segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não acredito que existam pessoas 100% boas ou 100% más. Esse conceito – bem e mal, no sentido extremo, me incomoda. Ok, isso pode chocar, mas realmente não creio.
Com o tempo nos moldamos ao que nos é oferecido ou nos é convencido. Isso pode influenciar o modo como vemos nossos valores. Como apreendemos nossos valores.
Não acredito que o que está torto possa ser desentortado, mesmo que a resiliência tente em um período mínimo de tempo. Da mesma forma que não creio que a bondade excessiva seja realmente franca, sem um requerer em troca.
O conceito de bem e mal hoje em dia gira em torno do comércio. Alguém “vende” algo e outro alguém “compra”. A lei da oferta e da procura.
Alguém te oferece ajuda e você aceita. Será que um dia esta ajuda não lhe será cobrada?
Vejo tanta gente fingindo coisas que não sentem, dizendo frases descabidas, tomando atitudes desnecessárias que realmente não creio no bem e no mal total.
Mas, por outro lado, estamos em um “mundo/mercado capitalista” e a sobrevivência gira em torno disso. Te ofereço algo hoje e você retribui um algo amanhã. Eu pseudo confio em alguém hoje para poder pseudo viver amanhã.
Parece que a hipocrisia se abateu no mundo (e não me excluo dela... sou humana e muitas vezes com U).
Mas, o que me angustia é saber que tudo poderia ser... ou pelo menos tentar ser, menos hipócrita e menos em cima do muro (tentar ser 100% algo já seria um bom caminho). Dizer o que incomoda, falar não ou sim, chorar, gritar, rir, e outros tantos sem se omitir, usando da hipocrisia o sua máscara de vida.
Estamos sempre em cima do muro.
José Saramago tem uma frase perfeita para isso “nós não merecemos a vida”. Um animal (dito irracional), pelo menos é real e verdadeiro. Não é hipócrita em suas decisões, ele segue o instinto da sobrevivência, nada mais. Este sim é 100% do bem.

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