Estou feliz em voltar a ter um blog, já estava carente, me sentindo apartada de meus velhos e bons textos. O que houve? Leia abaixo um pequeno trecho da saga que passei com relação ao meu outro blog - http//escritora.weblogger.com.br
Me senti na carência/obrigação de colocar os textos (do outro blog) que tinha uma ligação sentimental...escritora carente é isso.
Entre, sente e tome um café, sinta-se em casa...o blog é nosso
Blog Travado
Sentei ao lado do telefone com um copo d’água na mão e o fluoxetina na outra. Olhei os dois e num gole só mandei-os para dentro do meu estomago. Liguei para ver se um ser divino do outro lado da linha me auxiliava e ouvi:
- Serviço de atendimento ao consumidor bom dia. Em quê estarei podendo ajudar?
- Olá meu blog travou e não consigo postar nada desde 08 de agosto.
- Para seu maior conforto senhora esta ligação estará sendo gravada.
Ok! Pensei eu, para o meu bem é melhor mesmo que gravem isso.
- Senhora qual seria o seu problema?
“Seria”, pensei eu, não meu bem, meu problema É.
- Não consigo postar nada no meu blog, o mesmo não aceita a minha senha, o sistema diz que ela é inexistente.
- A senhora estava entrando com outra senha senhora?
Meus sais, eu sei a minha senha porque haveria de entrar com outra senha? Não agüentei, mas tentei manter a calma.
- Eu entrei com a única e mesma senha que entro desde outubro de 2002, quando criei meu blog. Ou seja, 5 anos postando textos. Por acaso existe algum serviço ou alguém do weblogger que pode resolver meu problema?
- Senhora o weblogger é um serviço gratuito e por isso não estaremos tendo um contato para que a senhora possa estar resolvendo seu problema.
- Mas, (pensei eu) o weblogger esta hospedado no Terra e vocês não têm um simples contato deles? Como assim?
- Como eu disse senhora é um serviço gratuito.
- Ué então o Terra deixa qualquer “coisa” gratuita se hospedar nele?
- Não senhora existe uma seleção. As empresas devem estar agendando e depois estaremos selecionando...
- Ta (interrompi...meio a tanto gerúndio irritante) então me passa o contato do weblogger.
- Não vamos estar tendo senhora.
Gente do céu, socorro, quero sumir do mapa.
- Mas eu vou perder todos os textos, ou seja, 5 ANOS da minha vida de escritora???????
- Olha senhora vou estar tentando dar um jeito, mas...
Eternos 10 minutos se passaram e eu quase entrando em surto
- Será que não existe um “anjo do céu” que possa me ajudar. Eu só quero colocar novos textos no meu blog, só isso, nada mais. Só preciso saber o por quê do meu blog estar travado para postagem.
Eu só ouvia barulho de teclado no meu ouvido, talvez o atendente tentando sanar meu dilema
- Infelizmente não poderei estar ajudando senhora. O Terra não vai estar se responsabilizando por este serviço.
Ainda bem que o fluoxetina “vai estar começando” a fazer efeito, pois minha paciência esgotou.
- “Senhor” se você que trabalha no provedor Terra não pode me ajudar, quem poderá?
Silêncio...eterno...silêncio...nem o teclado do atendente emitia algum som...silêncio
O “coitado” não realmente poderia me ajudar, pressenti isso. Bom, pelo menos ele gravou a conversa.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Paciência Algo que não tenho nos últimos tempos. Preciso aprender a ter paciência em esperar pela paciência chegar. Loucura total. Talvez ela - a paciência, apareça com o tempo, mas este anda tão escasso na minha agenda pessoal que algumas vezes penso que vou enlouquecer esperando. Andei pesquisando sobre o real significado dessa palavra, mas não tive muita "paciência" em terminar a pesquisa.
Na minha concepção fica que essa palavra não tem uma tradução simples e pura. Para mim a tal palavra PACIÊNCIA nada mais significa que: "pa"- "puxa vida que droga ninguém me ouve", e "ciência" - "ato ou efeito de encher o meu saco". Quem discorda que atire a primeira pedra. Paciência é algo que eu sinceramente nunca tive.
Em alguns momentos de minha vida cheguei até a pensar que tinha adquirido uma pitada. Em outros jurei ter conseguido o nirvana pleno. Mas, hoje, exatamente as 09h58 da manhã de um dia ensolarada em Sampa chego a uma conclusão - não tenho, nunca tive e penso que será praticamente impossível ter, um dia, paciência na minha vida. Tenho alguns amigos que me chamam de intolerante, eu uso impaciente. Outros me julgam chata, eu uso impaciente. Muitos me olham e diagnosticam 'crica', eu uso impaciente. Sempre, eternamente serei impaciente. Incapaz de ter paciência.
Achei o texto abaixo MUITO bom...
Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.
"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.
Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva" .
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Muitas vezes eu preciso recorrer ao botão do foda-se que habita meu ser AMEI este texto ele traduz perfeitamente as neuras que povoam pela minha cabeça as vezes...
Arnaldo Jabor
-Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca. Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
-Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
-Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...
-Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.
-Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.
-Fazer piadinha com as imundícies que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
-Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo , ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema.
-Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
-Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência.
-O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
-O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
-Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. -Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
-Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
-O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça. 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. - Já foi.
-Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente.
-Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
-O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
-Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
-Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
-Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder.
-E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense ! O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
-Faz um "gato" puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
-No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto...malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa...
-O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!?
-Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...
-O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
-Para finalizar tiro minha conclusão: O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
-Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
-Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce! Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?
FAÇA A SUA PARTE
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Quero ir embora para um lugar...
Quero ir embora para um lugar lindo, um lugar cheio de paz, um lugar repleto de coisas e energias boas.
Quero ir embora para um lugar onde não tenha violência, onde não tenha sangue derramado, onde não tenha pessoas fazendo o mal, onde não tenha corrupção.
Quero ir embora para um lugar bem longe desse aqui.
Quero um lugar lindo e cheirando a flor de laranjeira.
Quero um lugar que seja azul da cor do céu, branco igual nuvem e amarelo como o sol. Um lugar onde eu possa sair às ruas sem amarras, traumas e medos.
Quero um lugar em que eu possa caminhar sossegada pelas ruas, respirar ar puro, abrir os braços e girar feito criança. Um lugar sem relógio, sem preconceito, sem dor.
Quero ir embora para um lugar onde eu me sinta segura, que seja cheio de árvores e matas. Um lugar que eu possa viver livre sem amarras, transbordando de rios, mares, lagos com água pura e abundante.
Quero um lugar que eu possa chamar de meu lar.
Que eu entre, sente e tome meu chá com a maior calma. Um lugar em que eu me sinta leve, sem medos e angustias.
Quero um lugar que eu chame de meu.
Quero ir embora, mas sem passagem de volta. Aqui eu não quero mais ficar, desisto, acabou meu tempo por aqui, dei a uma pequena contribuição...mas, mesmo assim nada resolveu.
Tudo aqui mudou e para pior, a violência impera; o sangue é derramado sem motivo; a impunidade reina e ninguém faz nada.
Desejo muito um lugar perfeito, lindo e intocável, mas algo se perdeu por aqui.
Algo deu errado e ninguém faz nada.
Quem é o ninguém?
Ninguém para mim é um alguém isento ou que se auto-isenta de responsabilidade.
Ninguém é alguém que jogamos para o vizinho, para um próximo.
Ninguém é um alguém que não diz nada e não faz nada, sim porque ele é Ninguém.
Ninguém não pode tomar decisão, não pode reagir, não pode e não tem obrigação de nada.
O senhor "Ninguém" poderia "abraçar" o que há de melhor neste lugar aqui e começar a cuidá-lo, a olhá-lo melhor, zelar, acarinhar mais.
Não permitir que tudo de mal volte a acontecer com o este lugar aqui.
Porque apesar de eu querer ir embora para um lugar especial, ainda acredito que este lugar aqui pode voltar a ser mais do que especial, é só o Ninguém fazer algo e de coração.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Aniversário É...
é meu aniversário, hoje, neste momento, agora. Eu mereço este dia único e exclusivo somente para mim. Quem foi que disse que é "feliz aniversário", ok, sou feliz, mas ficar mais velha é ser feliz? Humm!! Há controvérsia. Idade é algo mental para mim. Eu não me considero com a idade cronologia que tenho. Minha mente e meus pensamentos são mais jovens que isso. Ainda tenho mil anos de vida pela frente e até acho que não vai dar tempo para colocar em prática tudo o que quero fazer...ufa...
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine- EUA- 2006)
Nenhuma família é verdadeiramente normal, mas a família Hoover vai além. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor gay suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína e a mãe tenta a qualquer custo dar ordem nessa miscelânea de crises.
Retrato perfeito de que ninguém é normal visto de perto. Ainda bem,me senti incluída na sociedade, percebi que faço parte do "mundo real", eu que sempre critiquei minha família pelas brigas, distúrbios, falhas, erros e faltas - sou humana. Assistir Miss Sunshine, me fez ter nostalgia, saudade da minha infância e adolescência, fatos e lembranças que só dei valor quando me afastei, morando longe delas.
No filme nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada e adorável Olive (Abigail Breslin), é convidada a participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes. Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa Kombi amarela enferrujada.
Pensar no bem estar e no desejo em se tornar miss da pequena Olive faz toda a família se mobilizar e deixar de lado todas as vontades próprias e quereres. A união e o amor falam mais alto, sempre que se precisa confiar em alguém quem mais indicado se não for a família? Um As únicas pessoas que podem sempre estar por perto e presentes são realmente aquelas que amamos.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Filme - Cama de Gato (Brasil 2002)
Sob a direção e roteiro de Alexandre Stockler o filme Cama de gato foi feito para chocar. Dar um grito a sociedade. O longa-metragem de estréia do diretor segue alguns preceitos do movimento dinamarquês Dogma 95, mas, na linguagem tupiniquim o diretor paulista batizou de Manifesto Trauma.
Assim como Lars von Trier do Dogma, Stockler deixa a câmera trêmula, corrida, nas mãos, a condição de luz é natural, imperfeita e algumas vezes escura em ambientes fechados. Cama de gato foi produzido em vídeo digital com algumas seqüências em celulóide, atores e equipe técnica não cobraram cachê.
Cristiano(Caio Blat), Chico(Rodrigo Bolzan) e Gabriel(Cainan Baladez) são três amigos inseparáveis que se envolvem numa espiral de violência que só tende a aumentar pela completa incapacidade do trio em controlar seus atos e emoções. Querendo somente a diversão pura e simples os 3 amigos imaturos e, achando que o mundo em que vivem não existe punição saem pelas ruas de São Paulo brincando e infringindo leis.
Cristiano recebe em sua casa a visita de uma colega, com quem planeja se divertir. Sem que ela saiba que seus dois amigos estão escondidos e se apresentarão para uma transa a 4 quando ela menos esperar. Mas, a moça ao vê-los não concorda e acaba sendo estuprada pelos rapazes.
Eles perdem o controle da situação e, ao final, percebem que ela está inconsciente. Numa cena, o personagem interpretado por Caio Blat faz sexo oral nessa menina com um realismo capaz de colocar em dúvida se na longa cena de estupro, praticada logo depois por ele e os dois amigos, houve ou não penetração.
Numa mistura de "Assassinos por natureza", "Os idiotas" e "Laranja mecânica", os três garotos mimados de classe médio-alta cometem esse crime e se complicam ainda mais ao tentar esconder a autoria. Logo depois do estupro a mãe de Cristiano chega inesperadamente e o pânico toma conta do filho que tenta impedir que ela suba ao quarto e encontre o corpo da garota.
Mas ela se assusta com a aparição repentina de um deles, rola a escada e quebra o pescoço. Com dois cadáveres em casa, os desastrados amigos se culpam pelo ocorrido e tentam encontrar uma saída para a situação. Eles querem se livrar dos corpos, apagarem todos os vestígios que os liguem aos crimes, e ainda encontrar um tempinho para ir a uma festa.
A história poderia parecer cômica se não fosse tão trágica. O filme pretende ser uma crítica ao atual estado em que se encontra o país. Forte, chocante, violento, uma tapa na cara de hipócritas que se acham impunes a tudo e a todos, e que em alguns casos é exatamente o que acontece. Ou seja, nada acontece.
Preocupante a visão "nada a ver", "não sou responsável por nada" ou "não é minha culpa" de alguns jovens nos depoimentos colhidos para o filme. A falta de comprometimento com a sociedade e com sua própria vida é desesperador. Assista preparado, sem neuroses, com um olhar crítico e reflita sobre a sua vida. A trilha sonora é composta por músicas de bandas desconhecidas e foram selecionadas através de uma campanha pela internet.
PORNOPOLITICA - Paixões e taras da vida política Arnaldo Jabor
Depois do livro "Amor é prosa, sexo é poesia" que já vendeu mais de 200 mil exemplares, o autor Arnaldo Jabor apresenta uma nova coletânea de crônicas em que temas públicos misturam-se ao universo de nossas fixações interiores. Sexo, miséria, arte, medo e a "eterna" política servem de inspiração para esse livro. Arnaldo Jabor une ficção com realidade, casando-os perfeitamente. "A atividade que eu faço chama-se crítica cultural, que consiste justamente em descobrir aspectos políticos em fatos aparentemente superficiais, em analisar comportamentos da vida social, psicologias, maneiras de pensar e de ver, opiniões, preconceitos, hábitos.
Isso é política também, só que está escondida feito um pinto dentro de um ovo", explica Jabor. Devorei o livro em dois dias, não consegui parar até que todos os textos estivessem gravados em minha mente. Sempre ousado, claro, direto ao extremo, escrachado, o ex-cineasta (não sei por que parou) coloca imagens em nossa mente com as crônicas para gravar o que de mais óbvio nossos sentimentos têm - a realidade, nua e crua. Como sempre corajoso Jabor dá gosto de ler, flui, ele se entrega no texto - gosto disso em um escritor. Ele faz com que o leitor se sinta parte da ou das história. São 236 páginas deliciosas, agradáveis, viajantes, que vicia e me fez repensar a mim mesma. Eu indico.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Dia dos Namorados
Pois é passou, foi ontem, e aí? Você conseguiu passear, jantar fora, doar carinhos, beijos, cheiros. Você conseguiu ficar perto de quem ama? Que bom. Então está feliz? Que bom. Fico feliz por você. Ontem no "belo" dia em que casais se declaram, se amam, fazem juras de amor eterno, li uma frase estranha "odeio casais felizes". Não consegui descobrir quem foi o "anjo" que escreveu essa pérola. Qual será que não gosta de casais felizes, ou simplesmente não gosta da felicidade? Triste isso. Felicidade - ato ou efeito de ser feliz.
E o que ser ou estar feliz. É fazer o que se gosta, é estar de bem com você mesmo, é não precisar, não ter a necessidade de estar com alguém para se sentir feliz. Sim, acho que algumas pessoas cometem o erro de usar a frase "você me faz feliz". Não, para mim alguém pode te proporcionar momentos felizes, facilitar grandes sensações e emoções. Agora falar que o outro ou alguém - sem ser você mesmo, é responsável pela minha felicidade, aí eu já acho demais.
Eu sou responsável pelos meus sentimentos e sensações, sou eu quem devo "consertar" caso tenha algo de errado dentro de mim. Assumir minhas responsabilidades sobre meus sentimentos e sensações. Primeiro preciso estar bem comigo para poder me sentir bem com o outro. E este outro não é culpado ou responsável de algo que já nasceu comigo. É covardia ou fuga jogar a culpa da minha felicidade nas costas dos outros.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
A ESCRITA
Após um longe e tenebroso inverno, verão, outono, primavera, resolvi retomar meu livro. O coitado estava ali, jogado as traças, deixado de lado feito roupa velha entulhada dentro do armário. Confesso que ando com um certo bloqueio intelectual na escrita, mas também todo escritor famoso tem isso. Bem, famosa eu ainda não sou, escritora sou somente uma pretensa, mas quem sabe num futuro próximo serei alguma coisa.
Escrever para mim é vida, é ar, é mais forte do que eu, meu relaxante, meu momento sublime, meu delírio pessoal. Na escrita não tenho pudores ou vontades, sou dona de tudo e posso tudo. Escrever para mim é mais importante do que dormir, é mais sério do que o amor, mais profundo que dez coleções Barsa juntas. Eu me inspiro no nada e no tudo, me divirto com as palavras jogadas no papel, solto a imaginação sem amarras e nenhuma obrigação com algo obrigatório. Nada é imposto ou decorado, é somente solto, jogada ou simplesmente largado no papel...aqui no caso, na tela.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Papa X Crenças X Aumento Salarial
Minha criação é católica, sou batizada, crismada, segui as Leis da igreja católica durante anos. Missa todo domingo, grupo de jovens e de orações, professora de catecismo, participação em um coral, ajuda ao padre na celebração da missa; 13 de junho - Santo Antônio; animais - São Francisco de Assis; Santa Luzia protege meus olhos; sem dinheiro - Santa Edwigis, ou seja, "pertenci" a comunidade católica apostólica romana desde que me entendo por gente.
Também vi muita gente carregada de fé e de crenças religiosas iguais ou bem mais arraigada que as minhas em minhas andanças por esse Brasil. Crenças que muitas vezes eu me colocava e ainda coloco a prova, principalmente quando vejo uma criança pedindo um pedaço de pão ou comida no meio da rua, ou um idoso sendo desrespeitado numa imensa fila, querendo única e exclusivamente receber sua "rica" aposentadoria.
Meus questionamentos não são estabilizados nas crenças e na fé em si, sim, pois ainda acredito que Deus existe, mas não com a imagem de um homem todo poderoso. Acredito em uma força, energia que emana dentro de cada um ou até mesmo algo que te dá bem estar, seja em preces, orações ou um simples agradecimento ao "além". Os questionamentos que não me saem da cabeça são sobre em quê à igreja católica "investe" seus milhões arrecadados pelos fiéis? É claro que não é somente na religião católica que estas arrecadações são polpudas, mas como minhas crenças são com relação a ela serão a ela meus questionamentos.
Aquela história de faça sua parte e eu a minha, pois é eu faço a minha, mas e a igreja? Acredito ainda que fazer uso de crenças religiosas pode ser um bálsamo para qualquer dor, acredito ainda que para muitas pessoas a crença religiosa é a única esperança de tempos melhores; acredito também que para uma população desacreditada com a nossa fazer uso da religião é a melhor forma de acalmar a alma. Mas, ainda falta, essa minha inconformidade, minha resistência, minha impaciência em querer mais, em querer tentar achar respostas para aquilo que talvez nem tenha me deixa irritada.
E assistindo o Papa descer do avião ao mesmo tempo em que os deputados assinavam seus aumentos de salários no Congresso - 28.5%, aí vira piada. Congressistas, Presidente da República, vice e ministros de Estado, agora é só ir para o Senado aprovar, pronto, nem apelando a Santo Expedito, na sua urgência acharei uma solução para minhas dores. Me irrita saber que tem gente no interior do Brasil morrendo de diarréia, de fome, de doenças seculares que com uma simples vacina teriam a cura ou prevenção.
Quanto custa uma vacina? Não ao povo, mas ao governo é claro. Nesta minha irritação reflito sobre as minhas crenças e a minha fé. Até quando questionarei o que acredito? Será que daqui cinco anos algo mudará sobre isso? Ainda não sei a resposta. Por outro lado será que a fé e as crenças do povo brasileiro suprirão toda essa falta humana, essa ausência, essa "morte" diária, seja da saúde, da igreja, das crenças ou até mesmo da falta de cada uma delas?
quinta-feira, 19 de abril de 2007
O Cheiro do Ralo (2007)
A história se passa na década de 70, mas em nenhum momento se fala do ano, somente as roupas e locais denunciam a década. Acontece que o filme peca neste sentido, pois o ator principal diz ter nascido em 1968, então seria inviável o filme se ambientar na década de 70. Acho até que tenha sido de propósito essa pequena confusão. Deixando os detalhes de lado, o ator principal Selton Mello, aliás, brilhante no papel principal de Lourenço dono de uma loja que compra objetos usados, quaisquer objetos.
Dentro de seu escritório existe um banheiro que emana um cheiro ruim vindo do ralo. Em meio ao cheiro Lourenço vislumbra e deseja um troféu bem maior - a bunda de uma garçonete. No segundo longa-metragem de Heitor Dhalia, o primeiro foi Nina, o diretor expõe um "jogo" de poder e valores. A troca da frieza pelo prazer faz com que Lourenço maltrate e explore seus "clientes", mas em contra partida "idolatre" a protuberância da garçonete. Uma metáfora da podridão humana misturada a elementos do cinema erótico dos anos 70. A paranóia de Lourenço começa bem como o desespero em tentar desaparecer com o cheiro, mas desaba em alguns delírios diários.
O valor em si de cada objeto parece que não é interessante ou o ponto principal do protagonista, pois este compra qualquer porcaria que lhe é interessante, até mesmo um olho e uma perna mecânica. Cada cliente depende única e exclusivamente dele. Um louco, uma drogada, um paranóico, outro possessivo, de tudo um pouco. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar - a garçonete, ou melhor, sua bunda.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Hoje acordei ouvindo esta música, bateu a curiosidade e fui pesquisar. Triste descoberta (leia abaixo). Muitas vezes me pego sentindo algo que não sei o que é, mas depois de um tempo passa e tudo bem. Só que talvez aglumas pessoas não saibam falar - Tudo bem e talvez não tenham a possibliidade de parar e pensar sobre sua vida ou suas dores.
O cantor Michael Hutchence talvez tenha sido uma dessas pessoas. São quase 10 anos da morte dele. (Sydney, Australia. Reuters, AP, AFP-22 de novembro de 1997)-O cantor do grupo australiano INXS, Michael Hutchence, morreu ontem em um hotel de Sydney, Austrália. Pouco depois do meio dia, um empregado do luxuoso hotel Ritz Carlton o encontrou enforcado com seu próprio cinturão, segundo os médios locais. Hutchence teria 37 anos e foi encontrado a ponto de uma porta.
A pesar de que a polícia não confirmou em forma oficial, todo indicaria que se trata de um suicídio. Os investigadores não informarão se na suíte do cantor havia deixado alguma nota. O músico vivia em Londres com sua esposa apresentadora de televisão britânica Paula Yates- e seu bebê de 15 mêses, Heavenly Hirani Tiger Lily.
Ontem, depois de descobrir a trágica notícia, Yates voltou a Sydney com o bebê. Hutchence se encontrava na Austrália -aonde nasceu- desde jovem, para celebrar os 20 anos da banda com a gíria nacional "Loose your head" (Perca sua cabeça). E depois, o grupo teria planeado dar amanhã um concerto de beneficência para criançinhas. Em um comunicado, os músicos disseram que se encontravam em um estado de "Choque extremo" pela morte de seu líder. INXS se formou em 1977 e desde 1981 vendeu 20 milhões de discos.
Teve seu pico de popularidade ao fim dos anos 80, com hits como "What you need", "New sensation" e "Suicide blonde". A banda gravou doze álbuns. Os INXS se caracterizavam pelas canções dançadas, alternadas com algumas baladas bem construídas, com uma potente combinação de rock, pop, soul e funk. Embora alguns meios locais sugeriam que a morte de Hutchence poderia haver sido causada por uma overdose de drogas, a policia australiana assegurou que na suíte 524 aonde se hospedava o cantor só se encontrarão medicamentos receitados.
O inspetor Christopher Hogg disse para a imprensa que se havia seqüestrado "um cinturão de couro" que será submetido a perícias. e que a autópsia será feita amanhã. "Não há circunstâncias suspeitas", disse o investigador, com o qual se haveria descartado a hipótese de assassinato. Um porta voz policial disse que Hutchence havia feito uma chamada telefônica três horas antes que seu corpo for encontrado, e que isso poderia ajudar a estabelecer a hora de sua morte.
Os médicos locais informarão que o cantor havia enforcado-se as 14 horas. Pouco depois, as ruas que cercam o luxuoso hotel estavam bloqueadas com os motivos da imprensa. A morte de Hutchence comoveu os familiares, amigos e fanáticos. Especialmente porque nenhum de seus parentes viu, nos dias anteriores a sua morte, algum sinal que permitiria pensar que o cantor teria a intenção de suicidar-se. Molly Meldrum, um crítico prestigioso musical e amigo do líder de INXS, asseguro que se haviam encontrado umas poucas semanas atrás.
Em nesta ocasião, Meldrum contou ao cantor que nunca o havia visto tão feliz e relaxado. A mulher também contou que Hutchence respondeu: "Nunca eu fui mais relaxado e mais feliz". Por outro lado, um empregado do hotel se apresentou em um programa de televisão local dizendo que a noite anterior a sua morte ele viu isto de espírito bom quando jantava com seus pais no restaurante do Ritz.
"O que posso dizer eu? Perdi o meu amado filho", declarou o pai do cantor, Kel Hutchence, ao diário Sun-Herald. Por outro lado,o primeiro ministro australiano, John Howard, assegurou que Hutchence "era uma das mais talentosas figuras da Austrália e da cena mundial do rock. É uma tragédia".
Enquanto isto, em Londres, sua esposa, Paula Yates -ex mulher do irlandês Bob Geldof, o criador do mega concerto "Live Aid", com quem havia tido três filhos-, estava"desconsolada" pela morte do cantor de INXS, segundo informou seu representante legal Anthony Burton, quem lhe comunicou a notícia. Hutchence havía declarado que Yates era sua "alma gêmea".
Sua mulher o havia definido como "o homem mais sexy do mundo". Em um mês, o líder do INXS anunciou que planejava casar-se. Aparentemente, o par celebraria o casamento em janeiro, na ilha do pacífico sul Bora Bora.
Stuck In A Moment You Can't Get Out Of
(Bono Vox fez essa música para homenagear Michael Hutchence do INXS) - Composição: U2
sábado, 7 de abril de 2007
DIA DO JORNALISTA
Hoje é dia do Jornalista, pois é, e daí? Dia do Jornalista para mim é igual ao dia da Mulher ou dia das Mães, ou seja, todo dia. Só quem é sabe o real significado. Não ter feriado, descanso, não ter hora para entrar, muito menos ter horário para sair da redação. Saber lidar com pressão o tempo todo e a toda hora. Tirar de letra a correria, gritaria, pressão e o excesso de trabalho. Nem ligar para a pressão alta, o enjôo constante, a dor de cabeça que nunca para, o excesso de cigarro, e a "cana" que estimula a criatividade.
É entregar um texto e sempre achar que poderia ter consultado mais uma fonte ou melhorado o conteúdo. É brigar com você mesmo tentado ser sempre perfeito. Eu tenho tesão no que faço. Ser jornalista para mim é mais do que paixão, é sacerdócio. É não ter vergonha de perguntar mil vezes a mesma coisa, mesmo sabendo que posso ouvir uma grosseria. É entrar sem ser convidada e lugares que até Deus ia duvidar. É relatar em poucas palavras sofrimentos e dores que duraram anos.
É mostrar ao mundo ai fora que a podridão existe e nada é realmente o que parece ser. É colocar no papel aquilo que nem sempre está sentindo. É detalhar o sol, a terra, o mar, o fogo e o ar em apenas um lead. Ser jornalista é ter o "mundo" nas mãos e nem ao certo saber o que fazer com ele. É acordar com prazer, pular da cama e ir sorrindo para a redação, sabendo que farei o que mais amo na vida. Ser jornalista é mais do que prazer é natural, flui, sai sem dor. É mostrar a carteirinha e ter noção do "poder" que ela me cede. É brincar de lady, sendo somente jornalista. Vivo dizendo que estou professora, mas que sou jornalista. Aliás, falei isso hoje: - Nunca deixarei de SER jornalista...NUNCA!
quarta-feira, 21 de março de 2007
Cora Coralina - Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada que vivemos tem sentido, Se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo. È o que dá sentido a vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais. Mas que seja intensa, verdadeira e pura. Enquanto durar. " Feliz aquele que transfere o que sabe...e aprende o que ensina".
segunda-feira, 5 de março de 2007
"Cada um escreve do jeito que respira. Cada um tem seu estilo. Devo minha literatura à asma."
