diga o que o senhor faz com esses papeizinhos? Neste momento eu já estava indignada com a situação.
- Eu já solicitei uma caixa e vamos fazer hora extra, queremos arquivar por mês, assim organiza a coisa, porque ninguém quer esse monte de papel.
Meu Deus dá-lhe burocracia.

Um comentário:

CARLA NOVELI disse...

Isso me lembrou o programa "Irritando Fernanda Young" da GNT. Adoooooooooro!