(Fabrício Carpinejar)
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Como se demonstra Amor?
O Ser Humano tem formas e maneiras diferentes de dizer - eu te amo. Alguns demonstram se doando e amando livremente sem amarras e/ou algum - não pode isso ou aquilo. Essas pessoas se entregam de corpo e alma. Entram de cabeça no amor. Mostram ao mundo e a quem ama que nada é contra indicado. Mostram que amar é simples e algumas vezes são passíveis de erros e algumas dores.
Mas, quando observado bem de perto se percebe que nem todo Ser Humano ama dessa forma. Existem as "formas" menos ortodoxas de se amar. Mostram com dor e menosprezo que amam. E ainda esperam que essa "forma" de amar seja retribuída. Estranho, mas verdade. Fico pensando nos por quês disso acontecer.
E confesso que o único pensamento que me passa a cabeça é que essas pessoas não aprenderam e apreenderam outras formas de mostrar que amam. Mostram que amam demonstrando grosserias e dores. Jogam palavras rudes nos possíveis amores e a maioria das vezes acham que o ser amado deve entender e compreender essa "forma" diferente de amar. Algumas vezes na minha vida trombei com ser assim.
Hoje o único sentimento que consigo ter é pena. Pena, pois essas pessoas não conseguem demonstrar outra forma de amar. Acham que agindo assim o ser amado nunca irá deixá-lo e irá amá-lo o resto de seus dias. O Ser Humano tem algumas razões de agir que - plagiando o físico e filósofo francês Blaise Pascal, a "própria razão desconhece".
É claro que ele não falava de amor doentio ou algo do gênero, mas sim de um tipo peculiar de inteligência. Mas, o que não me impede de plagiá-lo, pois cabe perfeitamente aqui. Inteligência "pobre e triste" essa de se amar com violência. O raciocínio lógico e a emoção solta de que tanto Pascal falou não cabem nesse tipo de amor.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
... Para ser lido na maldita hora da noite em que tudo é engraçado (que vem logo após a hora em que nada faz sentido e antes da hora em que tudo faz sentido. (Stephanie Avari, filósofa)
Um "Ser" passional
Procurei no Aurélio o significado desta palavra que tanto me incomoda e fiquei revoltada com a denotação que o dicionário dá: "Relativo à paixão; suscetível de; ou causado por paixão". No "juridiquês", me desculpem a ignorância e intimidade com a área, mas homicídio passional é a conduta de causar a morte de alguém, motivada por uma forte paixão ou emoção.
Me incomoda essa denominação, pois sempre associei "passional" com um indivíduo que fica parado diante de algo, sabendo que este algo o incomoda para mim é inconcebível. Nunca consegui assimilar a idéia de que um ser humano faça algo pelo simples fato de existir. Eu explico: Cometer os mesmos erros todo dia e o tempo todo e nunca tomar uma atitude para que este erro seja resolvido.
Fazer algo que não lhe dê o mínimo de prazer e nunca tentar mudar, moldar ou até mesmo melhorar este algo. Ser passível ou sofrer sem se mover, acreditar que essa passividade é normal a você e ao outro. Então estou errada quando falo que alguém passional é um ser incapaz de tomar uma iniciativa de mudar algo? Sempre acreditei que um ser passional era "aceitar ou acatar" algo pelo simples fato de o fazer. Fiquei frustrada. Mas, por outro lado tem um fundo de verdade, somos "todos" de alguma forma, passionais, ou seja, somos movidos por paixões.
E como toda paixão é passageira, passa logo, ela vai embora rápido demais. Temos rompantes de emoções fortes e/ou avassaladoras e tempo depois passa, se acalma. Pensando assim somos realmente passionais. Até eu...nossa! Assim como milhões de pessoas ficam frustradas com a política e a justiça desse país. Ficamos passionais com as dores e violência, bem como com as malas cheias de dinheiro. E o máximo que conseguimos fazer é nos revoltarmos por alguns dias ou horas. Depois disso tudo se perde ou é esquecido.
E depois falamos aos quatro cantos do mundo que o Brasil não tem memória. É bem desse jeito. Eu ainda acredito que nossa passividade possa ser trabalhada e deixar de ser passageira. Dói a passividade exacerbada, dói ser passional ao extremo, mas também dói ser racional tanto quanto ser passional. Encontrei um poema do escritor russo Vladimir Maiakovski (1893-1930...canceriano é claro...rs) que traduz muito bem essa minha sensação de desconforto para com essa palavra - PASSIONAL
"Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim;
e não dizemos nada.
Na segunda noite já não se escondem,
pisam nas nossas flores,
matam o nosso cão; e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da nossa garganta.
E, porque não dissémos nada,
Agora, já não podemos dizer nada".
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Meu Deus, me dê a coragem
Clarice Lispector(1925-1977)
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos os vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba a ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços o meu pecado de pensar
domingo, 11 de fevereiro de 2007
"A divina imagem de um ser sem a menor vontade e o compromisso com o nada"
sábado, 10 de fevereiro de 2007
Complicado...
Sabe aquelas vontades que surgem do nada ou quando você menos espera. Pois é, vontade de tomar sorvete às 4h da manhã; de correr na chuva; de rolar na grama e se coçar inteiro depois; de sair gritando quando algo te incomoda; de fazer algo prazeroso pelo simples ato de fazer; de mandar aquele chefe chato para o inferno e de quebra mostrar o dedo do meio; de pegar o carro e sair sem rumo e hora para voltar; de deixar o corpo mandar e que se dane a cabeça; de ficar olhando o celular tocar e não se mexer para atendê-lo; de assistir o mesmo filme 15 vezes. Estas e outras vontades que a todo o momento eu me conflito com.
Depois de certa fase da minha vida ando pensando menos em puxar meu "freio de mão", soltar mesmo, tirar o pé do meu freio na banguela e deixar que meus anseios e vontades me levem. Mesmo que eu não saiba para onde. Só me jogar e entrar de cabeça. Por que eu não posso fazer o que às vezes meu lado interior manda? Por que tenho que seguir as regras impostas por não sei quem para impor mais regras? E eu duvido que o "tal" que tenha inventado as tais regras as siga. Mas, acredito que o pior de todos esses sentimentos confusos e sem muito sentido são as crenças que cada um carrega vida a fora.
Essa tal de "crença" com o perdão da palavra é uma merda. Onde é que está escrito que se deve seguir esta ou aquela, por outro lado o que me impede de ser quem eu realmente sou? Ou de fazer o que eu realmente tenho vontade? Essa tal de crença que me persegue está com os dias contados...ela que me aguarde.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
BABEL - (Babel, 2006 - EUA)
Atores como Bard Pitt (Richard), Cate Blanchett (Susan), o mexicano Gael Garcia Bernal e o ator japonês Koji Yakusho estão no drama "Babel", um estudo sobre barreiras linguísticas, culturais e pessoais que abrange três continentes e inclui os temas do terrorismo, imigração e suicídio. O filme é dirigido pelo mexicano Alejandro Gonzalez Iñarritu (21 Gramas), e ganhou o Prêmio de Melhor Diretor em Cannes por este mesmo longa. Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos.
Entre os viajantes está Richard(Pitt) e Susan(Blanchett), um casal de americanos. Ali perto os meninos Ahmed e Youssef manejam um rifle que seu pai lhes deu para proteger a pequena criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo Susan. A partir daí o filme mostra como este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Unidos, onde Richard e Susan deixaram seus filhos aos cuidados da babá mexicana. Ao mesmo tempo cenas mostram que no Japão, um homem tenta superar a morte trágica de sua mulher e ajudar a filha surda a aceitar a perda, e no México, a babá dos filhos de Richard(Pitt) e Susan(Blanchett), acaba levando as crianças para a festa de casamento do filho.
A história avança e volta no tempo, mostrando a ligação entre os personagens do filme. No Marrocos a polícia local passa a procurar suspeitos do tiro, o que acredita se um ato terrorista. O título de filme - Babel tem origem na Torre de Babel - uma torre que seria construída para se chegar ao céu. Citada na Bíblia ela foi usada como uma tentativa de um povo em se comparar a Deus, tentando mostrar que não seriam surpreendidos por outro dilúvio, como o ocorrido com Noé. Devido a essa arrogância, Deus resolveu punir estas pessoas com a divisão do mundo em várias línguas. Um filme intenso, apaixonante, tenso, profundo e algumas vezes até estressante, o filme coloca a baila o quão importante é a palavra e suas conseqüências.
Os atos e suas conseqüências. A terceira Lei de Newton nunca esteve tão presente - "ação e reação". A falta de comunicação, a falta de se doar, de expor seus sentimentos, faz o filme merecer a indicação ao Oscar.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
O Ato de ser PUF
Entre os meus desejos para o início de 2007 estão "que me deixem se puf". Não entendeu? Explico. Algumas vezes eu quero ficar sozinha, na minha, sem ninguém ao meu lado me enchendo de perguntas e/ou atrapalhando meus devaneios. Amo "brincar de ilha". Me isolar de tudo e de todos.Gosto da solidão, gosto de ficar sozinha, sou uma ótima companhia a mim mesma. Mas, algumas vezes o ser humano é egoísta e não percebe que o ato de ficar só por um tempo é saudável, por conseqüência invade o tempo e espaço do outro. E confesso que não é difícil de perceber quando alguém quer e/ou preciso desse tempo.
Domenico De Masi foi sábio ao escrever "O ócio criativo", percebo que é nele que a criatividade surge, a fertilidade da mente flui, gera idéias, nem sempre boas, mas e daí, as más também são criativas. Ser "puf" é perfeito, é se auto conhecer, é perceber que aquela pessoa que convive com você todo dia e para o resto da sua vida, tem defeitos, virtudes e pode muito mais do que sabe que pode.
Ser "puf" é ficar quieto num canto, sem atender telefone, conversar, digitar, gastar neurônio, ter que tomar alguma atitude, ou seja, não fazer nada por um tempo determinado por você. Algumas pessoas podem achar que ser "puf" é perda de tempo, pode ser, mas para mim. Adoro ser "puf" e quem nunca experimentou não pode julgar. Faça o exercício - este ano serei "puf" pelo tempo que sentir necessário. Depois me diga o que aconteceu.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
"No momento em que realmente nos decidimos, então o universo começa a agir também. Todo tipo de coisa começa a ocorrer, coisas que não ocorreriam normalmente, mas que acontecem porque você tomou a decisão. Uma série de eventos flui dessa decisão, levantando a nosso favor todo tipo de imprevistos, encontros e assistência material que nenhuma pessoa no mundo poderia planejar que ocorresse na sua vida.
Seja lá o que você possa fazer, ou tenha o sonho de fazer: comece. O arrojo tem dentro de si inteligência, poder e mágica. Então comece agora" (Goethe) Mensagem de Nelson Mandela Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados. Nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos demais. É nossa sabedoria, não nossa ignorância, o que mais nos apavora. Perguntamo-nos: 'Quem sou eu para ser brilhante, belo, talentoso, fabuloso?'
Na verdade, por que você não seria? Você é um filho de Deus. Seu medo não serve ao mundo. Não há nada de iluminado em se diminuir para que outras pessoas não se sintam inseguras perto de você. Nascemos para expressar a glória de Deus que há em nós. Ela não está em apenas alguns de nós; está em todas as pessoas. E quando deixamos que essa nossa luz brilhe, inconscientemente permitimos que outras pessoas façam o mesmo. Quando nos libertamos de nosso medo, nossa presença automaticamente liberta as outras pessoas.
O texto abaixo é de William Shakespeare
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas.
E comeca a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quao boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Tenha um bom Ano Novo
A palavra que mais fez parte do meu vocabulário este ano foi - paciência. Segundo o "Aurélio" é a qualidade de quem sabe esperar. Mas esperar o quê? Neste ano que está indo embora eu: Esperei conseguir meu melhor emprego; esperei ter meu melhor dia; esperei um amor sem defeitos e perfeito; esperei somente ter grandes e fiéis amigos ao meu lado; esperei mais saúde; esperei crescer em meus conhecimentos; esperei maior competência em tudo o que fiz; esperei muito mais do que consegui e eu realmente esperei muito mais do que realmente eu pudesse ter.
O próprio ato da espera e da paciência, redundância que eu esperei fazer sentido. Mas não fez. O ano todo eu fiquei com um bendito ponto de interrogação, o eterno que todo ano me acompanha. O mesmo ponto de interrogação que sempre fica me olhando meio que me pedindo - se decida a mudar algo. Pensando assim percebo que é somente minha a responsabilidade da paciência eterna, da espera eterna. Mas, por outro lado, pensando bem, a espera e a paciência não cabem muito no meu vocabulário.
Não consigo ficar "esperando pacientemente" a nada. Não consigo esperar que tudo aconteça e/ou caia do céu, de "mãos beijadas". Ficaria muito mais fácil, confesso, mas não é do fácil que se passa para frente. Não é da simples e fácil espera que se dá um passo adiante. A paciência pode ser eterna, mas prefiro ir buscá-la. Ficar sentada de braços cruzados esperando não vai ajudar a proporcionar meu melhor emprego, meu dia perfeito, meu amor sem defeitos, meus amigos fiéis, mais saúde, mais conhecimento, mais competência e tudo o que eu venha a desejar. Para o próximo ano eu desejo que a paciência tenha prazo de validade.
Que a paciência seja unida à esperança. Que a paciência seja sinônimo de atitude, antônimo da preguiça e irmã da tolerância. E ai o que você prefere e deseja para o próximo ano? Ficar sentado esperando paciente? Até quando? Faça algo por você e para você, sem esperar muito, dê aviso prévio a sua paciência.
Feliz Natal e um grande 2007.
sábado, 16 de dezembro de 2006
Li e achei BRILHANTE...
"Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou. Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, decobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma.
Em todos esses anos, observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interesse é que esta porcentagem vale para todo o mundo.
Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de taxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais, de cem pessoas , apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo Ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.
Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje ! Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós , pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?
Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato , percebi que ele tinha razão e , desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5% , mas , como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não. Só o tempo dirá a que grupo pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto. (autor desconhecido)
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Li e achei muito linda...
Desiderata
Vá placidamente por entre o barulho e a pressa e lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade calma e claramente e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes; também eles têm sua história. Evite pessoas barulhentas e agressivas. Elas são um tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, pode tomar-se vaidoso e amargo porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você.
Desfrute suas conquistas assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mesmo que humilde; é o que realmente se possui na sorte incerta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios porque o mundo é cheio de artifícios. Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe. Muitas pessoas lutam por altos ideais e, por toda parte, a vida cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor porque em face de toda aridez e desencantamento ele é perene como a grama.
Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com benevolência às coisas da juventude. Cultive a força do espírito para proteger-se num infortúnio inesperado. Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo. Você é filho do universo, não menos que as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui. E, quer seja claro ou não para você, sem dúvida o universo se desenrola como deveria.
Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja sua forma de concebê-lo e seja qual for a sua lida e suas aspirações. Na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com a sua alma. Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este é ainda um mundo maravilhoso. Esteja atento. Empenhe-se em ser feliz.
Essa mensagem foi encontrada numa velha igreja de Saint Paul, em Baltimore, em 1692.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Happy Feet: O Pingüim (Happy Feet, 2006 - Australia)
A vida do pingüim Imperador se resume basicamente a uma determinada coisa: ter uma canção tirada do coração para encantar uma/um parceiro e colocar ovos saudáveis ao mundo. A partir desta canção que o pingüim será respeitado entre os de sua espécie e conquistará o amor. Todo pingüim já nasce com sua canção do coração, exceto um: Mano (voz de Elijah Wood). Diferente de todos os pingüins, Mano não sabe cantar e sim sapatear, para o espanto de todos, inclusive de seu pai, Memphis (Hugh Jackman), que diz que "isso não é coisa de pingüim". Apaixonado por Glória (Brittany Murphy), mas sem ter como conquistá-la, uma vez que os pingüins fazem isso através da música, Mano se afasta de seu bando e acaba conhecendo outra espécie de pingüins, os Adelie. No meio dessa espécie, Mano é idolatrado por seus passos de dança maneiros, criativos e logo forma um forte laço de amizade com alguns pingüins, em especial Ramon (voz de Robin Williams). Mas Mano não desistiu de viver entre os seus e tentará mostrar que a dança pode mover montanhas. Ele descobre que há uma diminuição no número de peixes e tenta descobrir a razão. Mais uma vez o homem invadindo e interferindo no habitat dos bichos. Minha crítica é sobre o fato de que os personagens mais safos, mais "descolados" são colocados como latinos. Mesmo tendo sido feito na Austrália para mim está colocação cheira a preconceito. À frente do longa-metragem está a direção de George Miller, o mesmo diretor da seqüência de "Babe", aquele filme do porquinho falante. Miller reuniu um time impensável para dublar um bando de pingüins: Nicole Kidman (de "As Horas"), Hugh Jackman (o Wolverine da trilogia "X-Men"), Elijah Wood (o Frodo da trilogia "O Senhor dos Anéis") e Robin Williams (dispensa apresentações) são as vozes principais. Happy Feet é uma animação descrita por Miller como comédia-aventura-musical. As canções vão de Beatles a hip-hop modernos, passando por Frank Sinatra. O título no Brasil ficou "Happy Feet - O Pingüim". O longa-metragem acompanha a trajetória de Mano em uma jornada pessoal "sobre se virar sozinho", como os diferentes podem viver em harmonia e nem sempre a opinião da maioria é a mais certa. A trilha sonora é um capítulo a parte - perfeita. Eu indico, vá assistir dê boas risadas.
domingo, 10 de dezembro de 2006
Poema do Filme- Em seu lugar (In Her Shoes - 2005)
I carry your heart E.E. Cummings I carry your heart with me (I carry it in my heart) I am never without it (anywhere I go you go, my dear; and whatever is done by only me is your doing, my darling) Here is the deepest secret nobody knows (here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life; which grows higher than soul can hope or mind can hide) and this is the wonder that's keeping the stars apart I carry your heart (I carry it in my heart)
domingo, 3 de dezembro de 2006
Filme - O Ano em que meus pais saíram de férias (2006)
Em 1970 o Brasil e o mundo pareciam virar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, 12 anos de idade, tinha pouco ou nada a ver com a proliferação das ditaduras militares na América do Sul. Seu maior sonho era ver o Brasil ganhar a copa do mundo e ser tricampeão. Mauro se encontra naquele momento de transição da infância para a adolescência. É nesse ponto de virada que ele se vê obrigado a viver longe dos pais quando, por serem de esquerda, são forçados a viver na clandestinidade e deixá-lo com o avô. Mas algo inesperado sucede com seu avô. E o garoto fica sozinho sem poder avisar os pais. Quem acaba tomando conta de Mauro é Shlomo, o vizinho do avô, um velho judeu solitário, funcionário da Sinagoga. Essa convivência inesperada resulta, para ambos, num mergulho em mundos desconhecidos do qual emergem, cada um à sua maneira, bastante amadurecidos.Enquanto espera um telefonema dos pais, Mauro aprende a encarar uma realidade muitas vezes difícil e dolorosa, mas que tem seus momentos de alegria e descoberta. Ele se vê sozinho e repete assim, de certo modo, a saga de seus avós - imigrantes judeus - sobrevivendo num mundo novo. A partir daí, entram na vida de Mauro, além de Shlomo, Mauro conhece a irreverente Hanna, uma menina agitada e inteligente, com seu enorme talento para apostas e novos negócios ela se torna sua melhor amiga; a jovem Irene, que incendeia a imaginação de todos os garotos do bairro; o Rabino, um fanático torcedor do Corinthians; Ítalo, filho de italiano envolvido em movimentos estudantis, Edgar, goleiro mulato do time do bairro, entre outros. Com seus novos amigos, Mauro divide, entre muitas outras coisas, sua paixão pelo futebol, as primeiras descobertas da sexualidade e seu desejo de recuperar a felicidade sufocada pela ditadura. Cao Hamburger, diretor, faz com que o filme tenha um ar inocente, doce e mostra com sutileza. Contada sob a visão do garoto Mauro, o filme mostra entre outros assuntos com é possível tratar com delicadeza os preconceitos que nos cerca. Crenças, cor de pele, opção partidária e a busca pelo amor, vistos pelo olhar de uma criança transforma o filme em algo único. Vale a pena.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Paciência...é melhor nem tê-la
Acabaram todas as bancas de defesa de TCC tive overdose, foram 14 grupos, quase enfartei. Mesmo assim foi impossível que todos saíssem satisfeitos com os resultados. Gostaria de avisar e mais que isso soltar um desabafo - não sou Deus. Ainda bem. Eu não ia gostar de ter a responsabilidade de ter vidas em minhas mãos, não ia gostar de ouvir mil reclamações e ainda por cima ter uma lista infindável de pedidos na minha mesa de trabalho. É preciso muita paciência, mas quando digo - paciência é MUITA. Dessas de monge budista. Que ouve tudo e a todos e a serenidade permanece lá límpida, latente, perfeita, intransponível, e até mórbida eu diria. Sim, mórbida. Quem em sã consciência consegue se manter sereno e calmo diante de tanta coisa ruim e/ou porcarias soltas por bocas cheias de porcarias ainda. Já me escreveram dizendo que ando amarga. Não, eu ando é sem paciência mesmo. Sem paciência para incompetência, para gente burra ou sem vontade de crescer, sem paciência para frases soltas pela boca sem antes pensar nas conseqüências, enfim perdi completamente essa tal de paciência. E me recuso a procurá-la. Pelo menos por enquanto.
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Neste mundo estranho nada como a certeza. Ou talvez eu diria nada como a dúvida? ENIGMA DO AMOR Murilo Mendes Olho-te fixamente para que permaneças em mim. Toda esta ternura é feita de elementos opostos Que eu concilio na síntese da poesia. O conhecimento que tenho de ti É um dos meus complexos castigos. Adivinho através do véu que te cobre O canto de amor sufocado, O choque ante a palavra divina, a antecipação da morte. Minha nostalgia do infinito cresce Na razão direta do afastamento em que estou do teu corpo.
domingo, 19 de novembro de 2006
Depois de um tempo comecei a ter o hábito de falar meio que sem pensar, ou falar o que eu estava sentindo. O que isso gerou a minha vida foi muita confusão, muita. Tantas foram as confusões que acabei perdendo vários amigos e pessoas que até gostava da companhia. A paciência foi outro sintoma que aumentou depois de um determinado tempo da minha vida. Aumentou a falta de paciência. Tenho uma impaciência nata. Daquelas que nem calmante faz efeito, e com o passar dos anos percebo que fico cada vez mais impulsiva e irritável. Assisti dia desses o programa "Irritando Fernanda Yong", me encontrei nele. Parece que foi feito baseado em minha vida. "Irritando Lislei". Pior que em alguns lugares preciso manter a "linha" ou pelo menos tentar me comportar para não soltar uma frase do tipo: "pára de me encher" ou "vai amolar outra". É claro que fui modesta e "delicada" ao citar estas duas frases. Acho que a censura e o weblogger não permitiriam colocar as frases que realmente estão enchendo a minha boca neste momento. Talvez a yoga ou meditação ajudem, quem sabe. Espero com pressa as férias, talvez ela me dê a "sabedoria" que preciso para aprender sobre paciência, calma, tranqüilidade, paz, tolerância, benevolência etc. Palavras lindas que um dia farão parte do meu dicionário particular. "Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra", segundo Drummond, ô cara de sabedoria viu. Aliás, essa tal de "pedra" nunca sai do caminho de ninguém. Algumas das minhas são eternas, outras eu até tento chutar, mas insistem em se alojar na minha vida.
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Democracia você sabe o que é?
Joguei a palavra Democracia no google e lá vem o que deu: "é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos(povo). Para usar uma frase famosa, democracia é o "governo do povo para o povo". Ou, "democracia vem da palavra grega "demos" que significa povo. Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo". Observando mais a fundo encontrei: Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos; Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade; A democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria associados aos direitos individuais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias. Bem, vamos lá. A idéia que tenho sobre democracia não é algo imposto, coagido ou até mesmo algo que é obrigado, observando e concluindo que EU faço parte desse tão falado povo. Na minha concepção se EU sou o POVO, então por que sou "obrigada" de alguma forma a excercer essa ou aquela atividade? Como por exemplo o voto. Se esta tal de democracia é sinônimo de povo, então este deveria ser privado de certos detalhes que lhe são impostos a cada dia. Placas como - não pise na grama, as que delimitam peso e número de pessoas dentro de um elevador e até mesmo o voto. Este deveria ser facultativo, já que teoricamente existe a democracia. Não entendo essa democracia que existe no Brasil. A única coisa que sei é que haverá segundo turno e que preciso prestar atenção para ver quem é que me engana menos. Ou tentar ver qual dos dois candidatos me trará menos dor de cabeça.
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Sobre o tempo...
Como é que se mede o tempo? O total de tempo que se quer para ter isso ou aquilo. Para que este ou aquele assunto seja resolvido. O tempo da espera de um copo d'água para quem atravessou um deserto; o tempo de um enfermo que espera um transplante; o tempo que uma criança leva para andar; o tempo que demorei em escrever este texto e o tempo que você vai levar ao lê-lo. O tempo é o senhor de tudo. Ele manda não pede. Ele invade, cobra e julga. Que tempo é esse que passa tão rápido quando não deveria? Que tempo é esse que voa e nem ao menos aproveitamos o que merecemos? Que tempo é esse onde os minutos deveriam ser horas e estas séculos? Mas, ele é ingrato, o que passou não volta mais. O tempo é efêmero, mutável, volátil, escorre por nossas vidas sem darmos conta de isso aconteceu. E quando menos se vê ao olhar no relógio, ele já foi, passou. Se pudesse fazer o tempo voltar eu pediria 5 ou 6 anos menos. Voltaria e ia ganhar mais tempo para mim mesma. Menos tempo me preocupando com pequenas coisas. Teria mais tempo para o que amo, o que gosto de fazer, minhas paixões, só pelos simples fato de ter mais tempo para ser feliz.
domingo, 10 de setembro de 2006
O segredo de Brokeback Mountain - 2005 (Brokeback Mountain)
Por que será que todas as sensações e amores devem ser como manda a Lei dos homens? Nunca deu e ninguém nunca vai conseguir mandar no coração. Ele tem vontade própria, nada o controla, ele em alguns momentos toma conta do seu ser, manda e desmanda na sua alma. Faz de você o que bem entender, não obedece a regras, leis ou qualquer outra forma de burocracia. Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennie Del Mar (Heath Ledger) dois jovens que se conhecem no verão de 1963, após serem contratados para cuidar das ovelhas de Joe Aguirre (Randy Quaid) em Brokeback Mountain. Jack deseja ser cowboy e está trabalhando no local pelo 2º ano seguido, enquanto que Ennie pretende se casar com Alma (Michelle Williams) tão logo o verão acabe. Vivendo isolados por semanas, eles se tornam cada vez mais amigos ou mais que isso, iniciando um relacionamento amoroso. Ao término do verão cada um segue sua vida, mas o período vivido naquele verão irá marcar suas vidas para sempre. Eles passam quase 20 anos se doando, querendo as mesmas coisas, se entregando, fazendo de Brokeback seu refúgio. Um lugar em que nada e nem ninguém pode tocar, onde não existem preconceitos e os dois podem fazer o que mais desejam - ficar juntos. Não vejo esse filme como um romance gay. O vejo como uma história de amor que não se apagou no decorrer de tantos anos. Vejo uma linda história de amor que por algum motivo, seja amor, tesão, pele ou simplesmente a união de duas almas fez com que dois cowboys se entregassem a algo que desejavam. Valeu cada premiação que ganhou e a trilha sonora é apaixonante.
sexta-feira, 8 de setembro de 2006
O Silêncio de Melinda - (Speak) 2004
Com direção de Jéssica Sharzer, Kirsten Stewart (O quarto do pânico) encara o papel da adolescente Melinda. É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, mas ela não se mistura à euforia dos corredores da escola, na verdade é como se nem estivesse ali. Isolada pelos amigos por ter chamado a polícia durante uma festa da sua turma, ela não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma. Melinda decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar. Entre as formas de expressão que encontra uma delas está nos desenhos, sempre de árvores. As raízes, as folhas os galhos mostram quão forte é sua dor. Será que não existem várias "Melindas" por aí, sem coragem para falar sobre suas dores, violências sofridas. "Melindas" que não têm nada e nem ninguém para desabafar ou simplesmente pedir socorro. O filme me fez pensar sobre o silêncio. Algumas vezes ele é tão incômodo quanto uma frase mal formulada. Ele grita tão alto quanto a dor que marca a alma e não consegue ser expressa. O silêncio fala mais do que longas conversas ao telefone. O silêncio fala e muitas vezes algo que não queremos ouvir. O filme não aborda fatos reais que aconteceram com a escritora e sim, sua preocupação com o delicado tema do estupro entre os jovens. O Silêncio de Melinda é um filme contundente e perturbador, foi adaptado do best seller "Speak" escritor por Laurie Halse Anderson vendeu mais de um milhão de cópias, e foi vencedor do prêmio New York Times, um dos mais importantes da literatura americana. "Se semear muito fundo não esquenta o bastante. Assim que emerge, espalha as folhas e absorve o sol. Se colher a flor ela produz um botão que dará semente".
domingo, 3 de setembro de 2006
O Dia Perfeito (2004) (Employee of the Month)
Sabe aqueles dias em que você acorda achando que toda sua vida é maravilhosa e de repente, num piscar de olhos tudo desmorona? Este filme é exatamente sobre. Se você acreditava que tudo pode melhorar, relaxe tome uma bebida e pense que nada é o que parece ser, portanto tudo pode piorar. Matt Dillon no papel de David Walsh uma cara educado acaba de ficar noivo de Sara (Christina Applegate) e esta prestes a ganhar uma promoção dentro do banco em que trabalha. Walsh sempre muito simpático com seus colegas de trabalho dá duro dentro de um banco familiar. Mas, ao ser chamado para a sala do chefe descobre que será demitido. No mesmo dia sua noiva descobre que ele tem um caso com uma colega de trabalho Wendy (Andrea Bendewald), e pior, ela termina o noivado na frente dos pais, católicos fervorosos. No auge do seu desespero Walsh só pode contar com seu único amigo, o enlouquecido e drogado Jack (Steve Zahn). Este trabalha em um necrotério, recolhendo corpos e seus pertences. Os corpos ele deixa para as famílias, mas os pertences, bem, estes não têm dono. Se você acredita que já leu e sabe de todo o restante do filme, ledo engano. O Dia Perfeito é um daqueles filmes que dão uma guinada de 180º, que faz você pensar sobre o que deveria ter feito ou como deveria ter agido em determinada situação. Você fica pensando que o filme terá um final, mas ele acaba te surpreendendo. Vale a pena.
sábado, 2 de setembro de 2006
Paciência acadêmica...
Pra quê fui estudar? Às vezes penso que eu deveria ter feito algo do tipo, estudar a sexualidade da ostra lésbica do cone sul asiático, segundo a dialética de Bourdieu, visando a conformidade setentrional numismaticamente ditatorial. Entendeu? Pois é exatamente como e sinto às vezes em sala de aula. Sem entender nada. Meus deuses eu sempre fui curiosa, chata, cheia de idéias e perguntas sobre mil coisas. Tenho a impressão que algo se perdeu com o tempo. A maioria dos estudantes que vejo hoje não tem a mesma gana, a mesma vontade do conhecimento de antes. O que será que foi perdido? Onde a magia foi quebrada? Adoraria ter as respostas, mas infelizmente vou tentando dar a minha contribuição, pequena, mas vou tentando. É claro que na medida do possível minha irritação toma lugar a minha concepção de vida Poliana. Esta eu nunca vou perder.
terça-feira, 15 de agosto de 2006
Dores passadas e perdidas
Às vezes tenho a sensação de que de sou sozinha e nada tenho a não ser eu mesma. Esta sensação raramente some, ela me acompanha sempre e sempre e sempre. Mesmo quando estou no meio de uma multidão ela aparece e fica ali, do meu lado. Nestes muitos anos de minha existência o que mais tento é conviver com ela. Descobri depois de muito tempo que eu poderia fazer da solidão uma boa amiga. Afinal de contas somos únicos, não existe nada e nem ninguém igual a nós. Ainda não temos clones andando pelas ruas. Fomos feitos e concebidos uma única vez, somos preparados para ser um indivíduo "exclusivo". Sempre ouvi que não podemos nos comparar a ninguém. Esta frase faz todo sentido. Mas, mesmo assim continuo com a sensação de "sozinha". É algo dúbio em minha vida, pois amo ficar só, mas ao mesmo tempo a sensação me incomoda. Loucura talvez? Acredito que não. Outra solidão que me incomoda é a perda. Seja qual for ela sempre será solitária. Quando alguém que se ama muito vai embora. Seja este "embora" de que forma for pelo motivo que for. A dor é sozinha, só sua, mesmo querendo dividir ela é única - assim como você. Li em algum lugar que crescemos pelo amor ou pela dor. Acho que pela dor é a aquela que marca mais. Acredito que com ela ou através dela que mais crescemos. Não deveria ser assim. Deveria ser tranqüilo, sem dores ou grandes dores. Como é que ameniza a dor própria? Como é que se ameniza a dor do outro? Como é que faz para que esta dor vá embora ou pelo menos se acalme? Não tenho estas respostas assim como também não tenho as respostas para muitas outras dores. Mas gostaria. Gostaria de amenizar dores amigas, dores sofridas, dores minhas e alheias, mas não sou Deus ou nem tenho o dom de gritar que eu "tenho a força", pois não tenho, somente gostaria de mexer meu nariz e tirar ou pelos menos amansar algumas dores. Eu acredito em gnomo e em Papai Noel. Complicado? Que nada. Depois da aula de ontem acredito em qualquer coisa. Voltei para casa chateada. Como é que pode tanta gente não querer nada com nada dentro da sala de aula. Eu preparo aula, me dedico tanto e quando vou abrir a boca observo que a maioria dos alunos não quer nada com nada. Eles não estão preocupados com o futuro, não se dedicam, não estudam, não se aplicam isto me frustra. Ontem tive vontade de pedir demissão ou sair correndo gritando socorro. Que falta de ânimo, vontade ou sei lá o quê. É um imediatismo cruel que me deixou esgotada. Voltei para casa com fortes dores de cabeça e enjoada.
segunda-feira, 24 de julho de 2006
"Minha terra tem Palmeiras..." ou tinha!!
Sai da minha terra - Araraquara, interior de São Paulo, porque queria mais da vida, além da calmaria e da mesmice que a cidade me proporcionava. Num belo dia, peguei algumas roupas, poucos objetos pessoais e ganhei o mundo. Aprendi tanto sobre muita coisa, mas confesso que em alguns momentos o cheiro ácido de laranja me paira a memória. É saudade da terrinha. Saudade da cria, saudade da raiz. Quem algum dia já se aventurou e cruzou as porteiras de sua terra sabe de quê estou falando. Quando bate aquele banzo, aquela nostalgia, aquela dor no peito que nada e ninguém sabe responder o que é...pode acreditar que é saudade da terrinha, saudade de onde se veio, de onde se nasceu. Nesta semana ao ler a revista Veja a tal da saudade bateu, mas de forma diferente. Em duas páginas, com uma foto enorme, lá estava minha amada terrinha. Retratada de forma triste, depressiva e violenta. Ela que sempre me deu paz, calma, tranqüilidade. Na revista nada tinha disso relatado. Araraquara foi palco de várias reportagens, rádios, televisões, revistas e jornais, falando da minha terra, jogando tudo o que eu sabia sobre ela para a lata do lixo. Imagens de 1443 presos confinados em um espaço destinado a 160. Trancados, lacrados para evitar fuga. Tudo isso por culpa deles próprios. Quebraram, colocarão fogo, bagunçaram e pronto, deu no que deu. A questão não foram os tais presos. O que me incomodou foi saber que tudo isso aconteceu na minha cidade natal. Local onde aprendi a ser criança, lugar onde brinquei na rua. Joguei amarelinha, empinei pipa, brinquei e briguei como uma criança normal. Consegui cicatrizes, ganhei pontos em várias partes do corpo, como uma criança normal. Cresci sentindo o cheiro da laranja em época de safra e das chuvas de fuligem vindas das usinas de cana-de-açúcar. Araraquara para mim sempre foi terra de Inácio de Loyola Brandão e o local onde Macunaíma ganhou vida. Terra quente e com um pôr-do-sol inigualável. O que eu sinto pela minha terra? Plagiando Gonçalves Dias: "Nosso céu tem mais estrelas (...). Nossos bosques têm mais vida". É, deve ser amor.
quinta-feira, 20 de julho de 2006
"Quantos já tentaram desvendar esse olhar, quantos já trilharam os atalhos tortuosos desse coração..."
segunda-feira, 17 de julho de 2006
Copa do Mundo (ou cozinha?)
Entendo tanto de futebol como entendo de física quântica. Na minha vasta ignorância futebolística, fico devaneando sobre como tentar entender o esporte - futebol. Amado por muitos, idolatrado por 99,9% da população brasileira e como não dizer mundial, esse esporte sempre me deixou intrigada. E, como não quis ficar por fora de toda esta festa. Fui fazer algumas pesquisas um pouco e tentar entender, pelo menos o básico. Com a febre da Copa do Mundo rolando (termo apropriado para a ocasião) percebo que os nomes de alguns jogadores brasileiros estão sempre no diminutivo: Ricardinho, Robinho, Cicinho, Juninho e outros "inhos" história a fora. Penso que este diminutivo tem a ver com a baixa estatura que alguns deles apresentam. É mas se fosse o caso Roberto Carlos deveria se enquadrar neste time. Outro ponto que me intriga no futebol é a tal da matemática, 4-4-2, 4-3-1-2, 4-3-4 ou até mesmo o quadrado mágico, se bem que quadrado já é outro departamento. E os termos que são ditos dentro de uma partida: volante para mim até agora só era dentro de um carro; chocolate até então eu conhecia como aquele feito do cacau; carrinho foi o último brinquedo que dei a meu vizinho; chapéu eu sempre acreditei que deveria ser usado na cabeça; pedaladas para mim eram em cima de uma bicicleta. Por que sempre alguém complica a vida de quem nada entende desse esporte? Onze homens correndo atrás de uma só bola com o intuito de fazer com que a tal balance a rede oposta. E quem foi que determinou que fossem onze jogadores de cada lado, por que não 10 ou 12? Acho até que jogadores em números pares ficariam melhores em campo. Tenho mil questionamentos sobre o futebol e suas regras. Sem feminismos, machismos e ignorâncias a parte tenho dúvidas sobre as cores dos cartões carregados pelos juízes em uma partida. Nada contra as cores vermelho e amarelo, mas acredito que eles deveriam ser da cor da camisa do time oposto que tomasse cartão. Já que a intenção é punir, nada mais justo. E os nomes dos jogadores é um capítulo à parte. Quem consegue falar os nomes dos jogadores da Alemanha, Croácia, Polônia, República Tcheca e Ucrânia, sem engasgar. É só misturar qualquer consoante com 3 ou 4 vogais, sai a mesma coisa, ninguém entende nada. Já os jogadores da Arábia quase todos começam com AL fica muito mais fácil para o narrador do jogo. Problema é saber qual dos AL é que fez o gol. Já na narração dos jogos da Suécia é só colocar o SSON no final de todos os jogadores e pronto, todo mundo entende. Na Coréia do Sul então é só chamar todos de LEE que virão correndo, atendendo ao chamado do técnico, que não é LEE, mas não fica atrás em matéria de nome estranho. Mas alguns nomes ultrapassam o status de "normal": Basta, Bobadilla, Postiga, Torrado, Dói, Cocu, Xabi, Azofeifa, Drogba, Yapi Yapo, e mais alguns outros nomes "exóticos" para não falar estranho. Confesso que se eu fosse escolhida para narrar uma partida estaria perdida. Poderia até tentar, mas o máximo que eu ia conseguir talvez fosse algo como: um par de pernas do time de azul, correndo para a direita (será que é esquerda ou direita?); o loirinho (será que ele fez luzes?) do time de amarelo vai para a esquerda; cai o bronzeado do time listrado (ninguém vai socorrer!!); um moreno do time vermelho (esta cor não fica bem para ele) leva a bola, mas perde para o jogador alto de mãos grandes (nossa a esposa está na arquibancada, como ela engordou!!) do time verde. O que aprendi nas minhas pesquisas é que - a regra é clara - eu nada entendo de futebol.
sábado, 8 de julho de 2006
Passou meu aniversário. Foi piscar os olhos e pronto, acabou. Nem curti direito o dia. Deve ser a idade que chega e com ela a pressa do dia em passar correndo, meio que querendo esquecer a idade avançada. Só hoje me dei conta de que o nome do meu blog é A Escritora e nada tenho escrito ultimamente. Que vergonha eu sinto de mim mesma. Amo a escrita, mas a preguiça me assola. Ando tão cansada que mesmo estando degustando as primeiras férias após tantos anos, eu AINDA não consegui dormir até as 12h. Não consegui me desligar do corre corre, não consegui relaxar em nada. Continuo procurando meu plug, aquele botão que desliga...caso alguém saiba onde fica, avise.
segunda-feira, 19 de junho de 2006
Anote estas palavras...
What's wrong with the world, mama People livin' like they ain't got no mamas I think the whole world addicted to the drama Only attracted to things that'll bring you trauma Overseas, yeah, we try to stop terrorism But we still got terrorists here livin' In the USA, the big CIA The Bloods and The Crips and the KKK But if you only have love for your own race Then you only leave space to discriminate And to discriminate only generates hate And when you hate then you're bound to get irate, yeah Madness is what you demonstrate And that's exactly how anger works and operates Man, you gotta have love just to set it straight Take control of your mind and meditate Let your soul gravitate to the love, y'all, y'all People killin', people dyin' Children hurt and you hear them cryin' Can you practice what you preach And would you turn the other cheek Father, Father, Father help us Send some guidance from above 'Cause people got me, got me questionin' Where is the love (Love) Where is the love (The love) Where is the love (The love) Where is the love The love, the love It just ain't the same, always unchanged New days are strange, is the world insane If love and peace is so strong Why are there pieces of love that don't belong Nations droppin' bombs Chemical gasses fillin' lungs of little ones With ongoin' sufferin' as the youth die young So ask yourself is the lovin' really gone So I could ask myself really what is goin' wrong In this world that we livin' in people keep on givin' in Makin' wrong decisions, only visions of them dividends Not respectin' each other, deny thy brother A war is goin' on but the reason's undercover The truth is kept secret, it's swept under the rug If you never know truth then you never know love Where's the love, y'all, come on (I don't know) Where's the truth, y'all, come on (I don't know) Where's the love, y'all People killin', people dyin' Children hurt and you hear them cryin' Can you practice what you preach And would you turn the other cheek Father, Father, Father help us Send some guidance from above 'Cause people got me, got me questionin' Where is the love (Love) Where is the love (The love) Where is the love (The love) Where is the love The love, the love I feel the weight of the world on my shoulder As I'm gettin' older, y'all, people gets colder Most of us only care about money makin' Selfishness got us followin' our wrong direction Wrong information always shown by the media Negative images is the main criteria Infecting the young minds faster than bacteria Kids wanna act like what they see in the cinema Yo', whatever happened to the values of humanity Whatever happened to the fairness in equality Instead in spreading love we spreading animosity Lack of understanding, leading lives away from unity That's the reason why sometimes I'm feelin' under That's the reason why sometimes I'm feelin' down There's no wonder why sometimes I'm feelin' under Gotta keep my faith alive till love is found Now ask yourself Where is the love? Where is the love? Where is the love? Where is the love? Father, Father, Father help us Send some guidance from above 'Cause people got me, got me questionin' Where is the love? one war
quarta-feira, 31 de maio de 2006
Preciso começar a tomar cuidado com tudo aquilo que falo. Complicado isso. Penso uma coisa e digo outra, será neurose, velhice precoce ou uma daquelas doenças degenerativas? Mas, por outro lado, pra quê tomar tanto cuidado se o que eu realmente quero é abrir a boca e soltar o bom e velho verbo. Amei um e-mail que recebi hoje cedo: Quero ser o melhor já que não posso ser o maior..... Quero amar e ter pena de quem não consegue sentir isso..... Quero fazer algo por alguém e sentir meu coração cheio de orgulho.... Quero poder me deitar e minha cabeça não pesar mais que o normal..... Não sou perfeito mas faço o possível para ser justo, correto e idôneo.....com os outros Quanto a mim......só eu decido o que fazer Cazuza
segunda-feira, 15 de maio de 2006
CORRA QUE A POLÍCIA VEM (será?) AÍ
Confusão, medo, correria, lojas com as portas fechadas, expediente terminando antes da hora, polícia com forte armamento nas ruas, população querendo um local seguro, caos no trânsito. Parece MAD MAX, filme do Mel Gibson, mas não é o retrato é a cidade de São Paulo nesta segunda-feira. E a neurose é tanta que não tive coragem de colocar a cabeça fora da janela do apartamento para ver se estava frio ou não. Para o governo federal é uma onda de violência que pode ser contornada. Para mim não passa de um Tsunami que já estava prestes a estourar e ninguém tomou consciência sobre o assunto. A violência em São Paulo assina cartão de ponto diariamente e nenhuma autoridade consegue fazer sua rescisão contratual para que esta acabe. Até quando a população vai esperar para que esse problema seja resolvido? Até quando este tipo de pergunta deverá ser feito? Até que ponto a violência terá que chegar para que a segurança de São Paulo seja sanada? O que precisa ser feito para que tudo volte ao normal e que nossas vidas sejam de novo - nossas vidas?
domingo, 30 de abril de 2006
Trinquei meu pé direito. Estou de gesso até o joelho e para variar sem poder fazer quase nada. Ir ao banheiro nunca me pareceu tão complicado como agora. Um simples banho parece que se tornou algo do outro mundo. Demoro mais para sair de dentro de uma calça do que em uma fila no banco. E a dor, esta eu nem conto. É virar o pé ou tentar pisar que parece um trabalho de parto - e olha que eu NUNCA tive um. Como é F... depender. Talvez eu aprenda algo com isso ou não, tudo vai depender única e exclusivamente de mim.
terça-feira, 25 de abril de 2006
Dissertação É tarde, eu deveria estar dormindo, mas depois de tanto stress, enfim consegui o meu título de mestre. Foi sufocante este período, mas valeu a pena. Ainda não consegui digerir tudo, mas lá no fundo está chegando uma sensação boa. Ainda não consegui saber o que farei a seguir, mas prometo a mim mesma me dar um tempo. Passei por tanta coisa nestes dois anos do mestrado que talvez desse um livro. Um ponto que eu tenho ao meu favor é minha teimosia. Se não fosse por ela eu teria desistido na primeira semana. Me sinto bem com o título, mas, então porque ainda tenho a sensação de vazio? Talvez amanhã ou depois com minha cabeça menos tumultuada eu relaxe e veja que o que eu fiz, o que eu consegui é para poucos. E estes poucos são especiais, assim como eu sou. Preciso parar de me cobrar tanto, de querer ser sempre perfeita e fazer tudo com mil detalhes, metodicamente. Isso nunca vai me levar a nada, só a asma.
sexta-feira, 21 de abril de 2006
Tem horas em que a saudade é grande. Pegar o telefone e ligar, não é a realidade. Existe outra realidade e esta não acontece no sentido horário da minha vida. A minha realidade é outra, completamente diferente. Esta música neste momento tem muito a ver comigo e como eu estou me sentindo hoje. Tento me encontrar em várias coisas. Outras que talvez com o tempo eu tenha perdido ou sei lá deixei de lado ou até mesmo escondido (e ainda não fiz uma busca detalhada para resgata-las). SEI QUE ELA - Cidade Negra De repente você acorda diferente Com um frio no peito sem saber o porque E se lança no meio da multidão Que tem mais de 1 milhão Mas não tem quem você quer ver Mas não tem quem você quer ter É quando você percebe que o frio é a solidão Que só a presença do amor, pode aquecer seu coração Sei que ela vai aparecer De repente você acorda diferente Com um frio no peito sem saber o porque E se lança no meio da multidão Que tem mais de 1 milhão Mas não tem quem você quer ver Mas não tem quem você quer ter É quando você percebe que o frio é a solidão Que só a presença do amor, pode aquecer seu coração Sei que ela vai aparecer Se ela não aparecer, vai fazer frio vai chover Vou carregar um iceberg no peito Mas eu sei que ela vai aparecer Dissertação Não sei como consegui terminar o mestrado. Chorei, me desesperei, travei na hora da escrita, achei que não ia conseguir, mas está chegando ao final. Dia 25/4 defendo. Tomara que a "banca" esteja iluminada neste dia. Tomara que corra tudo bem, afinal de contas eu mereço um pouco de paz depois de tanta tempestade.Assisti o filme As Branquelas, estranho, mas engracado, acho que vale a pena ver, caso não tenha nada melhor para fazer...rs A música abaixo faz parte da trilha sonora. thousand miles Making my way downtown Walking fast Faces passed And I´m home bound Staring blankly ahead Just making my way Making my way Through the crowd And I need you And I miss you And now I wonder.... (chorus) If I could fall Into the sky Do you think time Would pass me by ´Cause you know I´d walk A thousand miles If I could Just see you... Tonight It´s always times like these When I think of you And I wonder If you ever Think of me ´Cause everything´s so wrong And I don´t belong Living in your Precious memories ´Cause I need you And I miss you And now I wonder.... (chorus) If I could fall Into the sky Do you think time Would pass me by ´Cause you know I´d walk A thousand miles If I could Just see you... Tonight And I, I Don´t want to let you know I, I Drown in your memory I, I Don´t want to let this go I, I Don´t.... Making my way downtown Walking fast Faces passed And I´m home bound Staring blankly ahead Just making my way Making my way Through the crowd And I still need you And I still miss you And now I wonder.... If I could fall Into the sky Do you think time Would pass us by ´Cause you know I´d walk A thousand miles If I could Just see you... If I could fall Into the sky Do you think time Would pass me by ´Cause you know I´d walk A thousand miles If I could Just see you... If I could Just hold you Tonight
terça-feira, 14 de março de 2006
Tem tanta acontecendo ao mesmo tempo em minha vida que ainda não parei para pensar se são coisas boas ou ruins. Não tenho quase muito tempo para mim mesma, isto me incomoda um pouco. Gostaria de ficar um dia, somente um diazinho comigo mesma, parar, me cuidar, ir para onde eu quiser e fazer o que eu quiser ou simplesmente não fazer nada, mas cuidar mais de mim, ou pelo menos prestar mais atenção em mim. Tenho vontade de resgatar alguns escritos parados há tempos, mas ainda não sei o que me impede ou o que ainda está me travando. Tenho projetos estagnados faz um tempo e gostaria muito de voltar com a corda toda, mas ainda me sinto cansada, parada e sem muito ânimo para tal. Quem sabe é só questão de tempo...quem sabe
segunda-feira, 6 de março de 2006
As últimas 3 semanas foram terríveis no sentido de cansaço mesmo, físico e emocional. O micro pifou, a dissertação "nasceu", o dinheiro sumiu, o carro foi arrombado e amassado, minha pressão subiu, quase desisti de algumas coisas, a saudade bateu, meu coração disparou, mas depois se acalmou...cansaço gera traumas, desse que nem sempre conseguimos nos curar...
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006
Meu Deus deve ser sina...ou algo do tipo. Quando eu resolvo tirar uma folga e relaxar meu bumbum que coitado, está quadrado, ligo a TV e o que vejo, escolha de samba, qual? Uma em que todos estavam vestido de gaúchos....Eu leio, gaúcho, folheio gaúcho, estudo gaúcho, assisto gaúcho, overdose de gaúcho Quando eu decido dar uma relaxadinha....tome gaúcho...deve ser como disse o "filósofo" Paulo Coelho - Maktub - está escrito....Cansada...muiiittttoooooooooo cansada.
domingo, 12 de fevereiro de 2006
Memórias de uma Gueixa - (Memoirs of a Geisha, EUA, 2005) Sob a direção de Rob Marshall o filme mostra um tradicional hanamachi (ou bairro de gueixas), com Sayuri (Ziyi Zhang), com seu par de olhos cinzentos, aterrizando neste mundo meio perdida e descobrindo que não era livre para amar ou para tomar as suas próprias decisões. Mameha (Michelle Yeoh), sua mentora, ensina-lhe a diferença entre ser carinhosa com o seu protector (ou danna) e amá-lo. Ao contrário da sua rival Hatsumomo (Gong Li), que procura destruir Sayuri, Mameha sabe que uma gueixa não pode sucumbir à paixão. A maiko (aprendiz de gueixa) ouve-a atentamente, mas vive deslumbrada por um momento de bondade que lhe foi oferecido por um homem poderoso, quando ela era ainda uma escrava, e passa os seus dias como gueixa ansiando pelo momento que o voltará a ver. Apesar das rivalidades existentes entre as casas de Gueixas de Quioto, Sayuri consegue tornar-se numa das mais solicitadas gueixas do Japão. O filme é uma adaptação do romance homônimo de Arthur Golden sobre a gueixa dos olhos cinzentos. A obra demorou dez anos a escrever, e foi finalizada em 1997. O escritor especializou-se em Arte Japonesa em Harvard, depois de aí se licenciar em História de Arte. Apesar do sucesso a obra não foi bem recebida pelo setor conservador da sociedade japonesa, tendo sido também contestada pela biografada Mineko Iwasaki que acusa o autor de comparar uma gueixa a uma prostituta. Até a 2ª Guerra Mundial, não era raro as famílias pobres de o Japão vender suas filhas para prostíbulos, para reduzir o número de bocas a alimentar em meio à miséria em que viviam. Mas se essas meninas fossem consideradas bonitas ou inteligentes, poderiam ter a chance de se tornarem gueixas. Não sendo uma esposa nem uma prostituta, a gueixa ganha a vida entretendo homens poderosos e deve reunir vários dotes artísticos: tem de ser dançarina, cantora e música, assim como uma excepcional conversadora, elas "vendem" aos homens o sonho de uma mulher perfeita. Um filme sensível com bela fotografia, delicado. Me fez pensar sobre relacionamentos e também sobre o amor - palavra muito complicada para mim. Ela foi capaz de superar tudo e teve coragem para enfrentar qualquer coisa para ficar ao lado do homem que amava. No cinema isso fica lindo, quase perfeito, mas na vida real...
segunda-feira, 30 de janeiro de 2006
Preciso tomar jeito e terminar pelo menos um de meus livros. Mas ando com tanta preguiça e com tanta falta de vontade de escrever que isso já pode ser um "caso de polícia" - em se tratando de mim. Amo escrever, mas de uns tempos para cá nada sai, nada de muito útil, nem sei como a minha dissertação está tomando forma (se é que aquilo é forma). Estou cansada, meio de saco cheio, desanimada, sem pique, sem tesão, sem vontade e outros mil "sem". Ando com tanta vontade de ficar sozinha, mas...agora...anda meio impossível. Eu queria poder ter 3 desejos atendidos: extinção dos telefones (qualquer um), uma ilha deserta (só eu comigo mesma) e paz...muita paz...somente isso. Nunca tive tanta vontade de nada. De fazer nada ou até mesmo de ser nada.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2006
Livro - Reparação - IAN MCEWAN Numa tarde quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma a que presencia. Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou. Um bom livro que merece ser lido. A pergunta que me fique é: será que tem algum mal causado por nós mesmos que pode ser reparado? E se for, será que as cicatrizes deixadas irão sumir? Quebrar é fácil mas consertar é muito mais difícil, eu diria que quase impossível.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2006
Filme - Crash - No Limite (Crash, 2004) O que ficou para mim nesse filme é que tudo aquilo que fazemos, seja de bom ou de ruim, um dia retornará. Não existem pessoas 100% boas e 100% ruins, acredito nisso, sem ser Poliana, acredito que aqui se faz e é aqui mesmo que se paga, sabe a terceira do Newton - ação e reação? Pois é, para mim este filme é isso. Jean Cabot (Sandra Bullock) é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, e um imigrante iraniano e sua filha. O filme mostra o encontro de vários personagens totalmente diferentes nas ruas de Los Angeles: uma dona-de-casa e seu marido, promotor público, da alta sociedade; um lojista persa; um casal de detetives da polícia - ele afro-americano, ela latina, que também são amantes; um diretor de televisão afro-americano e sua esposa; um mexicano especialista em chaves; dois ladrões de carros da periferia; um policial novato; e um casal coreano de meia-idade. Todos vivem em Los Angeles e cada um tem sua própria história. Nas próximas 36 horas, eles vão se encontrar. Paul Haggis arrasa na direção. Se você ainda tem alguma dúvida de que o mundo realmente é bem pequeno e mais cedo ou mais tarde você vai reencontrar alguém que machucou? Falou ou fez algo que machucou alguém? Vale a pena ver. Regras da Vida (The Cider House Rules, EUA, 1999) Será que sempre devemos seguir todas as regras impostas pela vida? Baseado no best-seller de John Irving é a história de Homer Wells (Tobey Maguire), um garoto sem parentes que passa a ter como mentor um médico de um orfanato, Dr. Wilbur Larch (Michael Caine). Larch ensina a Homer tudo o que sabe sobre medicina e a diferença entre certo e errado, mas nunca o ensinaram as regras da vida propriamente ditas. Quando Homer sai para descobrir o mundo, ele é mais excitante do que jamais imaginara, especialmente quando se apaixona pela primeira vez. Ele experimenta os altos e baixos, assim como as complicadas recompensas e responsabilidades associadas às novas emoções. Em pouco tempo as consequências na tomada de decisões se tornam mais severas. Conforme sua nova vida se desenrola, o passado aparentemente simples de Homer colide com um presente mais complexo. Homer começa a perceber que sua vida anterior lhe trouxe o conhecimento necessário para tomar decisões importantes e mudar o rumo de seu futuro. Percebe que final das contas não pode fugir de seu passado. Brilhante direção de Lasse Hallström
segunda-feira, 16 de janeiro de 2006
UFA!!!... Adoraria férias permanente, daquela de desligar celular, afogar a lista telefônica, aposentar o micro, desistir de usar qualquer aparato eletrônico, que aliás é uma porcaria (viciante, mas porcaria). Preciso parar um pouco, descansar, mas como? Adoraria que meu dia tivesse 30 horas e não as meras 24 horas que me são dadas todo santo dia. Ando com lapso de memória, deve ser stress (ou é a idade mesmo chegando), esqueco quase tudo, outro dia esqueci até meu sobrenome. Nem ir ao cinema - o que eu mais AMO na vida eu tenho ido. Isso me irrita, me chateia, me deixa mais estressada. Stress contra stress, daria um belo nome de filme. O resto do texto eu coloco assim que me lembrar o que eu ia escrever...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2006
É estranho... Quando a gente por qualquer motivo sai do pais pensa: aqui é tudo diferente, aqui tudo é perfeito...doce ilusão. Nem sempre os motivos que nos levaram a ir para este ou aquele lugar são realmente verdadeiros e mais uma vez a gente acaba se enganando, se machucando. Trocar de país, mudar, fugir pra quê? Nem sempre teríamos as resposta prontas. Mas afinal quais são as respostas? Será que elas são prontas? Acho que não saberei responder estas questões. Confesso que tenho o gênio do cão, erro e errei em mil coisas na minha vida, mas vou tentando consertar, arrumar, colar o que quebrou. Algumas eu diria que são impossíveis de voltar no tempo e mandar ele parar para tentar fazer diferente. Sou humana, muitas vezes com U, outras sem ao menos conseguir escrever a palavra.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
À Palo Seco Belchior Se você vier me perguntar por onde andei No tempo em que você sonhava De olhos abertos lhe direi Amigo eu me desesperava Sei que assim falando pensas Que esse desespero é moda em 73 Mas ando mesmo descontente Desesperadamente eu grito em português Tenho 25 anos de sonho e de sangue E de América do Sul Por força desse destino Um tango argentino me vai bem melhor que o blues Sei que assim falando pensas Que esse desespero é moda em 73 Eu quero que esse canto torto Feito faca corte a carne de vocês Tem gente que vai antes mesmo da gente criar um vinculo forte. Ou quando esta pessoa já se foi o vínculo já estava criado e gente nem se deu conta. Pode ser, mas a saudade fica. Aquela, só falada no Brasil, mas fora nada e nem ninguém consegue entender o real significado dela. É melhor desistir de tentar explicar o tal significado. Uma Vida Iluminada (Everything is Illuminated, 2003, EUA) Filme baseado na obra autobiográfica de mesmo nome do jovem judeu americano Johnathan Safran Foer. O roteiro e a direção marcam a estréia do ator Liev Schreiber (Pânico), que teve a idéia do filme antes mesmo do lançamento do livro de Foer. Schreiber leu uma mostra do texto na revista New Yorker e se identificou com a história, já que estava escrevendo sobre seu falecido avô, de origem ucraniana. O filme ganhou o Prêmio Lanterna Mágica no Festival de Veneza e recebeu o Grande Prêmio do Júri da 29ª Mostra Internacional de Cinema por Melhor Roteiro. Jonathan (Elijah Wood) é um jovem judeu americano, vai até a Ucrânia em busca da mulher que salvou a vida de seu avô na 2ª Guerra Mundial. Colecionador de objetos que marcam a história de sua família, o garoto é impulsionado pelo desejo de agradecer à mulher após a morte do avô, cuja única lembrança que guarda do passado é uma foto da época em que ele morava na Sérvia e um pingente. Para iniciar a jornada em terra desconhecida, Jonathan entra em contato com uma família local, que ganha a vida auxiliando turistas. O jovem Alex Perchov (Eugene Hutz), que sonha acordado em se tornar um astro do hip hop, é o tradutor. Quem os conduz na viagem é o velho rabugento Sanfran, que diz estar cego, e é acompanhado por uma cadela "guia" chamada Sammy Davis Jr. Jr. Juntos, eles passam por situações hilárias, muitas vezes marcadas por um choque cultural e intolerância de Sanfran e por emoções ligadas a lembranças do passado. Jonathan é inseguro, tímido, frágil e coleciona objetos para não se esquecer das alegrias e dos momentos que marcaram sua vida e das pessoas que ama. Durante a jornada o inusitado quarteto descobre segredos sobre a ocupação nazista e a cumplicidade do governo ucraniano da época. Descobertas gratificantes, marcantes, pequenas atitudes tomadas e mudadas no decorrer do filme, muitos aprendizados tornam a viagem mais sensível e gravada na memória destes 4 passageiros. Belas paisagens da Ucrânia, linda fotografia e trilha sonora perfeitas, deixam esse filme mais sensível, aos cinéfilos de plantão merece ser visto. O Mundo de Jack e Rose (The Ballad of Jack and Rose, 2005 EUA) Jack Slavin (Daniel Day-Lewis) vive em uma ilha deserta com a filha de 16 anos Rose (Camilla Belle, filha de uma brasileira). Há algum tempo esta mesma ilha era uma comunidade Hippie. Como pai protetor Jack sempre procurou impedir ou evitar que Rose sofresse qualquer influência do mundo fora desta ilha. Mas, com a notícia de que Jack tem uma doença e que seus dias estão contados tudo pode mudar. O "mundo" de Jack e Rose pode ser abalado por esta notícia. Jack temendo que Rose fique sozinha convida a amante a vir morar com eles na ilha. Com a mudança de Kathleen (Catherine Keener), sua amante, juntamente com os dois filhos dela, Rodney (Ryan McDonald) e Thaddius (Paul Dano), a situação fica ainda mais complicada para Rose. A tranqüilidade e a intimidade de pai e filha é completamente alterada. Rose não aceita as mudanças e mostra ao pai, como forma de protesto que ela não quer essa invasão. Temas como família, sexualidade, perguntas, dúvidas sobre o futuro, sentimentos e pensamentos que jamais foram imaginados são aflorados, e fazem parte do roteiro deste belo filme. A trilha sonora é um capítulo a parte - belíssima e de muito bom gosto. Até que enfim...ufa...depois de tantos dias com esta "COISA" fora do ar eu ENFIM poderei postar o que mais me agrada......CINEMMAAAA.rs
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
Tudo Acontece em Elizabethtown (Elizabethtown, EUA, 2005) O filme que conta com a participação de Orlando Bloom (Tróia; Senhor dos Anéis) e Kirsten Dunst (Homem Aranha), é cheio de metáforas e faz a gente pensar que quando as coisas parecem estar no abismo e estamos prestes a desabar, querendo a morte (literalmente), sempre aparece algo bom. Sabe aquela história de que Deus fecha uma porta e abre uma janela? Ou algo do tipo? Esse filme faz algumas brincadeiras sobre isso. Uma comédia romântica, despretensiosa que mostra como um fiasco pode transformar a vida em algo muito melhor. Drew Baylor (Bloom), fica desempregado depois de fazer a empresa onde trabalhar perder milhões de dólares em uma campanha de tênis que foi um fiasco. Neste dia ele volta para sua casa e tentar o suicídio, mas neste momento sua irmã o liga e avisa que seu pai havia falecido. A história começa ai. Drew volta a cidade em que o pai era muito querido para organizar o enterro. Nesta viagem ele conhece a aeromoça Claire (Dunst), que irá ajudar a transformar sua vida completamente. Susan Sarandon, faz o papel de mãe de Drew, é um capítulo a parte, maravilhosa no papel ela dá um show de interpretação. A trilha sonora é outro destaque do filme. Muitas vezes o que é bom para nós está debaixo dos nossos olhos e a gente não consegue ver. A felicidade custa tão pouco e nem nos damos conta disso. Transformar nossa vida em algo melhor vale a pena se ao menos tentarmos algo diferente. Na correria do dia a dia deixamos passar as pequenas coisas e talvez sejam elas que possam fazer a diferença. Vale a pena conferir este filme. Depois de ver este filme caiu algumas fichas, aliás, eu adoro filmes que me fazem "cair fichas", sai da sala meio aérea, perdida. Demorei a me tocar de algumas coisas sobre minha vida. Muitas vezes "brinco" de não ser eu mesma, faço "teatro", meio que para viver em sociedade ou para agradar quem esteja por perto. Sinto muito se vou ser grosseira com algumas pessoas, ou sumir, ou até mesmo não responder quando me perguntarem algo, mas daqui pra frente vou ser eu mesma, ou tentar. Estou meio cansada de algumas coisas. Sim, porque são as pessoas que se incomodam com a minha cor de pele, com o meu cabelo, com meu jeito de rir, se me comporto desta ou daquela forma, se falo desse ou daquele jeito. Cansei.
segunda-feira, 24 de outubro de 2005
Proibição da venda de armas é rejeitada por dois terços Ricardo Amaral - Da Reuters A proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil foi rejeitada por quase dois terços dos eleitores, em referendo realizado neste domingo, de acordo com resultados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com o resultado, continuam em vigor todas as demais disposições do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826), promulgado em 23 de dezembro de 2003, que já restringe a posse e uso de armas de fogo às corporações militares e policiais, empresas de segurança, desportistas, caçadores e pessoas autorizadas apenas pela Polícia Federal. A derrota da proibição do comércio de armas e munições confirma reviravolta na opinião pública, apontada pelos institutos de pesquisa ao longo da campanha, que durou vinte dias em horário obrigatório na televisão e no rádio. Em agosto, segundo o Datafolha, 80% dos entrevistados apoiavam a proibição. Na pesquisa divulgada sábado, o voto "não" já contava com 57%, estimativa superada pelo resultado final. O "não" venceu em todos os Estados, com destaque para Rio Grande do Sul, Acre e Roraima, onde a opção recebeu cerca de 87% dos votos. O melhor desempenho do "sim" foi em Pernambuco e no Ceará, com pouco mais de 45% dos votos. Mesmo restrito ao aspecto do comércio legal de armas e munições, o primeiro referendo legislativo da história do Brasil mobilizou o eleitorado. De acordo com o TSE, a abstenção foi de pouco mais de 21% dos 123 milhões de eleitores registrados. Esse número é semelhante ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2002, quando 20,45% dos eleitores deixaram de votar. No segundo turno de 1989, que teve comparecimento recorde, a abstenção foi de 14,09%. Em 1993, no plebiscito sobre sistema e regime de governo, a abstenção chegou a 25,76%. Na escolha entre monarquia ou república, presidencialismo ou parlamentarismo, 15% dos que compareceram anularam ou deixaram o voto em branco. No referendo deste domingo, com a utilização de urnas eletrônicas, nulos e brancos foram cerca de 3%. O presidente do TSE, ministro Carlos Velloso, comemorou a realização do referendo com tranqüilidade e defendeu que outras consultas populares podem acontecer. Como exemplo, ele citou a discussão sobre a legalização do aborto de fetos com anencefalia (sem cérebro). Minha Opinião... Acredito que boa parte das pessoas que foram ao referendo nem sabiam o que realmente significava o Sim e o Não. Conversando com uma senhora na fila da justificativa, ela me dizia em alto e bom som que votava o não porque não queria mais violência nas ruas, não queria mais que armas circulassem livremente pelas mãos dos bandidos. Outro senhor atrás de mim se gabava em ter devolvido suas 2 armas (mas o dinheiro ainda não tinha vindo) para a polícia. Exercício de cidadania...para alguns sim. De novo nossas casas foram invadidas com propagandas sobre o Sim e o Não, tentando convencer que o Sim era melhor ou pedir votos ao Não. Mas na realidade o que ajudaram a fazer foi confundir ainda mais a cabeça da grande massa populacional brasileira. Já não chega a "bandalheira" que está o governo, este aliás que se diz democrático (se o fosse o voto seria facultativo e não impositivo), agora chegam aos nossos ouvidos mil informações sobre Sim e Não que no final das contas o Não ganhou mas que talvez poderia ter sido o Sim, ou vice-versa...sei lá...isso ficou confuso até para eu explicar.
sexta-feira, 21 de outubro de 2005
POR QUE SIM Luis Fernando Verissimo Zero Hora, 17/10/2005 O debate sobre a proibição ou não de armas é uma guerra de hipóteses. Discutem-se teses que pouco têm a ver com a realidade pessoal de cada um, já que a grande maioria dos que são a favor ou contra nunca pegou ou pegará numa arma. O embate é sobre o direito dos outros, entre pressupostos e previsões - portanto abstrações - diferentes. A turma do "sim" defende a tese lógica de que quanto menos armas à disposição, menos armas serão usadas, e adota a hipótese de que o acesso dos bandidos às armas também será limitado e o combate ao crime facilitado. A turma do "não" diz que os cidadãos ficarão indefesos contra bandidos cujo acesso a armas ilegais não será afetado pela proibição, avança a tese da interferência indevida do Estado nas nossas vidas e acena com a hipótese do caos. Escolha a sua racionalização. Eu escolhi a lógica do "Sim" porque os argumentos do "Não", sei não. Dizer que o desarmamento da população a deixaria vulnerável ao crime equivale a dizer que, até agora, a população armada fez um bom trabalho de se defender, o que não é o que mostram as estatísticas. As estatísticas e o bom senso (e a polícia) mandam não reagir ao criminoso armado. Uma vitória do "Não" no referendo teria que - pela lógica - ser seguida de medidas que encorajassem a compra de armas por particulares, eliminassem as restrições legais ao seu uso, e estimulassem o vigilantismo. Um real, e não mais apenas teórico, engajamento da população numa guerra a tiros com os bandidos. Ou seja, aí sim o caos. Prefiro a hipótese do desarmamento geral, que dá mais recursos à autoridade para pegar o criminoso antes do crime, à banditização de todo o mundo. Quanto à limitação, pelo Estado, do direito do cidadão, ela é justificada em vários casos, dos sinais de trânsito que o impedem de se matar em cruzamentos à proibição de fumar em lugar público que o impede de matar seu vizinho. No caso da proibição das armas, o Estado também interfere para proteger o cidadão de si mesmo.
domingo, 16 de outubro de 2005
The Constant Gardener - O Jardineiro Fiel - Fernando Meirelle, 2005 Fernando Meirelles dá um show na direção deste suspense baseado na adaptação do livro homônimo de John Lê Carré, escritor especializado em romances de espionagem durante a Guerra Fria. Ele "brinca" com planos de câmera que me lembraram os filmes dinamarqueses de Lars von Trier. Câmeras sem tripé, correndo e se mexendo junto com os atores; belíssimos planos feitos de cima (parece que de helicóptero); ele soube usar e abusar deste artifício, mas na medida certa. Colocando um toque brasileiro no mundo hollywoodiano. Com um custo de US$ 25 milhões, O Jardineiro Fiel foi rodado em três continentes: África em Nairóbi, Layangalani, no Quênia, e Runsbeck, no Sudão. Meirelles filmou também em Berlim, Londres e na cidade canadense de Winnipeg. O filme conta a história de um polido diplomata inglês (Ralph Fiennes - Dragão Vermelho e A Lista de Schindler), cuja pacata existência é alterada quando sua mulher Rachel Weisz (Constantine, A Múmia e O Júri) morre durante uma viagem ao Quênia. A esposa é encontrada brutalmente assassinada e o médico que estava com ela está foragido - o crime é dado como passional. Ele descobre que o ativismo da mulher era contra grandes corporações farmacêuticas o que fez dela um alvo fácil de assassinato. Porém, o viúvo decide tomar a frente das investigações. Embarcando num cenário de mistério, lutando até contra seus próprios pensamentos e crenças em busca dos verdadeiros culpados. Usando seus privilégios diplomáticos, ele tem acesso a informações que podem esconder uma grande conspiração, podendo acabar até com sua vida. No livro o escritor mostra empresas farmacêuticas usando pessoas como cobaias e o descaso de governos ocidentais e africanos que apóiam ou fazem "vista grossa" sobre isso. No filme a visão de milhares de pessoas vivendo na mais real miséria e sem nenhuma qualidade de vida é relatada em detalhes que muitas vezes os governos tentam esconder da grande mídia. Esconder o que é "podre" dá voto, mostrar a realidade não.
segunda-feira, 10 de outubro de 2005
Vida de Menina - Helena Solberg, 2004 Baseado no diário da menina Helena Morley, a história se passa pouco tempo depois da abolição da escravatura e da proclamação da república no Brasil, Helena Morley (Ludmila Dayer) começa a escrever seu diário, revelando o universo e pensamentos de uma menina. Nesta época o ouro não era mais abundante no Brasil, especificamente em Diamantina. A família de Helena passa por dificuldades, conseqüências de um pai sonhador, interpretado por Dalton Vigh, que espera encontrar ouro, garimpando. Helena é apaixonada por livros e vive montando "castelos", inventando pequenas histórias e contando seu dia a dia em um diário. Essa é a maneira com que a menina registra sua liberdade e sua identidade. Helena é magra, desengonçada e sardenta, além de se achar feia. Não é boa aluna nem comportada como sua irmã Luizinha, tendo o apelido de "Tempestade". Mas Helena, como nenhuma outra garota de Diamantina, escreve. É neste diário que Helena debocha e desmascara as pretensas virtudes alheias. Procurando com sofreguidão não perder uma infantil alegria de viver, e reinventando o mundo à sua maneira, Helena Morley é o diamante mais raro de Diamantina. A melhor amiga de Helena é sua avó (Maria de Sá), que a considera sua neta preferida. Por isso, ela ganha regalias que os outros netos não têm. Esse laço entre avó e neta é a espinha dorsal do roteiro. Sensibilidade e delicadeza são palavras chaves neste belíssimo filme. Bela fotografia, retrata fielmente a época em que a história é narrada. Uma pena um filme como esse não estar em grandes cinemas das grandes capitais. Simplesmente lindo, me fez recordar minha infância e a rebeldia que existia dentro de mim naquela época. Saudade, esta foi a palavra que ficou quando sai do cinema. Saudade da infância que tive, do frescor e da liberdade que me eram colocados sem cobrança. Era natural e com o tempo isso mudou, desapareceu ou perdi ainda não sei onde. Com relação ao filme? Simplesmente lindo. O Coronel e o Lobisomem - Maurício Farias, 2005 Baseado no romance de José Cândido de Carvalho e narrado em primeira pessoa. No elenco principal estão Diogo Vilela, Selton Mello e Ana Paula Arósio. O filme traz Diogo Vilela como Ponciano de Azevedo Furtado, neto de Simeão, oficial superior da Guarda Nacional, nascido e criado na fazenda Sobradinho. Fraco no entendimento da econômica, de administração e sem talento com as mulheres. O enredo gira em torno da disputa no tribunal entre o coronel (Diogo Vilela) e seu irmão de criação, Pernambuco Nogueira (Selton Mello), que comprou a hipoteca da fazenda da falência. Invejoso, esquisito e covarde, Nogueira vira o principal suspeito de ser o lobisomem que assombra a região e é expulso da Sobradinho por Ponciano. Anos mais tarde ele decide voltar para se vingar. Além da disputa de terras, a briga entre os "irmãos" fica mais acirrada porque ambos querem conquistar o amor da prima Esmeraldinha (Ana Paula Arósio). Para vencer esta batalha, narrada por Ponciano, este tenta convencer o júri de que Nogueira é mesmo um Lobisomem. Primeiro filme a ser dirigido por Maurício Farias, de A Grande Família. O elenco da trama é composto por atores globais como Andréa Beltrão, Mauro Lúcio Filho, Marco Ricca e o saudoso Francisco Milani. Cresci ouvindo histórias sobre o Boitatá, Sereias, Curupira, Saci e Lobisomem. Eu sempre ouvi que quando uma mulher virgem casa-se com o seu padrinho e tivesse sete filhas mulheres, ao nascer seu oitavo filho e fosse um menino, este se tornaria um lobisomem. Lendas ou fábulas que muitas vezes assustam e outras divertem, mas que no interior do Brasil são arraigadas e passadas de geração em geração. O filme tem o ritmo muitas vezes lento, mas ganha com diálogos inteligentes, figurino detalhado e trilha sonora privilegia assinada por Caetano Veloso e Milton Nascimento.
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
Amor Perfeito "Fecho os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você Anjo bom, amor perfeito no meu peito, sem você não sei viver Vem, que eu conto os dias conto as horas pra te ver Eu não consigo te esquecer Cada minuto é muito tempo sem você, sem você Os segundos vão passando lentamente, não tem hora pra chegar Até quando te querendo, te amando, coração quer te encontrar Vem que nos seus braços esse amor é uma canção E eu não consigo te esquecer Cada minuto é muito tempo sem você, sem você Eu não vou saber me acostumar sem sua mão pra me acalmar Sem seu olhar pra me entender, sem seu carinho, amor, sem você Vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração Já não importa quem errou, o que passou, passou então vem" Fui Invadida!!! Que merda, desculpe a expressão, mas é exatamente essa a palavra que veio até a minha boca. Faz quase um mês que alguém, um ser infeliz, sem ter o que fazer invadiu meu micro. Resultado? Perdi tudo o que tinha feito desde agosto (meu último backup). Merda. E não foi só isso, pifou meu HD e tinham deixado um vírus, desses que nada tira. Merda. Eu fico me perguntando: será que esse povo não tem o que fazer? Vai ver que ferrar a vida dos outros é um hobby. Merda. Perdi tudo do meu mestrado, perdi trabalho, perdi dados que eram importantes, perdi fotos, resumindo, estou completamente perdida. Por outro lado eu penso: como somos dependentes desses "trecos" eletrônicos. Sou do tempo da máquina de datilografar e quando comecei a me aventurar pelo mundo dos computadores, me viciei. Fiquei dependente mesmo, não fazia mais nada fora dele. Neste tempo em que estou sem o "dito cujo" resgatei o prazer de enfrentar uma fila de banco, a delícia que é pesquisar em uma biblioteca e copiar os dados manualmente, o êxtase de resolver problemas via telefone ou simplesmente falar com 7 ou 8 pessoas até suas dúvidas serem sanadas...orgasmos gerais...merda!! Bem, deixa eu ir até o porão buscar a minha velha e boa máquina de datilografia, esta sim nunca me deixou na mão.
domingo, 25 de setembro de 2005
"Muitas vezes eu me pego pensando em você. Não consigo e nunca vou conseguir competir com quem entrar na tua vida, isso é certo. Mas, sinto tua falta e muitas vezes dói meu peito, dói meu coração. Será que esta dor tem uma razão de ser? Sempre tivemos uma ´telepatia´ você sempre sabe o que estou sentindo e quando não estou bem, ou até mesmo se estou em perigo. Será que esta ´telepatia´ quer me dizer algo? Sinto falta de saber se você está bem, só isso me bastaria".
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
Quatro Amigas e um Jeans Viajante (The Sisterhood Of The Traveling Pants, EUA, 2005) Lindo, despretensioso e tocante. Amei este filme. Entrei no cinema achando que ia ver mais um daqueles estilos hollywoodianos "babacas", em que ninguém pensa ou cheiro de frases tipicamente americanas e "patriotizadas". Mas não. O filme é baseado no livro homônimo da escritora Anne Brashares. Sob a direção de Ken Kwapis, Quatro melhores amigas passam o verão separadas pela primeira vez. Uma calça jeans, que serve magicamente em cada uma delas, é o elo que mantém as amigas ligadas, enquanto elas vivem uma série de acontecimentos que mudam suas vidas para sempre. Uma lição de amizade, de companheirismo, de saber ceder. Muitas vezes me pego achando e olhando para o meu próprio umbigo, vendo o filme esta questão tomou outra forma. Tem tanta coisa que a gente se cobra, se puni e até mesmo se policia e se priva de fazer. Esse filme é um misto de dedicação a si e ao amigo. A calça jeans serve apenas de pretexto, e é um mero coadjuvante na vida das 4 amigas. Nos momentos em que cada uma precisa de apoio, ajuda e até mesmo de carinho, a calça jeans é uma "boa amiga" . Ela acaba se tornando uma espécie de amuleto, algo em que as 4 amigas podem se "segurar" quando precisarem. Mas o que cada uma delas descobre é que este "amuleto" esta dentro de cada uma e em algo mágico e especial - a amizade.
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
100 Dias... Uma vez eu entrevistei o José Genoino, confesso, já me simpatizava com ele e, a partir daquele dia virei fã. Mesmo eu já ter trabalhado para políticos do PTB e do PSDB, suas idéias, petistas, seus conceitos e suas palavras ficaram gravados tanto no meu gravador quanto em meu coração. Hoje depois de 100 dias das denúncias do deputado Roberto Jefferson/PTB-RJ, revejo meus conceitos sobre aquilo que me "encanta" e me "seduz". Como é que um homem, então presidente de um partido como o PT, assina um documento sem ler? Me frustrei. Vendo e lendo algumas matérias e informações sobre esses 100 dias de "baderna" no país, chego a conclusão de que perdi a capacidade de acreditar. E o pior é que a maioria das "pessoas" (se é que se pode chamá-los assim), está no poder, ou seja, mandando no país há mais de 20 anos. Eu não acredito que existam inocentes dentro do congresso nacional, juro, eu não acredito nisso, gostaria, mas a minha fase de "conto da carochinha" já passou. Como diz um amigo meu: é roubo e muito! E é o meu dinheiro e o seu dinheiro que foi roubado, só isso...quer mais? Perdi a capacidade de confiar que toda essa "bagunça" pode ter um final justo, que nada vai acabar em pizza ou pelo menos de uma maneira digna. O que é justo: gente que errou na cadeia, deputados cassados, culpados punidos, transparência, e o que mais desejo, um governo melhor e mais fiel ao povo que o elegeu.
segunda-feira, 12 de setembro de 2005
Filme: A Chave Mestra Sempre achei complicado o gênero terror. Acredito que nem todos os diretores conseguem manter o roteiro como ele foi escrito. E o pior, é muito complicado manter a atenção do público em se tratando de terror. O diretor inglês Iaian Softley é o mesmo de K-Pax - O Caminho da Luz, de 2001, tenta transformar o roteiro de Ehren Kruger num filme onde ninguém conseguirá ficar parado na cadeira do cinema. Gostei do filme, mas ainda faltou algo. Eu não acredito em muitas questões sobre vidas passadas ou uma alma que entra em outro corpo. Mas a idéia é original. A história começa em New Orleans, neste momento na mira dos fotógrafos por causa do Katrina. Belas paisagens, bela trilha sonora e fotografia interessante. Caroline (Kate Hudson), uma jovem de 25 anos deseja ajudar pessoas trabalhando como enfermeira. Sua grande chance chega quando Ben (John Hurt), um idoso morador de um local afastado de onde vive. Vítima de derrame, sem falar ou se mexer, quando roda os olhos ele demonstra não estar muito à vontade cercado por jardins alagadiços e móveis rançosos - muito menos ao lado de sua esposa, Violet (sra. Rowlands). Uma vez instalada ela vai descobrindo uma tenebrosa história. E toma contato com outra peculiaridade regional, a magia negra. Contra a vontade de sua amiga Jill, a garota passa a morar com a família Devereaux numa casa enorme e cercada por uma sombria floresta. A dona da mansão, Violet, providencia a chave do lugar, capaz de abrir as mais de 30 portas existentes na casa. Esta possui alguns detalhes intrigantes e curiosos para Caroline. Há um pó vermelho em frente a todas as portas e ela nota também que não existem espelhos nos cômodos. Misterioso como todo o resto é o sótão em que Ben teve o derrame. A chave mestra de todas as fechaduras não abre a segunda tranca do local. Ao perguntar à intransigente Violet, ela diz que nunca entrou lá, o que aguça a curiosidade da garota. Desconfiada dos segredos escondidos na propriedade, ela se assusta ao saber que os antigos moradores eram praticantes de magia negra - hudu, ao mesmo tempo em que uma série de acontecimentos estranhos é desencadeada. A idéia de fazer do casarão sombrio um quase-personagem é batida, assim como a sugestão de que o perigo reside nos confins da vizinhança abandonada. Contudo a situação que é apresentada ao espectador tem tal potencial que dá até para se animar com ela. Logo no começo do filme descobre-se que a casa tinha, no começo do século XX, criados negros que cultivavam os dotes de feitiçaria - estes enforcados quando os patrões brancos descobriram. Daria muito bem para abordar pelo viés das reencarnações, metaforicamente, a vitória atual dos negros de Nova Orleans musical e demograficamente sobre seus antigos algozes. Daria, e com um pouco de boa vontade essa interpretação não é de todo negligenciada.
quarta-feira, 7 de setembro de 2005
Passei o dia no banzo. Tomei banho, liguei pra mãe, falei com a sobrinha mais velha no MSN, trabalhei, fui ao supermercado, banho de novo (é para esquentar ta muito frio). Neste momento estou olhando para a tela do meu micro. Talvez esperando que ganhe vida e me sugue para dentro dele. Acordei com dor no peito. Mas não é início de infarto. É saudades ou banzo, sei lá. Saudades de algo que eu ainda não vivi. Sinto falta de mim mesma. São Paulo às vezes engole a gente e nem percebemos. Sinto-me sozinha, e faz tanto tempo isso que tenho medo de me acostumar com este sentimento - solidão. Acabei de beber uma taça de vinho - amo vinho. Ele me faz relaxar e não refletir muito sobre algumas coisas que me doem e incomodam na minha vida. O cheiro dele, o sabor nos meus lábios, o gosto amargo que fica depois de engolir é delicioso, comparo isso com algo que vivi a pouco...delicioso.
segunda-feira, 5 de setembro de 2005
I'll Try - Alan Jackson Here we are, talkin' 'bout forever Both know damn well, It's not easy together We've both felt love, we've both felt pain I'll take the sunshine over the rain And I'll try To love only you And I'll try My best to be true Oh darling, I'll try So I'm not scared, it's worth a chance to me Take my hand, let's face eternity Well, I can't tell you that I'll never change But I can swear that in every way I'm not perfect, just another man But I will give you all that I am Metade de mim ficou em casa e a outra metade voltou pra cá. Eu nem cheguei e já sinto saudade. É, eu não consigo e nunca consegui lidar direito com ela. A tal da saudade. Deve ele que me aperta o peito neste instante. Deve ser ela que me fez chorar o caminho de volta. Deve ser ela que me faz escrever este texto. Deve ser...eu não sei. Eu queria que tudo tivesse sido diferente, queria muito, mas agora já foi, já passou tanta coisa que o passado já se foi. Dessa vez eu nada prometi, também nada pedi. Entrei e sai do mesmo jeito. Mas o que sinto é igual, este nada muda. E o que é isso então? Este aperto no peito, esta sensação ruim que sinto toda vez que saio de lá? Eu não sei e acredito que mesmo que um dia eu saiba, o que eu nunca vou saber é lidar com isso. Frio na barriga, uma sensação esquisita que querer mais e mais. Vontades que eu não sinto de outra forma, de outro jeito. Um querer maior do que tenho, um desejo de poder mais, de estar mais perto. Mas dessa vez eu nada prometi. Nem a mim mesma. E eu de novo não descobri o que me dói tanto quando eu saio de lá.
segunda-feira, 29 de agosto de 2005
"Está tudo do mesmo jeito, nada mudou, mas também nada de mais 'forte' aconteceu, nada foi alterado e nada foi tocado, nada foi magoado e também nada foi machucado. Só foram palavras, dessas alguns fortes, firmes e com algum tom de ameaça. Mas, numa metrópole tudo pode ser ameaça: sair de casa, andar nas ruas, falar ao telefone. Ameaças que muitas vezes nem se sabe ao certo se são reais ou mera ficção. Coisas de quem vive eternamente para pagar as dores e os erros do passado".
quinta-feira, 25 de agosto de 2005
Mentes Perigosas (Dangerous Minds, 1995) Ex-oficial da marinha (Michelle Pfeiffer) consegue trabalho como professora numa sala em que os alunos são rebeldes e agressivos. Como conseguir a atenção e fazer com que estes alunos estudem? Estas e outras questões sobre violência, drogas são abordados no filme. Já assisti o filme várias vezes. Amei tanto que acabei comprando a fita. A trilha sonora é apaixonante embala e retrata fielmente todas as questões abordadas no filme. Gravidez, drogas, violência, como lidar com isso? De que forma aprende-se algo diferente daquilo que lhe é imposto desde criança. E imposições ruins, ficam gravadas? Se isso é real, então de que forma é possível construir uma outra realidade? Se cem vezes eu assistir esse filme, cem vezes irei questionar coisas diferentes. Perfeito, maravilhoso, me identifiquei com esse filme desde a primeira vez que o vi. A Queda! As Últimas Horas de Hitler (Der Untergang / The Downfall: Hitler and the End of the Third Reich, Alemanha, Itália, 2004) Eu já tinha lido alguns livros sobre a vida de Hitler, mas este filme conseguiu retratar o quanto era forte e manipulativo o poder que este "pequeno" homem exercia naqueles que o seguiam. O filme começa numa noite de novembro de 1942, Um grupo de jovens mulheres é escoltado por oficiais das SS, através do bosque, até a Toca do Lobo, o QG de Hitler na Prússia Oriental. São candidatas ao cargo de secretária pessoal do Führer. Entre elas, está Traudl Junge, uma jovem de Munique, de 22 anos (Hitler sempre foi apaixonado por Munique). As mulheres são conduzidas à sala de espera próxima ao escritório particular de Hitler, todas ansiosas para causar uma boa impressão. A porta do escritório se abre e, Adolf Hitler entra. As mulheres se levantam e o Führer as cumprimenta, uma por uma, com um aperto de mão e pergunta de onde elas vêm (um mistério para mim, ele conseguia ser ao mesmo tempo gentil, doce e extremamente agressivo e enérgico com aquilo que desejava). Traudl é escolhida para o trabalho, e a idéia de servir ao Führer pessoalmente a deixa radiante. Em 20 de abril de 1945, em Berlim, Hitler se refugia num bunker instalado no subsolo da Chancelaria Alemã. Traudl Junge está dormindo em seu quarto, bem abaixo do solo. Ela é acordada pelos tremores causados pelo fogo de artilharia. O inimigo está se aproximando. O exército russo está fechando o círculo ao redor de Berlim. A capital está reduzida a escombros. A derrota da Alemanha é inevitável. Só um punhado de soldados continua a lutar nas ruas, com a ajuda da milícia (Volkssturm) e de crianças da Juventude de Hitler. Uma dessas crianças, Peter, de 13 anos, orgulhosamente destruiu dois tanques russos. O pai de Peter, visivelmente abalado por ver seu filho manejando um lançador de foguetes, implora ao seu filho que largue a arma e venha para casa. O menino se recusa e o pai diz ao pequeno grupo de milícia que tudo está perdido e que em alguns dias todos eles estarão mortos. No bunker de Hitler, sua amante, Eva Braun, está preparando a comemoração do 56º aniversário do Führer. É a última vez que os líderes do Regime Nazista se reúnem para uma recepção com champanhe. Entre eles, está o Ministro do Interior, Heinrich Himmler, que implora a Hitler que deixe Berlim e vá a um lugar mais seguro. Hitler se recusa. Ele jamais deixará a cidade. O oficial de ligação de Himmler é Hermann Fegelein, marido da adorada irmã de Eva. Ele insiste para que a sua cunhada convença Hitler a fugir de Berlim. Em questão de dias, os aliados vão chegar à Chancelaria. Enquanto a cidade queima sobre eles, Hitler e o seu Ministro de Propaganda, Josef Goebbels, continuam a ter esperança de uma vitória final. Hitler ordena que os remanescentes do seu exército regressem a Berlim. Os seus generais não só não se opõem à sua ordem, como fazem de tudo para lhe dar apoio. Hitler diz a Albert Speer, seu Ministro de Armamentos e arquiteto pessoal, que o bombardeamento das cidades fará com que fique muito mais fácil remover os escombros e começar a reconstrução, uma vez que a Alemanha ganhou a guerra. Speer também insiste para que Hitler deixe a capital, para salvar a si próprio, a cidade e o povo da destruição. Hitler responde que ele deve ser vitorioso em Berlim ou enfrentar sua queda. E ordena a Speer que, caso sejam derrotados, destrua tudo por toda a Alemanha e não deixe nada senão "terra queimada" para o inimigo. A luta porta a porta nas ruas de Berlim torna-se mais violenta. O exército vermelho está ainda mais perto. Os esquadrões da morte móveis das SS executam quem quer que seja suspeito de capitulação. O resto das tropas alemãs retirou-se da capital, levando o que ainda havia de comida e provisões disponíveis. Um médico do exército, Dr. Schenck recusa-se a sair da cidade, ficando para socorrer a população da melhor forma que pode. Ele vai ao que restou de um hospital militar e junto com o Dr. Werner Haase, um dos médicos pessoais de Hitler, dá assistência aos doentes. Goebbels, dando-se conta de que o fim está próximo, faz com que a sua esposa Magda e os seis filhos deles sejam levados ao bunker. Traudl recepciona as crianças como se elas fossem a prova viva de que não está tudo perdido, de que há motivos para se ter esperança. Ela e Eva Braun saem do úmido e obscuro bunker para dar um passeio ao ar livre, nos jardins da Chancelaria. Como se tudo estivesse normal, elas passeiam entre as esculturas e fumam cigarros. O bombardeamento russo as obriga a abandonar o passeio e descer de novo ao bunker. Quando Hitler é informado de que Himmler está tentando negociar uma rendição com os americanos, ele ordena a prisão de Himmler. Ele exige, então, ver Fegelein, o oficial de ligação de Himmler. Fegelein não é encontrado no bunker. Hitler ordena que o jovem seja trazido de volta e executado. Eva Braun suplica que ele poupe a vida do seu cunhado, mas é inútil. Fegelein é encontrado, bêbado, na cama de uma prostituta. Ele é arrastado para o pátio e, na última hora, dando-se conta do seu destino, ele fica ereto, abotoa o uniforme e faz a saudação nazista. Em sua última aparição em público, Hitler sai do bunker e vai ao jardim da Chancelaria. À sua espera, há um grupo desorganizado de garotos, legado do seu outrora poderoso exército. São garotos que deverão receber medalhas pelo seu serviço militar ao Reich. O jovem Peter está entre eles. No dia 29 de abril, os russos entram no centro de Berlim. Ninguém pode negar que a guerra está perdida. Nem mesmo o soldado-criança, Peter. Ele corre para casa e encontra os seus pais mortos, assassinados pelo esquadrão da morte das SS. No bunker, os soldados estão bebendo muito e trocando idéias sobre as melhores formas de cometer suicídio. Hitler, sozinho em seu quarto, olhando para um retrato do seu herói, Frederico II, faz planos para os passos finais da queda. À noite, Hitler dita sua última vontade e testamento para Traudl e então ele se casa com Eva. Goebbels e Boorman são testemunhas. Depois, calmamente, ele discute o suicídio com o seu médico, para se asseguar de que não será capturado vivo. Hitler diz então ao seu assistente pessoal, Otto, para queimar o seu corpo após a sua morte. Albert Speer vem despedir-se do Führer. Antes de sair do bunker, Speer pede à Sra. Goebbels que ela fuja com os seus filhos. Mas ela diz que não quer que eles vivam em um mundo sem o Nacional-Socialismo. No dia seguinte, Hitler reúne o seu staff para um último adeus. Ele dá uma medalha a Magda Goebbels, por ser a mãe mais corajosa da Alemanha. Ele agradece ao cozinheiro o ótimo almoço e se despede de Traudl e suas colegas. Hitler e sua esposa se retiram para seus aposentos particulares. Um tiro de pistola é ouvido, abafado pelo barulho do fogo de artilharia. Otto e o seu staff cumprem o último desejo de Hitler e queimam os corpos numa vala sobre o bunker. Goebbels e os generais se recusam a aceitar a rendição, conforme exigido pelos russos. A situação é desesperada. Magda Goebbels dá a cada um de seus filhos um sonífero na hora de dormir. Depois, ela entra no quarto deles e, enquanto eles dormem, calmamente, ela envenena um por um, enquanto o seu marido espera do lado de fora. Depois, no pátio da Chancelaria, Joseph Goebbels atira em sua esposa e depois em si mesmo (esta cena me chocou e ao mesmo tempo me intrigou a fidelidade com que este casal se entregou ao "comando" de Hitler). A notícia do suicídio de Hitler circula pelas ruas de Berlim, mas a luta continua. Com um pequeno grupo de outros refugiados do bunker, Traudl Junge consegue chegar a uma fábrica de cerveja, onde alguns oficiais e soldados das SS se reuniram para lutar até a última bala. Traudl entende que a sua única chance de sobreviver é passar pelo Exército Vermelho, andando. Hesitante, ela anda pela multidão de russos vitoriosos. De repente, um garoto agarra a sua mão: é Peter. Os russos deixam "mãe e filho" passarem sem detê-los. Lealdade, paixão, loucura e até talvez inocência teriam feito parte da vida deste que segundo a historia foi o maior ditador do mundo. Para quem curte história este filme é muito interessante e o que mais me apaixonou - cheio de detalhes. Espanglês (Spanglish, EUA, 2004) Um belo filme. No sentido literal, Spanglish é um hibridismo das palavras Spanish e English (na língua inglesa), uma língua falada por quase 40 milhões de Latinos vivendo nos Estados Unidos. Refere-se à mescla dessas culturas díspares quando têm que conviver sob o mesmo teto. No começo do filme, Flor (uma bela mulher latina) nascida no México, se encontra quase sem dinheiro e com poucas opções, sendo sozinha, para criar sua adorada filha de seis anos de idade, Cristina. Em busca de uma vida melhor para sua filha, Flor foge do México e se estabelece em uma comunidade de latinos em Los Angeles, de onde nunca sai. Na verdade ela mantém suas raízes em um mundo e em um idioma que lhe são familiares, à parte da cultura americana, até que, um dia é contratada como empregada dos Clasky. John e Deborah Clasky os patrões, estão passando por dificuldades no casamento. John é um pai e marido amoroso, paciente e firme, além de proprietário e chefe-de-cozinha de um restaurante muito promissor. Deborah perdeu recentemente seu emprego em uma empresa de design comercial e está passando pelas angústias de uma crise de identidade. A complicação aumenta quando Deborah começa a paparicar demais a filha de Flor. O filme fala sobre conceitos de vida, diferenças entre culturas e valores. Alguns destes gritantes em se tratando de crenças. O filme também mostra de a desestrutura pode ser vivida em qualquer família, seja esta rica ou pobre. Um jogo de erros e acertos que faz com que aprendamos dia após dia em como lidar com o ser humano. Horror em Amityville (The Amityville Horror, EUA, 2005) Para quem curte situações sobrenaturais, este filme é bem apropriado, me deixou meio frustrada com o final, mas nem todo suspense pode ser perfeito. O interessante é que foi baseado numa história verídica (amo isso). A história começa em 13 de novembro de 1974, a polícia do condado de Suffolk recebeu uma chamada telefônica que a levou ao número 112 da Ocean Avenue, Amityville, em Long Island. Dentro da ampla casa (linda por sinal) foi encontrada uma família inteira assassinada. Todos morreram enquanto dormiam. Ronald Defeo Jr., confessou ter usado um rifle metodicamente para matar os pais e seus quatro irmãos. Ele alegou ter ouvido "vozes" que vinham de dentro da casa que o levaram a cometer os crimes chocantes. Um ano depois, George, segundo marido de Kathy Lutz, mudam-se com os 3 filhos dela para o mesmo endereço. Acreditando terem encontrado a casa de seus sonhos. Não demorou muito para que eventos bizarros começassem a acontecer. Visões assustadoras e vozes assombrosas que provavam que uma presença maligna continuava oculta na casa. Confusa e assustada com o relacionamento mórbido que sua filha Chelsea inicia com uma amiga imaginária, chamada Jodie. Kathy luta para manter sua família unida, enquanto George começa a ter um comportamento cada vez mais estranho, passando muito tempo no porão da casa, onde encontra uma passagem que leva a um misterioso e sinistro "quarto". A partir daí, ele começa a ter visões e a ouvir vozes que culminam em vários eventos arrepiantes que, ficaram conhecidos como Horror em Amityville. Baseado na história real de George e Kathy Lutz, permanece como uma das histórias mais aterrorizantes que já se ouviu falar devido a apenas um pequeno detalhe - ela aconteceu de verdade. Vinte e oito dias depois de se mudar para a casa, a família Lutz abandona a residência, escapando com vida por sorte. Hoje, 30 anos depois dos eventos chocantes inspiraram um romance que foi campeão de vendas e um dos filmes de terror mais populares dos EUA.
terça-feira, 16 de agosto de 2005
Tem alguém ai para me ajudar? Tive problemas com meu celular, aliás ele vive com problemas e não é do aparelho, é da Claro, liguei para o atendimento e: 0800 0 36 36 36 Bem vindo ao atendimento Claro Se v já é cliente digite 1 Disque DDD da sua cidade: XX Digite agora o número do seu celular: XXXX-XXXX Se você quer informações para....digite 1, para ....digite 2, para...digite 3 Até chegar a informação que eu queria foram 16 segundos. Rápido? Que nada quando teclava o 9 que seria a espera pelo atendente tocava uma vez e depois caia a ligação. Eu muito paciente liguei pela 2a vez. 0800 0 36 36 36 Bem vindo ao atendimento Claro Se v já é cliente digite 1 Disque DDD da sua cidade: XX Digite agora o número do seu celular: XXXX-XXXX Quando chegava na fase para falar com um de nossos atendentes digite 9, tocava uma vez e depois caia a ligação, lá ia eu de novo 0800 0 36 36 36 Bem vindo ao atendimento Claro Se v já é cliente digite 1 Disque DDD da sua cidade: XX Digite agora o número do seu celular: XXXX-XXXX De novo, digite o número 9, toca uma vez e na segunda cai a ligação. Mas eu sou paciente, então vamos lá, quarta vez 0800 0 36 36 36 Bem vindo ao atendimento Claro Se v já é cliente digite 1 Disque DDD da sua cidade: XX Digite agora o número do seu celular: XXXX-XXXX Quando esta bosta desligou e eu fiquei muito puta da vida. O que eu mais queria era algum filha da puta de um atendente para eu dizer, é o seguinte "criança": digite 1 para eu socar a mão na tua cara; digite 2 se você quiser que eu te dê dois socos; digite 3 caso você queira que eu quebre um dente seu; digite 4 se for para dois dentes e da frente; digite 5 se você quiser que eu além de quebrar dois dentes quebre um braço seu; digite 6 caso você prefira um chute daqueles bem dados no seu traseiro; digite 7 se você quiser saber o quanto eu estou de saco cheio de perder meu tempo com palavras "gerundisticas", isso quando são emitidas, to de saco cheio de ser atendida por uma máquina com uma voz "agradável", dizendo para eu digitar este ou aquele número e depois quando eu o faço nada acontece. E mesmo que aconteça eu não consigo resolver a porcaria do meu problema. E a única coisa que eu quero é simplesmente usar o meu celular.
segunda-feira, 15 de agosto de 2005
JOGOS MORTAIS de James Wan, EUA 2004. Um assassino, ou eu diria um insano, alguém com a mente tão pervertida que brinca com as sensações e sentimentos de pessoas que ele "julga" serem culpadas de algo. Ele faz com que suas vítimas enlouqueçam tentando a todo custo ficarem vivas. Suas "vítimas" precisam lidar com fatores como o tempo, memória, rapidez e principalmente o desespero. Um detetive é designado para tentar solucionar os crimes, mas este fica obsessivo em desvendar os assassinatos. Um filme forte a começar pela capa. Lembra em alguns momentos os suspenses de Seven e em outros O colecionador de ossos. Não costumo ficar com medo de assistir filmes de suspense ou terror, mas esse me prendeu no sofá. James Wan o dirigiu em apenas 18 dias o que aguçou mais ainda minha curiosidade em saber se o filme seria atrativo ou não. Vale a pena ver.
sexta-feira, 12 de agosto de 2005
Já vi tanta coisa... Eu já vi crianças morrendo de diarréia, para quem não sabe, vulgo, "caganeira", e o dinheiro público nesse apelidado mensalão, indo parar no bolso de quem tem médico particular ou que pode usufruir de um Albert Einstein ou algo do gênero a qualquer hora do dia e da noite. Já vi uma família inteira pegando mato. É, mato, no fundo do quintal e colocando numa panela com água suja, para poder ter o que comer num jantar. E o nosso dinheiro, indo parar no bolso de quem tem fartura de comida em casa. Já vi criança pequena trabalhando para poder ajudar a família, e não com muito dinheiro não. Ajudar a família com 3, 5 e até 10 reais, por dia? Não, por mês, é, por mês. Crianças com 4 ou 5 anos, quebrando pedra e até mesmo com uma faca afiada nas mãos cortando algo que eu não conseguia definir o que era. Enquanto isso o mensalão no bolso de quem já tem o suficiente para sustentar mil famílias dessas. Já vi trabalhadores acordando às 4 da manhã, pegar 3 conduções para poder chegar no trabalho as 8. E na hora do almoço este mesmo trabalhador comer marmita fria - isso quando tem. E quando chegar o dia do pagamento este mesmo trabalhador nem conseguir receber o salário - que é mínimo, inteiro porque os descontos que o governo tirou, é, o mesmo do mensalão, comeu metade deste mínimo. Já vi tanta coisa ruim que talvez aqueles que estão lá no governo, mandando e desmandando no povo aqui, não tem respeito, vergonha ou qualquer compaixão para com este mesmo povo que votou neles. Acho até que eles não estão muito preocupados com as crianças, os trabalhadores assalariados e com aqueles que nunca conseguirão ter noção do que significa a quantidade de dinheiro que esse tal de mensalão rodou e que ainda vai rodar por muito e muitos anos dentro de várias cuecas ou contas fora do país. Já vi tanto isso que agora neste momento eu quero fechar meus olhos por alguns minutos para que quando eu abri-los quem sabe eu veja que foi tudo um sonho, que nada disso aconteceu, que nenhuma criança morreu, que homens ganham a vida com um salário digno e que esse tal de mensalão é um dinheiro que o governo resolveu distribuir para aquelas famílias que mais precisavam de ajuda neste Brasil de meu Deus.
terça-feira, 9 de agosto de 2005
Filme - Desejo de Liberdade Um belo drama. Feito pelo diretor Edoardo Ponti - filho mais novo da estrela italiana Sophia Loren, ele consegue retratar belos momentos da alma feminina. A história deste filme, são três mulheres, vividas por Sophia Loren, Mira Sorvino e Deborah Unger, pressionadas a lidar com seus passados, marcados por homens fortes e opressores, para conseguir mudar a direção de suas vidas e encontrar a felicidade. Confesso que comecei a assistir sem muita pretensão, mas o filme conseguiu me prender na cadeira. As três histórias se entrelaçam no final. Não digo que é o final que se espera de um drama, mas digno desta trama, que aliás caracterizo como inteligente.
terça-feira, 2 de agosto de 2005
Outra amiga, deixou um bilhetinho me avisando que tinha escrito algo pra mim e outras poucas amigas, algo que me deixou emocionada. "Qual o limiar entre a inveja e a admiração? Para mim, a resposta está no orgulho. Não aquele difundido no senso-comum, mais próximo ao presunçoso. Mas o orgulho de se ter, estar perto ou conhecer o motivo de tal altivez (como acredito que deva acontecer àquele cujo irmão é um jogador de futebol famoso. Na primeira oportunidade, logo deve sair um "-Ah, sim, claro. Sou irmão dele", frase comumente acompanhada de um sorriso armado ao lado direito dos rostos)". http://artificialflavored.blogspot.com/ Minha amada amiga, inveja tenho eu de você, daquelas brancas, daquelas boas. Sempre me perguntei como é que cabia tanta vida dentro de você? Onde é que você tinha espaço para tanta força dentro do teu corpo - frágil, aos meus olhos. Você sempre exalou vontades e gana. Amiga, você é Viva. E esta "vida" sai pelos teus poros, é teu perfume natural. Raras foram as pessoas que eu conheci com esta "vida". E eu te invejo por isso, ou eu te admiro por isso, pode até ser uma linha tênue, mas você mais uma vez tem razão. (Aliás dia 14 vc está de niver - Parabéns)
Recebi um e-mail de um grande amigo da minha cidade, aliás, amigo de adolescência. Freqüentávamos o grupo de jovens juntos. É, eu já fui uma pseudo-beata. Ele mandou uma mensagem dizendo: "O mundo é bom mesmo nas horas de maior...mas o mundo roda para todos. Tenho saudades da pessoa sonhadora, onde ela esta". É meu amigo eu mudei, me perdi em algo ou em algum lugar e o pior que não consigo me encontrar. E quanto mais eu tento mais me perco em mim mesma. Olha, meu amigo, aquela era outra pessoa que você conheceu, e vou te contar um segredo - sinto saudade dela. Aliás me pergunto onde foi que eu me perdi? Será que a sonhadora que tinha aqui dentro de mim vai voltar a aparecer um dia, será?
domingo, 31 de julho de 2005
Sou uma pessoa facilmente irritável. Fazer o que né?? Tenho pavio curto ou sei lá, nem tenho o pavio. Mas se tem algo que me irrita é fazer aquilo que não estou a fim de fazer. É, isso mesmo. Odeio ficar respondendo sempre as mesmas perguntas, falando sempre a mesma coisa, andar sempre no mesmo lado da rua, vestir sempre o mesmo estilo de roupa, usar sempre o mesmo perfume, falar e as pessoas não se tocarem do que estou falando...enfim será que sou neurótica?? Mas, nem to pra quem pense que sou algo do tipo...sou feliz assim...você não é?
sexta-feira, 22 de julho de 2005
MADAGASCAR Amo cinema, adoro filmes, sou viciada mesmo e para este vício eu não quero nenhum remédio. Assisti ao filme Madagascar, gostei e ri muito também. Pra mim aquilo é uma bela crítica ao ser humano. Uma Zebra em crise existencial, querendo conhecer aquilo que ainda não conhece. Quem nunca teve vontade disso? Uma girafa hipocondríaca e completamente atrapalhada (tenho duas amigas que me compararam a Melman (só que sem o lado hipocondríaco). Um Leão que descobre suas verdadeiras raízes quando sai do ambiente em que está acostumado. E Glória (uma hipopótamo) acho que a mais sensata de todos. Questões como: será mesmo que o mundo em que se vive é realmente maravilhoso? Será que pelo menos um dia na vida de cada um de nós a gente não deveria se aventurar e tentar conhecer novos rumos e ter novas experiências? Eu particularmente acredito que sim. Todo mundo um dia deveria cair na vida ou como se diz "atolar o pé na jaca". Só depois é que se pode saber se foi bom ou não, pelo menos se fez algo diferente. Outra crítica que eu acho que ficou para mim neste filme. Qual selva é a pior? Acredito que a pior selva seja a dos homens. Bicho pelo menos só mata para sobreviver. Os homens não. Fêmeas cuidam de seus filhotes. Machos cuidam de suas "famílias". Algumas espécies andam em bandos para se proteger e o fazem sempre que exigido isso. Coisa que entre nós os humanos isso fica a desejar muitas vezes. Mães abandonam filhos, pais não provem sua família, muitas vezes até abandonam e, o "andar em bando" cá entre nós pode significar conveniência muitas vezes, status, covardia ou até mesmo falta de personalidade. Ou você se encaixa num grupo ou você será um excluído da sociedade.
terça-feira, 19 de julho de 2005
Me sento na rua, muitas vezes de pernas abertas. Enfrento as horas, esqueço pra onde ir. Fumo a qualquer hora. Sou de qualquer jeito. Nem tudo eu respeito. Pra onde for o vento eu vou. Sou filha do nada, costurada nem sei como. Divagando em qualquer lugar. Saí com tanta pressa que esqueci meu anjo da guarda não sei onde. Acabou a minha pilha de tanto eu me escutar. Cada um sabe e conhece um pedaço meu. Será que se juntar vai dar EU? As vezes eu escuto minha voz saindo da minha boca, mas não sou eu quem falo. Assim mesmo eu sou...de qualquer jeito...é...eu sou de qualquer jeito.
segunda-feira, 18 de julho de 2005
Passei uma semana fora de Sampa, isso ta virando rotina. Eu já tinha ido algumas vezes, é claro que sempre correndo e quase sempre ainda, resolvendo tudo no aeroporto mesmo. Eu nunca tinha ido a Porto Alegre para algo meu. Amei. Se eu pudesse escolher algum lugar para criar meus filhos lá seria um deles. Não menosprezando outras cidades e estados do Brasil. Mas, algo em POA me apaixonou, sabe aquelas paixões arrebatadoras que a gente nunca sabe como e de que forma explicar? Pois é, foi assim com POA. Tomei um banho de cultura, especificamente sobre cinema. Li e assisti a tanta coisa sobre o cinema do Sul que até agora estou meio zonza. A paixão que os gaúchos têm pela sua tradição e cultura é sem dúvida nenhuma apaixonante. Quem ainda não conhece, vale a pena se arriscar e dar uma passada por lá....eu recomendo.
quinta-feira, 30 de junho de 2005
100 anos de Teoria da Relatividade. Qual relatividade? A minha ou a sua, ou ainda aquela que o Einstein desenvolveu? Será mesmo que tudo é relativo? Bom, pelo menos a minha sensação de que tenho que fazer algo por mim e pra mim, esta sim é relativa ao meu stress. Aliás este ultimamente vem me deixando completamente doida e sem noção. E pior, vem associada com o cansaço e com uma deprê que insiste em me atacar. Mas hoje eu me dei de presente ficar a tarde toda no parque do Ibirapuera. É, fiquei sem fazer nadinha, nadica de nada a tarde toda. Andei, respirei ar puro (ou quase), sentei num banco em frente a um lago, tirei o tênis e pisei na grama...foi uma sensação deliciosa. Eu deveria fazer isso por mim mais vezes, aliás eu mereço...isso e muito mais. Quando eu estava sentada na grama fiquei pensando sobre a minha vida e como é bom perceber que eu perco e deixo passar despercebido as pequenas coisas boas que eu tenho na minha vida. Pessoas que me querem bem, saúde, família e a minha vida...enfim pequenos detalhes que eu esqueço muitas vezes.
quarta-feira, 29 de junho de 2005
Texto de Millor Fernandes O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Nao quer sair comigo ? Então foda-se!", "Vai querer decidir essa merda sozinho mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Lactea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende ? No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não é não!" é tão pouco ou nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio. Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente às situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos prove sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssem os fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situacao que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação ? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado,sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!! Este texto não podia ter vindo em melhorar hora. Hoje por exemplo eu tô afim de falar FODA-SE para as pessoas que me mandam fazer aquilo que não tenho vontade. CARALHO, porque é que a minha vida não pode ser do jeito que eu quero. NEM FODENDO, para tudo aquilo que me incomoda e, enfim soltar um PUTA QUE PARIU para todas as pessoas que me enchem o saco diariamente.
terça-feira, 28 de junho de 2005
"Escritor não ama, vive um grande romance".
segunda-feira, 20 de junho de 2005
"Houve violência, houve estupro, houve agressão, houve dor e nada foi feito, nada e ninguém foi capaz de ouvir seus gritos por socorro, só ele. Ele a ouvia. Ele a entendia, e mesmo assim ela o abandonara. Talvez a única coisa que ela conhecia era o lado ruim da vida...será que algum dia ela fora amada?"
quinta-feira, 16 de junho de 2005
"Loucuras têm que ser feitas; não para magoar alguém, mas para que haja algum sentido no existir. Loucuras como as poesias. É preciso se viver poeticamente, e isso nada mais é do que abolir todos os códigos que regulamentam a nossa vida." Fernanda Yong Acho que já dei a minha cota disso na vida. Loucuras. Só que uma parte de mim pensa em não parar e outra parte insiste em me fazer frear. E 'EU', onde me encontro? Vi pela miléssima vez Lola-Corra-Lola, este filme me embriaga, me deixa pensativa sobre o que fiz e o que faço. E se eu tivesse feito determinada coisa diferente? Eu termino o filme pensando nos milhares de instantes que me fizeram o que eu sou e pensando que se tivesse feito uma mínima coisinha diferente, mesmo que ela parecesse insignificante, ela poderia ter mudado toda minha vida. Mas é óbvio que nada pode ser mudado, como dizia Cazuza - o Tempo não pára. Ele não corre pra trás e sim pra frente, rumo ao não sei o quê. Outro filme que se mistura em meus pensamentos é - A Dona da História. O 'EU' jovem me confrontando com o 'EU' mais velha. Guerra, brigas e discussões. O que exatamente eu falaria pra mim mesma anos atrás? O que eu faria diferente? Ou deixaria o tempo correr e vivenciaria tudo de novo? Eu ainda não tenho uma resposta pronta para estas questões. Muitas vezes sinto vontade de fazer o mesmo que a personagem fez no filme - me levantar e começar a gritar, botando tudo pra fora, tudo o que engoli por muito tempo na vida. É a tal "condenação à liberdade", de que Sartre tanto fala. Porque somos todos condenados a uma liberdade irrecusável e uma total responsabilidade por nossos atos. Condenados a ter que optar, optar, optar e nunca saber como seria se tivéssemos optado por algo diferente. "Escritores são seres muito cruéis. Estão sempre matando a vida à procura de histórias. Você me ama pelo que me mata. E se apunhalo é porque é para você, para você que escrevo." (Caio Fernando Abreu) Será que faço isso comigo mesma?
segunda-feira, 13 de junho de 2005
Algumas coisas são inevitáveis na vida. Tomar algumas decisões - muitas vezes rápidas; pensar na gente em primeiro lugar ou ser "egoísta"; seguir em frente - mesmo com vontade de ficar parada; nem sempre fazer o que o coração quer, mas o que deve ser feito; pensar racionalmente e não com o coração; machucar ou magoar quem a gente ama. Entre essas "coisas inevitáveis" eu ainda não sei a que mais me incomoda, já fiz tantas delas e em tantas vezes me arrependi, que agora, neste exato momento, eu não sei de nada. Só caminho...pra frente.
quinta-feira, 9 de junho de 2005
Acordei daquele jeito hoje - com a Macaca. Tô de saco cheio de me mandarem fazer mil coisas pois assim os meus mil problemas se resolvem. Tô de saco cheio de ter mil pessoas dando palpites na minha vida. SACO CHEIO. Que vontade de tirar férias do mundo, férias de São Paulo, férias dos problemas e até mesmo férias de mim mesma. Tédio, esta é a palavra do dia. Quanto mais eu tento descobrir onde está o botão do dane-se em mim, menos eu encontro. Será que o meu veio escondido ou em algum compartimento que até agora eu não descobri? Ou será que vim com defeito de fábrica e o meu passou batido.
terça-feira, 7 de junho de 2005
Eu que não sei falar Eu que não sei pedir nada Eu que nunca soube dividir Meu caminho é meio perdido Mas que este seja o destino, o mais limpo e claro que puder Pois perder será o meu melhor destino Agora eu não vou mais mudar Minha procura por si só Será que um dia eu encontro? Também não sei aonde vou e onde estou, mas seja lá o que for Que seja bom Pra mim que tudo era saudade, agora seja lá o que for. Mas, que seja bom Sei que sou forte e sei chegar, mesmo que eu perder o rumo
sábado, 4 de junho de 2005
Eu sinto saudades da minha infância. Ah! Como eu sinto. Quando eu caia me esfolava toda, voltava pra casa achando que ia apanhar ou tomar bronca, eu achava que isso era um problema. Quando eu brigava na escola, voltava pra casa toda arranhada, ficava com um medo danado de apanhar em casa, e achava que isso era um problema. Quando eu tirava nota baixa, ficava com medo de levar o boletim pros meus pais assinarem, eu achava que isso era um problema. Quando eu levava alguma bronca dos meus pais e emburrava, eu achava que isso era problema. Quando eu tinha mais de duas lições pra fazer e me atrapalhava toda, eu achava que isso era um problema. Quando tinha que escolher com quem eu ia brincar. Eu achava que isso era um problema. Quando um brinquedo quebrava, eu achava que isso era um problema. Quando eu tinha que estudar para uma prova, eu achava que isso era um problema. Agora eu que sou adulta sinto falta dos "problemas" da infância, sinto falta de correr pros braços dos meus pais e pedir colo. Sinto falta de família por perto. Sinto saudades de voltar pra casa para ouvir um sermão. Ouvir que eu sou importante e que perto deles nada poderá me acontecer. Sinto falta de mim mesma.
sexta-feira, 3 de junho de 2005
"O melhor sexo raramente é com a pessoa mais amada" Da Redação da UOL O Dia dos Namorados vem aí, mas a ciência acaba de jogar um balde de água fria em alguns sonhos românticos demais ao demonstrar que amor e sexo são coisas diferentes. Um estudo que será publicado na edição de julho do "The Journal of Neurophysiology" mostrou isso apor meio do escaneamento cérebro de pessoas que estavam na fase de começo de namoro. O lado direito do cérebro reage diante do amor. Já a atração sexual é vista do lado esquerdo do cérebro. E conclui: o amor mexe com sistemas de motivação e de busca de recompensa: a tão desejada reciprocidade. Segundo Henrique Del Nero, psiquiatra e coordenador do Núcleo de Ciências Cognitivas da USP fala sobre o assunto, este estudo revela uma faceta interessante ao mostrar que há três áreas cerebrais distintas que são afetadas quando alguém sente desejo sexual, paixão ou quando está vivendo um relacionamento duradouro. "São três coisas diferentes. Ao contrário do que se pensa, o melhor sexo nem sempre é com a pessoa que mais se ama. Eu já ouvi muito isso nos meus 23 anos de clínica", afirmou. A paixão, de acordo com ele, tem componentes interessantes, em termos de centros cerebrais ativados, que tem a ver com busca de beleza, de padrões estéticos. "Se a pessoa reparar bem, às vezes algumas características do alvo da sua paixão tem algum pedacinho do rosto que lembram alguma pessoa da família, remete a sensações muito primeiras de gratificação, de recompensa", explica. "Mas no fundo o que o estudo mostra é que o amor apaixonado é um primeiro momento de forte impulso de ter alguém, muito antes de procriar. Está dissociado do sexo. É um desejo apaixonado de conquistar alguma coisa. Tanto é que a gente fala que a gente é apaixonada pelo trabalho, é um impulso violentíssimo que deixa a gente muito focada. E não tem muito que ver com sexo e com outras razões", completa Del Nero. Sofisticação biológica O homem começa a se diferenciar dos outros animais pelo sexo. Nos somos seres muito antigos, se formos ver na escala evolutiva. "Nos animais, o primeiro motivo biológico do contato é a procriação. Nos animais existem ciclos, existe o cio. No homem, a natureza já inventou um cio que funciona o ano inteiro. Ele escolhe; ou seja, não é qualquer um. Os humanos são muito mais seletivos que os animais. Nós ganhamos com o sexo, o cio permanente e com a escolha, uma grande possibilidade de refinamento da prole. E podemos garantir que o parceiro fique por perto no tempo em que a fêmea fica inabilitada para certas funções", explica o psiquiatra. De acordo com ele, na medida que a sociedade se desenvolveu na sua formação de valores, leis, cultura e civilização, nós precisávamos de mais. Aí entra o comportamento de afiliação. Uma ligação que vale mais que o sexo. O ser humano sofistica a possibilidade de a união ser mais duradoura do amor terno e do amor companheiro, aquele que dura a vida toda. São etapas muito bem explicadas. Aliou o sexo ao amor e à relação estável. O lugar do sexo O que o estudo mostra é que pode-se amar uma pessoa e não sentir atração por ela e vice-versa. O desejo carnal, principalmente no homem, pode ser totalmente desvinculado envolvimento. "Devemos, sem banalizar o sexo, torná-lo uma coisa muito menos pesada que nos foi transmitido. Sexo é maravilhoso, belíssimo, deve ser totalmente liberado, no sentido de se livrar das amarras que cristianismo, as religiões e os sistemas colocaram para manter uma estrutura estável que era muito importante para o capitalismo", diz. Já paixão, continua o psiquiatra, é uma das coisas mais maravilhosas que existe. "Ela é rara. A gente não pode viver esperando por um banquete. Mas que às vezes intoxica. Tem que comer arroz e feijão também. A cultura nos ensina amar o possível, e a paixão é um pouco de amor por uma utopia." De acordo com ele, muitas vezes o amor se torna mais intenso quando não é correspondido. A incidência de quadros sérios de depressão sérias que vão parar em consultórios psiquiátricos, causadas por rejeição amorosa , é muito grande, só perde para perda de filho, separação e perda de emprego. Um amor premeditado é um amor pobre. Um amor ousado é intenso, apaixonante. Mas um amor inconseqüente pode ser perigoso. Acho que a rejeição entra nesse ponto. É a habilidade de não ser premeditado,m obsessivo e calculista, mas ao mesmo tempo é algo que não se consegue inibir porque é um impulso primitivo. "Os circuitos cerebrais que estão envolvidos em paixão tendem a ter um looping repetitivo, como criança que repete mil vezes a mesma coisa. Tenho um paciente que liga 50 vezes por dia para a namorada. Até um juiz e a polícia foram acionados, mas ele não consegue parar", conta. Para terminar o psiquiatra enumerou três modalidades que ele considera fundamentais no comportamento humano de afiliação (que o difere dos demais animais): "Tem o prazer corporal, o componente fortemente mental e espiritual e o terceiro, que é como aquela história de Platão, do carvalho que faz sombra por outro. Eles se protegem do sol excessivo. Quando um morre, o outro morre também. Nós temos a vida longa e nos protegemos os dois". É o amor duradouro. (Coisa para se pensar...)
quarta-feira, 1 de junho de 2005
A Pessoa Errada Pensando bem, em tudo que a gente vê, vivencia, ouve e pensa, não existe a pessoa certa pra gente Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade a pessoa errada Porque a pessoa certa faz tudo certinho Chega na hora certa, Fala as coisas certas, Faz as coisas certas, Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas Aí é hora de procurar a pessoa errada A pessoa errada te faz perder a cabeça Fazer loucuras Perder a hora Morrer de amor A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar Que é prá na hora que vocês se encontrarem A entrega ser muito mais verdadeira A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa Essa pessoa vai te fazer chorar Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas Essa pessoa vai te tirar o sono Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível Essa pessoa talvez te magoe E depois te enche de mimos pedindo seu perdão Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado Mas vai estar 100% da vida dela esperando você Vai estar o tempo todo pensando em você A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo Porque a vida não é certa, nada aqui é certo O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, Amando, sorrindo, chorando, emocionando, agindo, querendo, conseguindo E só assim é possível chegar àquele momento do dia Em que a gente diz: "Graças a Deus deu tudo certo" Quando na verdade, tudo o que ele quer É que a gente encontre a pessoa errada Para que as coisas comecem realmente funcionar direito pra genteComo é que se faz para corrigir um erro passado?. Algo já feito? Daqueles que só uma máquina do tempo ajudaria. Como é que se faz para dar stop em coisas ruins que te cercam? Será que parar o tempo ajudaria? Será que trancar esta vida numa caixa bem pequena para que ela não escape seria uma boa solução? Não creio. Teria que nascer novamente para tentar corrigir tantos erros, tantas dores causadas, tantas mágoas em quem não merecia. Se é que mágoas são para se merecer. Filme - Trainspotting Escolha sua vida. Escolha seu futuro. Escolha seu emprego. Escolha sua carreira. Escolha sua família. Escolha uma televisão enorme, um carro último tipo, celular e microondas. Escolha tudo isto e tente imaginar-se feliz, entre todas essas coisas, num domingo de manhã. Mas por que escolher só coisas como estas? Será que você sabe as razões? Ou será que é tudo uma questão de escolha?
quinta-feira, 12 de maio de 2005
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...É fácil se fazer apaixonar. São as pequenas coisas que fazem isso. Algumas tão pequenas que ficam insignificantes diante de alguns atos. Como se oferecer para segurar sua bolsa, mesmo que esta seja pequena e nem faça diferença no peso. Como um beijo roubado quando se menos espera. Um olhar cúmplice quando as palavras são proibidas. Como uma simples pergunta, querendo saber se você está bem. Ou até mesmo uma ligação quando menos se espera. É fácil se fazer apaixonar. Basta um pequeno elogio, ou de sua roupa ou de seu cabelo, mesmo que você saiba que nada foi mudado. Uma frase perdida no meio de uma conversa, daquelas papo cabeça ou um papo besteirol. E o cheiro? Ah, este é inesquecível, se for o cheiro certo a pessoa acaba sendo a certa.
quinta-feira, 12 de maio de 2005
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...É fácil se fazer apaixonar. São as pequenas coisas que fazem isso. Algumas tão pequenas que ficam insignificantes diante de alguns atos. Como se oferecer para segurar sua bolsa, mesmo que esta seja pequena e nem faça diferença no peso. Como um beijo roubado quando se menos espera. Um olhar cúmplice quando as palavras são proibidas. Como uma simples pergunta, querendo saber se você está bem. Ou até mesmo uma ligação quando menos se espera. É fácil se fazer apaixonar. Basta um pequeno elogio, ou de sua roupa ou de seu cabelo, mesmo que você saiba que nada foi mudado. Uma frase perdida no meio de uma conversa, daquelas papo cabeça ou um papo besteirol. E o cheiro? Ah, este é inesquecível, se for o cheiro certo a pessoa acaba sendo a certa.
quarta-feira, 30 de março de 2005
Eu o deixei ir... Passou, você se foi e não fiz nada para evitar isso. E o engraçado é que tudo só dependia única e exclusivamente de mim. Eu sempre sou que você me amava, por inúmeras vezes você deixou isso bem claro, não com palavras, mas com carinho, cuidado - estava escrito. E eu o deixei ir, não fiz nada. Talvez covardia, talvez medo daquilo que eu sinto. Medo. Foi exatamente isso, medo. Eu o deixei ir. Culpa minha, eu permiti isso, facilitei o que já era esperado. Num impulso eu cheguei bem perto de dizer que o amava, que era você quem eu realmente queria. Neste mesmo impulso cheguei perto da sua casa, mas tive medo, ele de novo - o medo. Peguei o celular, olhei teu nome e não tive coragem. Eu ainda não disse tudo o que queria dizer. Ainda não fiz tudo o que eu queria ter feito. Ainda não vivi tudo o que queria ter vivido. Talvez eu me culpe por uma vida, talvez eu sinta a dor da perda por uma vida, talvez não seja nesta vida que ficaremos juntos. Mas, eu não acredito em outras vidas, então minhas dores eu terei que suportar nesta. A falta é grande, ainda sinto o seu cheiro quando fecho os meus olhos ao dormir. Ainda sinto falta do seu toque. Ainda sinto o gosto da tua boca na minha. Ainda sinto o seu calor perto do meu corpo. Ainda guardo sua lembrança dentro de algo que lhe é por direito - no meu coração.
quinta-feira, 24 de março de 2005
Mudar de vida, de casa, de relacionamento, de roupa, de visual, tudo isso nunca me agradou muito, mas a vida é assim - uma eterna mudança. O complicado, sou eu querendo me empenhar em me acostumar com as mil mudanças que estão acontecendo de uma vez só com minha vida. Confesso que gosto do mesmo, do ficar como estar pra ver como é que fica, mas minha ansiedade nunca me obedece. Pensar no aqui e no agora, me irrita, prefiro pensar no amanhã. E se eu puder resolver o hoje, ontem melhor ainda. Meio contraditório? Que nada, tem tanta coisa que é pior na vida e a gente nem se dá conta disso.
terça-feira, 8 de março de 2005
Como mandar num coração que não quer saber te ouvir? O que fazer quando sua cabeça pensa de um modo e seu coração reage de outro? Filósofos, psicólogos, psiquiatras, professores e até cientistas nunca conseguiram detalhar e resolver estas perguntas. Sobre o mais intimo daquilo que se sente. Explicações que muitas vezes nem precisam ter sentido. Outras mil perguntas neste mesmo sentido - o coração, podem ser feitas a todo momento e continuar sem a mínima resposta.
sábado, 26 de fevereiro de 2005
Será que sou capaz? autor desconhecido Reclamei em longos meses de uma solidão que me doía. De uma mágoa que me pertencia. Eu não me abria... Aos poucos eu aprendia. E fiquei a sós. Mas não era mais uma solidão. Descobri que estava comigo. Às vêzes pensamos que estar só é estar sozinho. Mas estar sozinho tem uma outra dimensão. Me perguntam: - Você esta sozinho? Com um sorriso eu respondo: - Estou comigo. Fico imaginando como seria não estar comigo. Com certeza estaria sozinho mesmo. Fiquei comigo, na maior intimidade e descobri um certo prazer. O prazer da aventura, e este tinha a sua graça. Eu vou para onde quero, e na hora que eu quero. Parece que me conquistei definitivamente. No silêncio. Num silêncio interior, onde minha alma me dizia, as minhas reais necessidades... De tarde, andando pelas ruas do centro vi uma centena de pessoas. Todas apressadas, e me fiz uma pergunta: Tantas pessoas, tantas afinidades, e eu??? Tantas pessoas, quanta diversidade, e eu??? Quantas pessoas, quantos sabores, e eu??? Nossa!!! Sabores, afinidades, toques, beijos, e Eu??? Gritei comigo. Resolvi me abrir. Percebi a variedade de experiências que eu poderia ter. Não experimentaria de tudo, como um louco. Não sairia com qualquer um. Somente uma atitude interna de me abrir... Mas não era mais, somente porque necessitava de alguém ao meu lado. Eu queria porque eu gostava, não porque precisava. Eu queria a experiência... Poderia ser até mesmo a monogamia sucessiva. Só para não ficar no medo e na imaginação do "Felizes para Sempre" Vou me mexer!!! Vou expandir!!! Nossa como é bom expandir!!! Sinto que aumenta a minha consciência. Meu interior se preenche e se dilata. E eu sou mais Eu. Quando me permito, sem maldade, conhecer de fato o outro.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005
Me perguntaram do que eu sinto falta. Na hora eu não soube responder, fiquei pensativa por alguns minutos. Aliás estes minutos se prolongaram por horas e me tomaram o dia todo. Eu sinto falta de muita coisa. Sinto falta de família perto, sinto falta de segurança, sinto falta de carinho, sinto falta de ser um algum que um dia eu já fui. Sinto falta de sonho doce, sinto falta de bola queimada na rua, sinto falta de gemada. Sinto falta de subir em árvore, sinto falta de amigos mais perto de mim. Eu sinto falta de algo que ainda não vivi, sinto falta de ser alguém mais calmo, sinto falta de ler mais sobre mais coisas. Sinto ainda uma falta imensa de mim mesma.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005
É preciso saber sempre quando se acaba uma etapa da vida. Se insistimos em permanecer nela, depois do tempo necessário,perderemos a alegria e o sentido do resto. Fechando círculos, fechando portas ou fechando capítulos, como queira chamar, o importante é poder fechá-los, deixar ir momentos da vida que se vão enclausurando. Terminou seu trabalho? Acabou a relação? Já não mora mais nessa casa? Deve viajar? A amizade acabou? Você pode passar muito tempo do seu presente dando voltas ao passado, tentando modificá-lo... O desgaste será infinito, porque na vida, você, seus amigos, filhos, irmãos, todos estamos destinados a fechar capítulos, virar páginas, terminar etapas ou momentos da vida, e seguir adiante. Não podemos estar no presente sentindo falta do passado. O que aconteceu, aconteceu. Não podemos ser filhos eternamente, nem adolescentes eternos, nem empregados de empresas inexistentes, nem ter vínculos com quem não quer estar vinculado a nós. Os acontecimentos e as pessoas passam por nossas vidas e temos que deixá-los ir! Por isso, às vezes é tão importante esquecer de lembrar, trocar de casa, rasgar papéis, jogar fora presentes desbotados, dar ou vender livros... Na vida ninguém joga com cartas marcadas,e a gente tem que aprender a perder e a ganhar. O passado passou: não espere que o devolvam. Também não espere reconhecimento, ou que saibam quem você é. A vida segue para frente, nunca para trás. Se você anda pela vida deixando portas "abertas", nunca poderá desprender-se, nem viver o hoje com satisfação. Casamentos, namoros ou amizades que não se fecham, possibilidades de "regresso" (a quê?), necessidade de esclarecimentos, palavras que não foram ditas, silêncios... Fazer a faxina emocional e arrumar espaço nas gavetas do futuro para o novo. Não por orgulho ou soberba, mas porque você já não se encaixa alí, naquele lugar, naquele coração, naquela casa, naquele escritório, naquele cargo... Você já não é o mesmo que foi há dois dias, há três meses, há um ano...portanto, nada tem que voltar. Feche a porta, vire a página, feche o círculo! Você nunca será o mesmo, e nem o mundo à sua volta, porque a vida não é estática. Faz bem à saúde mental cultivar o amor por você mesmo, desprender-se do que já não está em sua vida. Lembre-se de que nada, nem ninguém, é insubstituível, isso pode acontecer e acontece. É um trabalho pessoal aprender a viver com o que dói, deixar-se ir e aprender a desprender-se. E isso o ajudará definitivamente a seguir para a frente com tranqüilidade. Essa é a vida que todos precisamos aprender a viver...
domingo, 6 de fevereiro de 2005
Solidão Eu ainda não sei lidar muito bem com a minha solidão. Este talvez seja um dos meus maiores defeitos - é claro que antes dela vem a teimosia, mas lidar com a minha solidão é complicado. Tento de tudo para fugir, driblar, sonegar, mas quando ela chega é quase que impossível não ter dores ou querer que o chão se abra aos meus pés. Nestas horas mesmo estando no meio da Marquês de Sapucaí na hora do desfile da Mangueira, eu me sinto só. Que saco quando alguém te julga por 5 minutos de erros que você cometeu e nem leva em consideração toda uma vida. Que saco quando você precisa ser alguém que você nunca vai ser. E que coisa mais incomoda ter que agradar alguém que você nem faz questão de dirigir a palavra. Convenções que nunca mudam. E quem foi que inventou estas porcarias de regras? Ou sei lá que nome dar a isso. Eu tenho o meu jeito e não pretendo mudá-lo, eu me conheço, sei que quando faço algo sem muita vontade meu rosto me denuncia. Um dia ainda faço teatro para aprender a disfarçar melhor.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2005
Paixao - Kleiton e Kledir Amo tua voz e tua cor E teu jeito de fazer amor Revirando os olhos e o tapete Suspirando em falsete Coisas que eu nem sei contar Ser feliz é tudo que se quer Ah! Esse maldito fecho eclair De repente a gente rasga a roupa E uma febre muito louca Faz o corpo arrepiar Depois do terceiro ou quarto copo Tudo que vier eu topo Tudo que vier, vem bem Quando bebo perco o juízo Não me responsabilizo Nem por mim, nem por ninguém Não quero ficar na tua vida Como uma paixão mal resolvida Dessas que a gente tem ciúme E se encharca de perfume Faz que tenta se matar Vou ficar até o fim do dia Decorando tua geografia E essa aventura em carne e osso Deixa marcas no pescoço Faz a gente levitar Tens um não sei que de paraíso E o corpo mais preciso Do que o mais lindo dos mortais Tens uma beleza infinita E a boca mais bonita Que a minha já tocou
sexta-feira, 14 de janeiro de 2005
N.Ã.O Mal começou o ano e já tem um monte de assuntos e problemas para resolver, adoraria ir para uma ilha deserta e ficar lá pelo menos uns 6 meses. Sem telefone, e-mail, contas, e pessoas me irritando o tempo todo. Será que um dia eu vou ter paz. Palavrinha complicada e difícil de aparecer. Entrei o ano achando que ia encontra-la, mas até agora nada. Será que o Ser Humano não entende o significado da palavra NÃO? Não deve ser complicado, você ouve – NÃO e assimila só isso. Simples assim. A complicação deve estar em saber ouvir, ou então em saber compreender que o NÃO é uma forma de você se defender daquilo que te incomoda, daquilo que você quer evitar, ou simplesmente não gosta para sua vida. São só 3 letrinhas com um significado extremamente forte – NÃO. E quando falado de corpo e alma é um grande alivio ao espírito – NÃO. Entrei o ano dizendo NÃO para uma tonelada de coisas que me incomodam e quem sabe pelo menos até o carnaval eu consiga com os meus “NÃOs” a paz que eu desejo.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2004
Como explicar, vai saber o que rola na cabeça de uma mulher quando o frio bate e entra sem querer sair. Não é aquele que vem acompanhado do inverno, mas aquele que toda mulher sabe e sente sem aprender na escola. Deliciosamente frio. Nada de belo, nada de excepcional, nada de perfeito, apenas é aquilo e aquele que te faz sentir este frio. Coisas que talvez nem o coração saiba explicar. Será a voz? Será o jeito de como o é? Será o modo como lança um olhar? Vai saber o que é. Mas também pra quê perguntar. Quem deseja saber se o delicioso é somente sentir e degustar esta maravilhosa sensação.
domingo, 5 de dezembro de 2004
Tem algumas frases que eu simplesmente adoto como minhas e não me saem da cabeça: - "tô com sintomas de saudades..." (música de Marisa Monte) - "...o meu olhar vai dar uma festa..." (música de Elza Soares) - "...eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia de silêncio e de luz..." (música de Lulu Santos)
sexta-feira, 26 de novembro de 2004
A febre - Natal e Ano Novo está chegando. Nunca me senti bem perto do Natal, fico deprimida e triste. Final de ano pra mim é sempre para reflexão. Daí, eu chego a conclusão de que nada está concluído. Depois chegam as faltas. Sinto muita falta de algumas pessoas que eu amo, mas que por mil motivos não estão tão perto quanto deveriam estar. Depois delas eu reflito e vejo que preciso falar algumas determinadas frases para outras determinadas pessoas. É muito complicado dizer o que se pensa às vezes. Eu sempre acabo dizendo metade daquilo que queria dizer. A outra metade eu mando goela a baixo, e o pior é que sempre engasgo. Sempre troco palavras e pontuo errado os meus sentimentos. Que porcaria. Fico pensando que se o mundo fosse escrito e não falado, eu me daria muito bem. Sempre me expressei melhor com palavras escritas do que com as faladas. Toda vez que abro minha boca para tentar consertar algo errado que fiz, cometo um erro ainda pior. Final de ano me remete a pensar. Pensar sobre a minha vida, e me preocupar com a vida de quem eu amo. Tenho mil dúvidas ainda, sobre trabalho, sobre amigos e sobre o amor, acho até que nunca vou conseguir resolve-las ou pelo menos entende-las.
domingo, 21 de novembro de 2004
"as vezes parecia que de tanto acreditar em tudo que achavamos tão certo...teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais...faríamos floresta do deserto...e diamantes de pedaços de vidro "...Mudanças Moro sozinha a tanto tempo que ainda não sei se vai dar certo. Mas, tem coisas na vida que são inevitáveis, entrego a minha casa no final de dezembro e parto para um futuro novo, meio incerto, mas novo. Nunca me adaptei a mudanças bruscas de vida, engraçado que sempre me achei e até alguns amigos me vêem meio camaleão, sempre mudando e se adaptando a tudo e todos. Mas é somente a visão dos outros não a minha. Amo ficar no meu canto, curtindo minhas coisas, meus vídeos e meus livros. Só eu e o Nada. Somos companheiros intensos. Aliás este Nada sempre esteve perto de mim, em grandes e míseros momentos de minha vida, lá estava ele o Nada. Tem gente que se assusta em ficar sozinha, eu não. O que me assusta é a companhia de outro Ser Humano (acho que é por isso que amo os bichos). Eles te amam e pronto nada mais querem em troca. Eu quero muito começar 2005 com a cabeça legal, sem grilos ou preocupações. Talvez eu volte pra casa, talvez eu vá para mais longe, talvez eu saia do país, tem tanto talvez que...espera...eu só vou resolver...talvez no final de dezembro...tem tempo. E este tempo é só meu.
sexta-feira, 19 de novembro de 2004
Aviso que criei meu blog somente para poder me expressar sem repressões, castrações ou qualquer - NÃO PODE, vindo de editores, chefes e afins...enfim, pessoas que de uma forma ou de outra insistem de castrar as palavras - escritas ou faladas de um Ser Humano que AMA a escrita...(mero desabafo...) Esta matéria saiu no site Comunique-se dia 18/11/2004 Jornalistas com blogs pessoais: mais uma polêmica Mario Lima Cavalcanti Já perdi a conta de quantos casos de jornalistas demitidos/afastados por terem weblogs pessoais ocorreram. Aliás, do meu ponto de vista, se um jornalista não postar coisas relacionadas ao que se passa dentro da empresa onde trabalha, digo, coisas sigilosas, não vejo problema algum em ele ter o seu blog pessoal. Esse é o toque dado também pelo jornalista e editor do Poynter.org Steve Outing não só para profissionais de veículos noticiosos, mas para profissionais de qualquer área. Outing destacou inclusive, no post Blog Trouble, o exemplo de uma aeromoça de 29 anos da Delta Airlines que mantinha um weblog pessoal sobre suas experiências no trabalho. Quando ela começou a postar fotos suavemente ousadas dela mesma, a empresa a demitiu. Outros exemplos foram citados nesta quarta-feira pelo The New York Times. O jornal publicou uma reportagem demonstrando que blogs pessoais podem colocar a profissão de um indivíduo em risco quando ele escreve sobre seu trabalho (para ler a reportagem no New York Times é necessário se registrar no site do jornal). A não ser que uma empresa jornalística seja retrógrada e não admita em hipótese alguma que seus funcionários escrevam para outro lugar - mesmo um blog pessoal - vejo que os principais problemas vistos pelas empresas sejam: 1. escrever para veículos concorrentes; 2. misturar trabalho com conteúdo pessoal (pois pode ferir a imagem da empresa); Escrever para veículos concorrentes pode ser realmente pesado e até considerado antiético por muitos veículos - ainda mais se tal proibição já estiver sido previsto em contrato. Mas, pelo fato de estarmos no Brasil, país infelizmente com uma frágil economia devido a toda a roubalheira que existe por aí e devido ao nosso cenário político cada vez mais umbiguista, os veículos contratantes deveriam encarar a publicação de um artigo de seu funcionário em outro veículo como uma renda a mais para este no final do mês. Ou por que não encarar como um crescimento profissional, como expansão da experiência de seu funcionário? Apesar também de estarmos vivendo um momento cada vez mais hierárquico e frio, onde muitas pessoas andam na rua como robôs e só tem olhos e ouvidos para seu ciclo de amizades, mantendo a ética e conversando um pouco com os proprietários do veículo contratante, acho que tudo se resolve. E isso não serve só para weblogs pessoais, mas para qualquer veículo ou trabalho paralelo similar em que um contratado esteja envolvido. Crescimento como ser humano; crescimento profissional; crescimento com o próximo. Nem a tecnologia e nem simbologias muitas vezes podres e materialistas podem nos fazer esquecer que, antes de tudo, somos seres humanos. Como o assunto é realmente polêmico, queria ouvir a opinião de vocês. Utilizem o formulário abaixo para postar comentários. Até a próxima.
sexta-feira, 22 de outubro de 2004
Sobre a Morte... Morte...injusta? Sim? Não? Pra quê a gente precisa passar por isso? Assisti a um filme em que as pessoas ao chegarem numa determinada idade eram levadas para um local onde ficariam o tempo que ainda restasse de vida. Nenhum familiar ou pessoas conhecidas veria aquela Ser novamente. Havia até um ritual de despedida. Alegre, festivo e sem lágrimas. Era morte também, não no sentido em que conhecemos, mas pra mim aquilo significou morte. Nunca mais ver alguém que você ama. Alguém que conviveu com você. Te viu crescer, conquistou coisas junto e até te incentivou em vários momentos de sua vida. Ver este alguém morrer? É justo? Eu acredito que não. Talvez eu seja egoísta nisso também e prefira as pessoas que eu ame sempre junto de mim. Não gosto de ter que passar por esta dor – perda. Sinto muito a falta de pessoas que eu amo e já se foram. Falei AMO? É, elas se foram mas ainda estão em meu coração.
terça-feira, 19 de outubro de 2004
Parei... Parei total neste feriadão. Parei de pensar em trabalho. Parei de pensar em mestrado. Parei de pensar em problemas. Parei...simplesmente parei até de pensar em mim. Puxei meu freio e resolvi estacionar em local permitido. Relaxei, descansei, parei no tempo, lugar e espaço. Parei de achar que tudo depende única e exclusivamente de mim. Parei de achar que sou só eu que devo resolver tudo e dar resultado a todos. Parei. E por incrível que pareça estou calma e querendo que o mundo acabe num barranco para ficar encostada nele. Eu estava de saco cheio de ouvir mil cobranças, mil problemas que não eram meus, mil preconceitos, e mil coisas que no final nem me pertenciam...mas eu ouvia...e continuava sem solução. Adorei este feriado...fiquei me namorando e me permiti ficar comigo mesma, e sabe de uma coisa?...foi MARAVILHOSO.
quinta-feira, 7 de outubro de 2004
Por que será que tem coisas que a gente nunca vai conseguir resolver nem entender, mas que nunca, mas nunca irá sair do seu coração? Ando meio racional ultimamente, queria que todas as questões do coração fossem resolvidas num estalar de dedos, assim e pronto, fim. Penso sobre um monte de coisas que me apertam o peito e teimam em me deixar viajando em meus pensamentos. “Tenho saudades de algo que ainda não vivi”, li esta frase em algum lugar e ela não me sai da cabeça, perambula em meus pensamentos, insiste em habitar minha mente. Invade o meu coração e tão cedo não vai pedir a conta. O pior é que nem usou toda a consumação e ocupa uma mesa inteira. Viagem né? Pois meu coração está assim...viajando...apertado...doído.
domingo, 19 de setembro de 2004
Política X Trânsito ou ? São Paulo é uma cidade caos em se tratando de trânsito. Agora então com a chegada das eleições à coisa piorou 98% segundo as pesquisas de boca de urna. Dirigir pelas ruas de Sampa e tentar ser um motorista calmo ficam quatro pontos acima e quatro pontos abaixo na margem de erro do IBOPE. Quando se quer entrar a esquerda na Ponte o PMDB sempre atrapalha. Deparei-me um dia com dois cruzamentos, um à esquerda no PFL e outro mais à frente no PV, nada que uma manobra ilegal no PT não me tirasse desta confusão. Estacionar em fila dupla nem pensar, pois tem sempre dois ou três vereadores colados a sua frente e mais cinco na sua traseira. E quando entramos na famosa Marginal Tiête e pela Lei da Física queremos colocar o carro no meio da pista expressa? Esta é praticamente inviável, pois Maluf, Serra, Marta e a Erundina brigam pela posse da mesma. Visualize a marginal às 18hs numa sexta-feira, véspera de feriado - caos completo. Mas, segundo informações das assessorias e dos marqueteiros teremos o privilégio de temos uma via expressa com Céu saúde, médicos 24 horas e belas obras faraônicas. Tudo isso em plena Marginal Tiête. Vai ser divertido, cansou, se estressou, pare tome um calmante ou vá medir sua pressão – Peroba neles. Chego até a pensar que o Aero Trem do Fidelis poderia ser a solução para o trânsito de São Paulo.
quinta-feira, 2 de setembro de 2004
Cansaço Tenho a nítida impressão que vou pifar a qualquer momento. E não é por bateria fraca ou por falta de pilha. É cansaço mesmo. Meu dia deveria ter umas 48h, e olha que nem assim eu daria conta de tudo o que tenho que fazer. Vou dormi pensando no que preciso fazer no dia seguinte. Coloco a cabeça no travesseiro tentando lembrar de todas as tarefas que preciso completar no dia seguinte. Me viro na cama achando que se dormisse menos todas as minhas coisas estariam resolvidas, daí durmo com vontade de acordar. Resultado, eu não durmo direito e não faço nada direito. Precisaria de umas 72h para dormir sem parar. Nada de celular, nada de telefone tocando, nada de gente me enchendo ou reclamando, nada de problemas, nada de compromissos, nada de aulas, nada de pessoas chatas no meu pé. Resumo da ópera – PAZ, pela bagatela de 72h. Onde eu consigo isso? Alguém pode me dizer? Ando me esquecendo de tudo até de como se escreve o meu tão querido português. Ultimamente preciso anotar tudo, até a hora em que vou tomar banho. Se a minha agenda não estiver aberta o tempo todo eu esqueço até de abri-la. Tenho a sensação de algo dentro de mim está para pifar ou se desconectar a qualquer momento e não sei o que posso fazer para que isso aconteça. Só está semana já perdi tanta coisa por não ter anotado ou não saber onde coloquei que nem me lembro o que foi que perdi. Ahhh!!! Então preciso anotar que escrevi este texto, pois corro o risco de .....do que mesmo?
segunda-feira, 30 de agosto de 2004
Preciso controlar minha impulsividade. Faço tanta coisa por impulso que nem sempre é o certo ou o mais sensato a se fazer. Entre mil defeitos que tenho este é um dos que mais me preocupam. Até passo a imagem de sou pé no chão, mas quando eles - os impulsos chegam..."saio de mim" e entro numa outra pessoa incontrolada. Mas, como as pessoas me vêem? Isso me veio a cabeça hoje. Será que correspondo ao que os outros acham ou pensam de mim? Por outro lado pra quê preciso me preocupar com isso? É somente uma simples opinião, talvez nem seja coletiva. Apareceu um teste (bobo), mas não resisti e taí a resposta...pode ser. 51 A 60 PONTOS: Outros o vêem como uma pessoa animada, de personalidade altamente volátil, bastante impulsiva; um líder natural que é rápido tomar decisões, entretanto não sempre certa. Eles o vêem como tipo arrojado e aventureiro, alguém que tentara qualquer coisa uma vez; alguém que se arrisca e desfruta uma aventura. Eles gostam de estar em sua companhia por causa da excitação, você irradia.
segunda-feira, 16 de agosto de 2004
15h24 - domingo Quem disse que coração não dói? Quem disse que não existe aperto no coração? Mentiu. Ele dói e é mais que dor física, daquelas que remédio nenhum cura ou ameniza. Estou voltando pra casa em São Paulo e a dor aumenta. Tenho saudades. Saudade do que não vivi, saudade do meu passado, ingênuo, saudade do que perdi, saudade do meu pai – 5 anos hoje. Minha amiga me levando até a rodoviária a sessão nostalgia baixou. Vinte anos de amizade, músicas rolaram no rádio – “astronauta de mármore”. Minha adolescência, ingênua, pura, sem malícia, mas feliz. Hoje, conto os momentos e analiso minhas felicidades. Coisa de quem cresceu, mas ainda não queria. O banco da rodoviária está gelado e senta ao meu lado um senhor de meia idade. Vejo sua expressão, ela me parece cansada, penso em mim no amanhã. Tenho vontade de tanta coisa e outras tantas não. Mas estas me são colocadas em todo momento. O ônibus chega e me paga chorando. Me pegou na nostalgia de meus pensamentos. Quem me olhasse naquele momento saberia que eu tinha dores, chorava por elas. Dúvida e saudade. A vontade de ficar se contradiz com a vontade de ir embora. Chorei quilômetros, chorei por antes de tudo, chorei pelo durante e chorei pelo que está por vir.
segunda-feira, 2 de agosto de 2004
Grande ajuda A capacidade que eu tenho de ser grossa e estúpida é impressionante. Ta, tudo bem, não é sempre, mas quando me baixa este meu lado...saiam da frente, viro um trator. O pior que eu juro que tento me controlar sobre isso, mas ainda sou vulnerável – pena. Acabo machucando quem não merece. Outro lado meu que preciso trabalhar mais é a minha tolerância. Ando perdendo ela e nem sei onde a coloquei. Daqui a pouco vou perder minha auto confiança, meu bom humor, meu sono. Só espero que eu não perca minha capacidade de amar. Com tantas perdas vai ficar difícil conseguir achar tudo isso. Vou ter que procurar minuciosamente dentro de mim. Ou talvez por prevenção, trancar a sete chaves para não escaparem, mas como? Como é que se passa a chave em sentimentos e sensações como as que citei? Se alguém souber me avise, vou agradecer.
sexta-feira, 23 de julho de 2004
Simples pensamentos... Ando tão afastada daquilo que mais amo na vida - escrever. Tento conciliar meu tempo, mas meu dia deveria ter mais do simples 24hs. Queria conseguir ser muito mais regrada do que sou. Tenho tantas idéias que quero colocar em prática ainda este ano que 12 meses também são pequenos para tanto. Então preciso correr, pois o ano já está na metade e eu aqui, pensando sobre a vida.
quinta-feira, 29 de abril de 2004
Sarcasmos à parte: Salário Mínimo Múltiplo Micro Comum R$ 260,00 de salário? Nossa? Esta é a quantia do novo salário mínimo brasileiro. Precisamos ter cuidado com todo este dinheiro ao recebemos nosso contra-cheque. Sacar uma quantia tão alta na boca do caixa será de agora em diante, algo de muito perigoso. Como farei esta proeza? Quem sabe contratar uma empresa de segurança para nos acompanhar até o banco mais próximo? Mas o salário de cada profissional gira em torno de R$ 7.500,00 (segundo uma fonte duvidosa), então esquece a empresa de segurança. Quem sabe contratar só um segurança para ficar ao meu lado no banco, aqueles estilo guarda-roupa? Mas o salário dele pode me custar em torno de R$ 1.500,00 (segundo a mesma fonte duvidosa), ainda não vai dar. Quem sabe contratar um cão feroz para me acompanhar? Mas este animal me custará R$ 500,00 o dia? E se o pobre animal ficar cansado com a fila e resolver descontar sua ira nos demais felizardos assalariados? Terei que custear todas as mordidas oferecidas pelo cão...esquece. Quem sabe pedir para algum gentil amigo desempregado? Posso oferecer um trocado pela “gentileza”. Mas, se ele está sem trabalho precisa mais do que uns meros trocados. Fico com pena e repasso meu rico salário a ele...acho que também não vai dar. Quem sabe posso voltar do banco correndo (para não atrair os punguistas, assaltantes e afins)? Tenho asma e somando a última conta da farmácia, mais o valor descontado do SUS...ainda não vai dar. Quem sabe eu deixo esta farta quantia no banco e aplico em algo rentável? É no mês passado o gerente me avisou que gorjeta ele não poderia aplicar...esquece. Tento, tento e tento, mas não consigo chegar a uma solução para o meu problema. Esquece. Acho que vou pedir pra Maria lá de casa ir comigo até o banco mais próximo. Assim tenho uma boa companhia e que adora o cachorro quente que é vendido na esquina do banco, e o melhor só me custará R$ 1,00 (cada cachorro).
domingo, 25 de abril de 2004
Perdão Vou mexer em algo meio perigoso – crenças. Recebi uma mensagem sobre o perdão, li e não concordei com nada. Mensagem esquisita pregando o que devemos e o que não devemos. Pera ai, se cada um tem a sua crença, ou seja, cada um acredita naquilo que melhor lhe convém, onde está escrito que as leis “divinas” devem ser generalizadas? Fiquei completamente sem ação lendo o texto e completamente indignada. Eu não preciso seguir nenhuma imposição dita ou regida por nada e por ninguém, pois faço e acredito nas minhas próprias crenças (e podem me chamar de arrogante, não me preocupo com isso...). “Errar é humano, perdoar é divino”, esta frase pra mim é o fim. Dá a impressão que tudo será jogado nas mãos do “divino” e tudo o que for feito em Terra será perdoado. Meio cômodo isso. Matei e por isso serei perdoada. Soneguei e serei perdoada. Pra mim este pensamento é podre. No Michaelis o significado da palavra perdão é: remissão de uma culpa, dívida ou pena; indulgência; desculpa. Obtêm-se desculpas talvez da boca pra fora, mas e quanto à remissão da culpa pelo erro cometido? O peso da consciência pelo próprio ato? Isto daria algumas boas horas de discussão. Pra mim, mais do que conseguir o perdão de alguém que lesei é conseguir o meu próprio perdão. Dormir um sono tranqüilo. Respirar aliviada. Poder olhar nos olhos do outro com paz de espírito. Perdão é algo subjetivo, algo que cada um pede e exige como quiser. É primo do gosto, inimigo da justiça, vizinho do bem-estar.
segunda-feira, 19 de abril de 2004
Um dia daqueles... Este não um título de livro (se bem que já existe um com este nome), mas confesso que este foi ou está sendo um dia daqueles. Dormi mal. Acordei atrasada. Resolvi fazer café, derrubei água quente em minha calça, troquei de roupa. Quando o café ficou pronto derrubei ele todinho na minha roupa, toca trocar de roupa de novo. Fui para esquina esperar meu ônibus que resolveu demorar 1h23min., isso sem contar que na rua onde espero o dito, trabalham “pessoas de vida fácil” que ao meu ver não tem nada de fácil. No período em que fiquei plantada esperando o infeliz passar foram três paradas, duas perguntas: quanto é? Quatro buzinas de caminhão, um deles mencionou um adjetivo que me recuso a repetir e por fim um motoqueiro me oferecendo carona. Antes de chegar na faculdade o ônibus furou o pneu. No campus subi as escadas até o quarto andar, ufa, correndo, tropecei e me estatelei no chão. Tentei me recompor e entrei na sala. Sentei e percebi um burburinho estranho e diferente. Era o sotaque francês do professor que entre 4 palavras eu tentava decifrar 5. A aula demorou tanto a terminar que cochilei. Acordei com o professor na minha frente me fazendo uma pergunta que eu prontamente confirmei com a cabeça...pânico geral. Após a aula pausa para o almoço e é claro derrubei a bandeja em cima de mim. Ao sair no final da tarde, São Pedro resolveu me contemplar com o mundo desabando em minha cabeça. Agora? O que estou fazendo? Rezando para Santo Expedito, afinal depois de um dia desses preciso de proteção...
terça-feira, 13 de abril de 2004
Meus olhos... A cirurgia estava marcada para as 18hs, o médico chegou logo depois que eu tinha me acomodado na sala de espera. O dia em São Paulo estava desabando, tamanho era a quantidade de chuva que caia lá fora. Não demorou muito e uma enfermeira chamou meu nome – errado, como de costume. Entrei numa sala, assinei alguns papéis, para ficar ciente da cirurgia (estranho, eu já sabia dos possíveis riscos). Vesti toda aquela roupa estranha e entrei numa sala mais estranha ainda. Pingaram colírio anestésico e pronto já comecei a ver tudo cheio de nuvens e com imagens tortas. Deitei na cama, que alias girava e o médico já estava sentado me esperando. Tamparam o olho direito e colocaram um aparelho para não deixar meu olho esquerdo piscar – aflição. E pinga colírio. Vendo tudo com detalhes percebia que tinha agulhas, líquidos e uma espécie de cotonete que passava a todo o momento no meu olho. Ao todo esta agonia entre tapa um olho, pinga colírio, cutuca, tapa o outro, mais colírio, não mexe a cabeça, mais colírio, cutuca mais um pouco, barulho de um motor estranho, cheiro de queimado, foram cerca de meia hora dentro da sala de cirurgia. Ufa !! O maior alívio quando tudo isso terminou e eu saí da mesa de operação. Mais alívio ainda quando cheguei em casa e consegui ler uma palavra muito pequena. Tenho a impressão que tudo tem mais cor, mais vida. Eu não tenho na memória a minha imagem sem óculos e nem ao menos me lembro de mim mesma sem óculos e agora me acostumar com uma nova visão me parece meio assustador. Sempre tive a sensação de que as pessoas viam o mundo como eu via, me enganei. Tudo hoje é muito surpreso pra mim, eu nem ao menos sabia qual eram a cor de meus olhos. Agora é vida nova, ou melhor, olhos novos e ver o mundo de uma forma muito melhor....ou pelo menos mais vivo.
segunda-feira, 12 de abril de 2004
Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo... E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio.
Kierkgaard
sexta-feira, 2 de abril de 2004
01 de Abril Quero informar aos leitores deste blog que a partir de hoje encerro minhas atividades. Aliás, informo também que acabei de saber que fui à única ganhadora da mega-sena, e o valor do prêmio é tão alto que quase enfartei. Ainda não sei se vou investir em imóveis, ações, ouro, ou simplesmente comprar uma cobertura no Morumbi, uma mansão em Alphavile e uma Ferrari, e depois disso sair numa pequena viagem ao redor do mundo e relaxar um pouco. Dia da mentira. Quem em sã consciência nunca mentiu? Quem nunca contou uma mentira por mais pequena que seja (aliás, mesmo sendo pequena é uma) que atire a primeira pedra. Isso é impossível. Muitas vezes ela é contada para evitar um sofrimento, mas, de quem seria o “direito” de determinar quem vai sofrer? E se este alguém quer sofrer, mesmo que inconsciente? Talvez este “alguém” precise “sofrer” para aprender ou apreender algo. “Mentira tem perna curta” sempre se ouve esta frase, mas o que eu senti na pele é que mentir machuca, não só para quem utilizou deste “artifício”, mas também para quem “recebeu” a mentira. Tento na medida do possível - sem hipocrisia, falar a verdade, esta dói bem menos no final da história.
segunda-feira, 29 de março de 2004
Morreu... Acendeu a luz do estabilizador, o monitor demorou para clarear, assim como minhas idéias hoje. Como estava demorando muito, sai da cadeira – nada, fui assaltar a geladeira – nada de bom, dentro dela e fora nada de funcionar. Voltei, guardei um CD perdido em cima da minha cama e nada ainda. Aquela demora começou a me irritar. Tudo bem que tenho um lerdium, mas aquilo já era ousadia. Seria greve por falta de “carinho”? Que nada até mouse pad personalizado ele tem. Seria falta de manutenção? Outro dia meu amigo deu um jeito nele. O que estaria acontecendo com Marvin o micro? Mistério. Inúmeras tentativas foram feitas e refeitas, mas, o pior foi constatado. Duramente constatado. Meu micro acabou de falecer, morreu, foi-se, já era. E o pior é que nem todos os arquivos tinham cópias. To perdida. Minha vida estava dentro daquele micro. Foi-se, pifou. Meio radical afirmar que “minha vida” estavam lá. O que não deixa de ser, pois lá eu tinha meus contos, matérias, textos e os meus livros...inacabados. Martírio total e pleno. Como pude ser tão dependente de uma máquina e perder boa parte do que eu considero precioso – meus textos. Bom, agora nem adianta chorar, acabou, já era. Depois de passar a fase – agonia, refleti e tomei isso como uma fase de transição (bela desculpa), de coisas que foram e que preciso reciclar muito mais do que meros “objetos” em minha vida (bela desculpa).
quinta-feira, 25 de março de 2004
(quem escreveu foi Henrique Szklo, grande criatividade...) SÓ PORQUE CRIOU O MUNDO PENSA QUE É DEUS Para mim não resta a menor dúvida: Deus trabalhava como free-lancer para uma agência de propaganda e criou o mundo por pura necessidade ou por simples obrigação profissional. A troca de fax entre os dois deve ter sido mais ou menos assim: De: Agência Para: Deus Favor criar um mundo. De: Deus Para: Agência Informações insuficientes. Solicito briefing mais detalhado. Agência O cliente solicitou que o mundo fosse redondo, colorido, que fosse claro durante o da e escuro pela noite. Pediu muita água nos rios e mares e nenhuma nos desertos. Quer que no verão faça calor e frio no inverno. Quer plantas que cresçam na terra e animais que respirem. Montanha altas, depressões baixas e planícies planas. O cliente não quer acontecendo ao mesmo tempo chuva e sol, a não ser por ocasião de casamento de espanhol. Ele pretende fazer uma inserção deste mundo no sistema solar e deixá-lo rodando lá por tempo indeterminado. Provavelmente até o próximo “boom”. P.S.: Fizemos o possível para demovê-lo da idéia, mas ele bateu o pé: quer também que tenha gente no mundo. Deus Ah, essa não! Como é que Eu vou trabalhar deste jeito? Não vai caber tudo isso. É muita informação para um mundo só. O ideal é fazer um mundo e uma lua para dividir as informações. Além do mais, gente no mundo Nós sabemos que não dá certo. Nós podemos deixar as pessoas na lua e para o mundo a Gente retoma aquela Nossa idéia dos Incas Venusianos. Agência O cliente aceita a lua, mas só para enfeitar, controlar marés, orientar cortes de cabelo e fazer agendas. Todo o resto ele continua querendo ver dentro do mundo. Inclusive gente. Deus Já estou vendo que este cliente é do tipo buraco negro. Absorve toda a luz que passa por ele. Agência Também não é assim. É que ele nunca fez um mundo antes. Ele não tem idéia de como toda essa coisa funciona. A gente peita, mas até um certo limite. Se ele quer por gente no mundo, é problema dele. Ele está pagando e acha que o ser humano pode dar certo. O que é que se vai fazer? Deus Tá bom, tá bom! Eu faço o trabalho. Estou cheio de conta pra pagar e não posso me dar ao luxo de dispensar nenhum trabalho. Agência Ah, graças a Você! Deus Mas qual é o prazo? Agência É, este é outro problema. O prazo está estourado. Você só tem 7 dias para criar o mundo. Deus Impossível! Não dá! Isso aqui não é linha de produção de planetas. Eu preciso de mais prazo. Em 7 dias ninguém consegue fazer um mundo decente. Agência A questão é que se não estiver pronto daqui há uma semana o cliente vai perder o espaço. Infelizmente não há outra alternativa. Precisamos faturar. Deixe para ganhar o Globo de Ouro em outros trabalhos. Pode deixar que mais pra frente Você vai poder criar um mundo melhor. Deus Isso é um absurdo! Um mundo não se cria assim, como quem apaga uma estrela. É um processo delicado, que exige tempo e maturação. Ou a Gente faz como tem que ser feito ou este mundo está perdido. Agência Você está exagerando. É só um mundo. Coisa besta. Se fosse um sistema solar, uma galáxia, vá lá, a gente podia caprichar mais. Mas um mundinho sem-vergonha deste? É querer gastar energia demais numa poeira cósmica. Deus Bem, lavo as Minhas mãos. Mas quero deixar registrado aqui o Meu protesto. E é bom que não se esqueça mais para frente, que se alguma coisa der errado foi porque, desde o princípio, era o caos. Até Eu duvido que vá sair alguma coisa boa disto. Agência Você me livre, vira Essa boca pra lá. Se Você quiser, vai dar tudo certo. Aliás estamos tão confiantes que resolvemos fazer um making off escrito. Você sabe, um livro contando como tudo começou e etc. E é bom Você caprichar, já que vai ficar com todos os créditos. E não esqueça, hein? Você só tem 7 dias. Deus Olha, pra ser franco, esse cliente não merece coisa melhor. Vou matar esse trabalho rapidinho e tirar da frente. Em 6 dias Eu crio o mundo e ainda vou ter um dia pra descançar. Agência Você é que sabe. Ah, mais uma coisa. Será que já não é bom a gente ir pensando na campanha de manutenção? Deus Nem quero pensar nisso agora. Se precisar, depois Eu mando Meu filho lá para dar uma olhada.
segunda-feira, 22 de março de 2004
Fizeram a gente acreditar... Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada - "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.
domingo, 14 de março de 2004
Insônia O que se pode fazer com ela? Depositá-la num envelope e enviar para o pessoal do “distúrbios do sono?” Tomar leite quente? Contar carneirinho (essa é velha)? Ou simplesmente deixar os pensamentos que vivem invadindo a minha cabeça, virar para o outro lado da cama e desmaiar. Nada é tão simples assim. Perdi o sono, me sentei na cama e grande...comecei a refletir sobre minha vida. Em poucos meses ela mudou tanto que eu ainda não havia tido “tempo” de refletir sobre todas estas mudanças. A vida ia me levando (plagiando o Zeca), e eu ia levando ela também. Confesso que fiquei um pouco assustada com tudo isso. Percebo que não foram coisas ruins, mas sim muito significativas. Mudanças que talvez num futuro próximo eu deguste o fruto de tudo o que tenho aprendido e apreendido com elas. Confesso que ainda me é estranho o fator – mudanças. Algumas me incomodam, mas como costumo dizer aos amigos – bem vindo ao mundo dos adultos. O comercial do sabão em pó tem toda razão – não há aprendizado sem manchas.
quinta-feira, 11 de março de 2004
Solidão é uma roupa confortável por Ivana Arruda Leite Se a solidão é inevitável, o melhor a fazer é relaxar e usufruí-la. Pra que ficar remando contra a maré? Além do mais, quem decretou que a melhor forma de viver é de mãos dadas com alguém pela estrada a fora? Do jeito que as coisas andam, parece que estar sozinho é ser portador de um defeito. Grave e contagioso. Eu sou dessas mulheres que você já cansou de ver por aí no hall do cinema sozinha, viajando sozinha, comendo sozinha num restaurante. Nunca deixei de fazer nada na vida por não ter companhia. Nada mesmo. A única coisa chata é o olhar de piedade que as pessoas te lançam. "Coitada." O que elas não sabem é que ali pode estar alguém que é dona do próprio nariz, que só faz o que quer, na hora que quer, do jeito que quer. Isso tem preço? Muitas vezes sou eu quem passa mal ao ver certos casais ao redor. Duas alianças cercadas por uma úlcera. Eu tenho muitas amigas casadíssimas que dariam tudo para levar a vida que eu levo: livre, barriguda e feliz, mas morrem de medo da solidão. Batalhei muito até aprender a não colocar meu bem-estar na dependência de um possível companheiro e isso fez de mim uma pessoa melhor. A ansiedade diminuiu, eu parei de sufocar as pessoas e (pasmem) meus amigos aumentaram em gênero, número e qualidade. Claro que ninguém planeja ficar sozinho. Acontece. E é ótimo quando não se sofre por isso. A solidão é uma roupa pra lá de confortável se você veste sem medo. Um tempo atrás, minha filha foi morar com um rapaz. Em casa, ficamos só eu e a Princesa, minha cachorrinha. No começo estranhei o silêncio, o telefone desocupado, o orçamento doméstico visivelmente deflacionado. Me lambuzei do mel que eu nunca tinha provado. Mas os casamentos duram pouco hoje em dia. Depois de um ano e meio, eis que ela volta de mala e cuia. Hoje nós moramos juntas de novo, e assim será até que ela arranje um emprego que lhe permita cuidar da própria vida (está desempregada, a pobre), ou um marido que a faça feliz. Sim, porque o sonho da minha filha é casar e ser feliz para sempre. Quando isso acontecer, eu ficarei ainda mais só: a Princesa morreu na semana passada.
segunda-feira, 8 de março de 2004
Dia Internacional da Mulher? - Se meu chefe vier me encher o saco hoje sobre aquele maldito relatório, juro que rodo a baiana e jogo o vasinho de flor da minha mesa na cabeça dele. TPM é foda. Quem foi o desgraçado que mencionou que está “dita” é frescura? Só pode ter sido um homem. Ou uma mulher que nada entende de mulher. Se é que mulher é algo para ser entendido. Neuroses à parte, discordo quando falam que somos muito complicadas, frescas, difíceis de sermos decifradas. Pra começo de conversa, quem falou que precisamos ser compreendidas? Computador, controle remoto e máquina de calcular é que precisa disso – ler o manual e executar. Analisando o fator – ser mulher, me sinto uma privilegiada. Ser homem é que deve ser muito complicado e complexo. A “regra” da vida exige deles o prover, o não chorar, o ficar sempre com o trabalho mais pesado, o cuidar da família, “compartilhar” nossa TPM, mas, o maior de todos os “trabalhos” – o de ser macho, deve ser o pior. Eu definitivamente não ia querer está obrigação pra mim. Confesso que ser mulher é muito prazeroso. Somos fortes sim, mas é bom demais dividir nossa fortaleza com os homens. Somos portadoras do tal sexto sentido, mas é bom demais sabermos que somos humanas e erramos muitas vezes. Somos frágeis sim, mas só quando nos é interessante. Somos donas de nosso próprio nariz, mas é tão bom nos deixarmos ser cuidada. Somos guerreiras e muitas vezes é perfeito dividir as batalhas. Temos TMP, frescuras opcionais femininas, problemas com a depilação, com os filhos, com o amado e com o chefe (o do vaso na cabeça), mas mesmo assim é bom demais ser mulher. E o que a maioria de nós mulheres queremos é simples – ser feliz. Acredito que não é tão complicado assim. Não deve ter manual ou ser aprendido após anos de estudos. Acredito que não requer habilidade nem tão pouco experiência. Acredito que a felicidade chega quando a gente menos espera. Acredito simplesmente nisso Dia Internacional da mulher? É, nós merecemos.
quinta-feira, 4 de março de 2004
Só pensamentos... “Ainda está fresco em mim”. Bela frase. Eu sinto muito, mas não está “fresco” e sim a palavra certa é: “incrustrado”. Nada e nem ninguém manda ou envia boas vibrações ao coração a ponto de mandá-lo parar ou trocar de rumo. Ele age por si só. Tem vontade própria. Desejos que só o próprio coração conhece. E daí quando ele toma conta de você...se entrega e deixa rolar, pois não terá mais volta. Nada e nem ninguém poderá fazer o tempo voltar. A vida não é um livro de gravuras onde se pode descolar uma ou outra figura, montando o quebra-cabeça ao seu modo. Seria simples se o fosse. Mas e quem disse que o simples é o melhor da vida? Discordo. Amo o difícil, sem masoquismos. Amo quando tudo fica complicado. Amo quando nada acontece da forma com que planejei. Pode parecer loucura, mas esta minha forma de amar me permite aprender. Aprender que posso estar apta a aprender mais e mais todos os dias. E a melhor aprendizagem é sobre mim mesma. Sobre como funcionam minhas “figurinhas”, sobre como funciona meu quebra-cabeça. Sobre como funciona meu jeito de amar.
sábado, 7 de fevereiro de 2004
Acredite se quiser... Será que tem fundamento? Como é que pode? Estudante do Recife mata homem que a estuprou e vai presa. Isto mesmo, a coisa é mais séria do que se pensa a nossa vã filosofia. Ou seja, entende-se que ela deveria esperar a “vez” dela neste digamos, ensejo, para depois sair linda e saltitante estrada afora, como diria a boa e velha chapeuzinho vermelho. Nem sei que palavras usar. Que frases construir. Em que mundo vivemos? Onde será que nós reles mortais vamos parar? Legítima defesa agora é contra a Lei. Devemos acreditar que a justiça é eficaz? Devemos acreditar que a justiça nos protege? Perdoem-me que acredita nela, mas confesso que depois deste fato, entrego os pontos e me demito. Do quê? Da condição de ser brasileira. Da condição de pagar uma tonelada de impostos e tentar cercar minha vida de precauções para obter segurança enquanto um monte de “figurinhas”, entre elas políticos, delegados, bandidos e correlatos fazem de nossa vida um inferno. Boa Sorte a estudante que “alguém” de alguma forma consiga te ouvir e não só na voz, mas também na alma, pois esta é a mais dolorida.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004
Eu simplesmente não consigo entender uma Guerra. Se eu fosse convocada para uma confesso que não saberia o que fazer. Como agir. Como posso pensar em matar alguém que nunca vi e nem ao menos conheço. Nem sei quem é, o que faz, do que gosta. Sei que lá dentro na batalha é pura sobrevivência, se você não matar pode morrer, mas mesmo assim não entra na minha cabeça. Violência por si só. Alguém um ou um grupo mínino de pessoas decidem que o país entrará numa guerra e pronto. Vidas colocadas numa prateleira para serem escolhidas – quem vai primeiro! Ninguém sabe sobre a cultura o outro, sobre a família, sobre o que o outro acredita e até quais são suas crenças. Violência por si só.
terça-feira, 27 de janeiro de 2004
Feliz Aniversário São Paulo Não é só cruzando a Av: São João com a Ipiranga que eu me apaixonei por São Paulo. Cheguei há 5 anos e já me adotei paulistana. Meeeeu, orra, ta ligado, perrrto, caprichando nos gerúndios com aquele sotaque típico paulistano inconfundível. É vício. Quem chega nem tem vontade de sair. Chega puxa a cadeira e se esparrama nesta selva de pedra e nem faz menção de levantar. Dizem que o Brasil tem cidades belíssimas - eu concordo cada uma tem a sua beleza, mas Sampa – pros mais íntimos, tem o seu charme, aquele que você sente quando chega aqui, não falo do mau cheiro do Tietê, falo do charme que São Paulo exala. Da paulista, da cidade noturna, da sua comida e da capacidade que ela tem de abraçar a todos que chegam. Parabéns
quarta-feira, 21 de janeiro de 2004
Sou assim... Sempre acho que existe uma séria diferença entre a razão e o coração. Penso dessa forma porque eu quase nunca consigo me sincronizar com os dois. Quando meu coração fala a minha razão desconversa. E quando é a razão me dando uma luz, o coração faz greve. Ando meio cansada de dar explicações e satisfações de como, quando, onde e qual as causas do meu jeito ser desta forma. Sou assim e pronto. Me curto deste jeito. Ter que provar pra você mesmo que é bom nisso ou naquilo. Provar pra você mesmo que você pode superar dores passadas. Provar pra você mesmo que teu passado é como a própria palavra diz – passado. É muito complicado. Agora e quando pedem para você provar pra outra pessoa estas e outras tantas coisas – tudo fica ainda pior. Entre tantas decisões que tomo diariamente adotei mais uma hoje. Não tenho que provar nada pra mim e nem pra ninguém. Se vão me aceitar desta forma? Não sei. Talvez sim. Talvez não. O que eu não quero mais são minhas “dores” sendo expostas e provadas para eu poder ter um ou poucos momentos de prazer ou alegria. Sou como sou. Sou assim. Já disse paciência. Eu acredito em mim, isto é o que basta neste momento.
domingo, 11 de janeiro de 2004
Inconformismos... Ano novo, vida nova. Sempre é a mesma coisa e o mesmo pensamento. Talvez seja o que nos resta. Pensar que tudo pode ser melhor e que neste ano que começa. Penso que as vezes deveríamos continuar com o ano velho para ver se ele melhorava com o tempo, ou mesmo se ele aprendia algumas coisas depois de 365, 483, 528 ou até mesmo 687 dias. Loucura? Que nada pode ser uma simples tentativa. Sempre me escrevem dizendo que ando com raiva da humanidade ou que sou ingênua, e eu digo que apenas sou e sempre vou ser uma eterna inconformada com algumas coisas da vida ou talvez sobre a vida. Sentar e simplesmente cruzar as pernas também acredito que nada vai acontecer. Tento na medida do possível fazer minha parte – escrever aqui é uma delas. Coisas pequenas e corriqueiras como simplesmente pegar um ônibus nesta cidade de meus Deus – São Paulo, por exemplo, eu penso que deveria ser algo simples. Mas esse tal de “simples” desaparece quando um idoso ou até mesmo uma pessoa obesa tenta esta singela “proeza”. Ou a “pressa” diária dos motoristas ou a pura falta de respeito para com o ser humano impede a vida de algumas pessoas de ser, digamos comum ou natural. Degraus altos, catraca estreita, calçadas cheias de buracos e motoristas “donos da rua”, são alguns pequenos pontos que faltam com um simples ponto – a falta de educação. E não digo ela em si, mas sim a forma como foi feita esta criação. O educar, o simples fato de saber que somos uma comunidade e que como tal temos direitos e deveres. Saber que temos limites e que mais que isso devemos usá-lo. Respeitar os limites, direitos e deveres do outro, pois se não o fazemos hoje amanhã alguém ninguém vai respeitar os nossos. Ceder lugar a um idoso, abrir aboca quando houver injustiças, estender a mão não dói e nem dá dor de barriga. Sou e sempre vou ser uma eterna informada.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2003
Sou assim... Percebo que ainda consigo sonhar. Ainda consigo me doar. Ainda consigo refletir. Ainda consigo sentir dores das mais intensas. Dores daquelas que faz a gente crescer e sentir muito mais dores de felicidades de que dores de tristezas. Percebo que sou humana e dou graças por isso. Percebo que não consigo guardar rancor ou mágoa. Eles duram segundo em meu peito. Percebo que sou privilegiada ao sentir um dos mais puros dos sentimentos - saudade. Percebo que me sinto viva e me sinto gente. Gente que pode tudo o que tiver vontade. Pode errar e pode acertar. Gente que merce cometer erros absurdos ou erros ingênuos. Percebo que ainda tenho um infinito de coisas a aprender e que outras tantas que já sei decoradas. Sinto que sou o que sou. Nem mais nem menos. Sem tirar nem pôr. Com defeitos e virtudes. E sou feliz pelo que sou, afinal de contas é comigo que ficarei até os últimos dias de minha vida.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003
Mulher carioca em primeiro lugar Sonia Rodrigues Minha coluna hoje é dedicada a vender pauta. Minha coluna hoje é em homenagem às duas moças que vi segurando faixa para o baile da Mangueira, na Praia de Botafogo, no calor das duas da tarde. Minha coluna hoje é em homenagem a Dona Áurea Maria Canto, 70 anos, uma das vítimas do atentado contra um ônibus na Rua São Clemente, na manhã do dia 24 de fevereiro. Dona Áurea trabalhava. Estava no ônibus 410 levando os doces que a filha fazia para entregar na cantina do Pedro II do Humaitá. Dois menores jogaram coquetéis molotov no ônibus, Dona Áurea fui uma das vítimas, queimaduras em 60% do corpo. Eles não incendiaram ricos opressores. Não incendiaram policiais que os perseguiam. Não incendiaram membros de gangues rivais. Eles tacaram fogo numa mulher velha que podia ser avó deles e que era uma trabalhadora como eles poderiam ser se disposição tivessem para segurar faixa na Praia de Botafogo, às duas da tarde. Dona Áurea morreu na tarde desta quinta-feira (27/02) por culpa desses criminosos. Uma investigação interessante é saber se as mães desses criminosos dão uma boa coça nos filhos quando eles atacam velhos e crianças ou se elas recebem o dinheiro e os relatos que eles trazem da rua numa boa. Por falar nisso, onde estão as mães desses indivíduos? Me recuso a tratá-los, a partir do dia 24, como menores. Crimes de adultos devem ser considerados como crimes de adultos e julgados como tal. Uma outra pauta é descobrir o que as mulheres que representam o Rio de Janeiro no panorama político fizeram de efetivo em favor de Dona Áurea e das outras vítimas. Porque o presidente fez. E elas? Não quero saber de declarações, discursos, telefonemas de solidariedade. Na pauta dos jornais cariocas espero a patrulha diária de ações a favor do estado e contra os bandidos. Não fofocas e picuinhas do tipo Benedita fez, Rosinha aconteceu enquanto ateiam fogo a uma mulher velha que trabalha. Por falar em mulher que trabalha, por que a imprensa carioca não apura quanto ganha uma seguradora de faixa e por que ela prefere estar ali do que pedindo esmola nos sinais? Quanto ganhava D. Áurea carregando doces antes de ser incendiada por moleques a serviço de bandidos ricos? Campanha boa na mídia seria a que jogasse esses idiotas que incendeiam mulheres velhas e continuam pobres contra os bandidos ricos que eles servem. Comparasse a vida dos policiais que levam dinheiro para fazer vista grossa para os bandidos e a dos policiais que morrem combatendo o crime. Cabe à imprensa fazer uma campanha sem trégua à corrupção e à conivência com o crime. Enquanto mulheres cariocas acharem engraçadinho seus filhos e seus homens agirem à margem da lei o banditismo vai prosperar. Quem incendeia uma mulher de 70 anos não pode receber guarida. Deve ser denunciado, deve ser entregue, deve ser punido. É uma monstruosidade. Mas é uma monstruosidade que não começou no dia 24 de fevereiro de 2003, às 8:30. Não começou também por causa da pobreza, como pensam os que se perdem numa retórica impotente discutindo os aspectos sociológicos do problema tomando chope na happy hour do Rio 40 graus. Começou na falta de limites, na aceitação de migalhas vindas do poder público ou dos traficantes, na admiração dos covardes fortes que batem em mulheres, abandonam mulheres, submetem os mais fracos. É preciso, no Rio de Janeiro, voltar a dar valor ao trabalho, ao respeito às mulheres e à infância e à velhice. É preciso se cultivar a virtude e não o vício. Para que Dona Áurea seja mais do que uma vítima. Seja um marco do dia em que nós demos o basta.
*Texto publicado no site Comunique-se em 28/2/2003
domingo, 23 de fevereiro de 2003
tempo de coisas novas, tempo de felicidades novas, tempo de paciências novas, tempo de se dar um tempo a si mesmo.
terça-feira, 18 de março de 2003
ARTIGO FOLHA DE SÃO PAULO DE 08 DE MARÇO DE 2003
PAULO COELHO OBRIGADO, PRESIDENTE BUSH ESPECIAL PARA A FOLHA
Obrigado, grande líder George W.Bush. Obrigado por mostrar a todos o perigo que, Saddam Hussein representa. Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido de que ele utilizou armas químicas contra seu povo, contra os curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador sanguinário, uma das mais claras, expressões do mal hoje. Entretanto essa não é a única razão pela qual estou lhe agradecendo. Nos dois primeiros meses de 2003, o sr. foi capaz de mostrar muitas coisas importantes ao mundo, e por isso merece minha gratidão. Assim, recordando um poema que aprendi na infância, quero lhe dizer obrigado. Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e seu Parlamento não estão à venda, nem por 26 bilhões de dólares. Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo, que existe entre a decisão dós governantes e os desejos do povo. Por deixar claro que tanto José Maria Aznar como Tony Blair não dão a mínima importância e não têm nenhum respeito pelos votos que receberam. Aznar é capaz de ignorar que 90% dos espanhóis estão contra a guerra, e Blair não importa com a maior manifestação pública na Inglaterra nestes 30 anos mais recentes. Obrigado porque sua perseverança forçou Blair a ir ao Parlamento com um dossiê escrito por um estudante de dez anos, e apresentar isso como "provas contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico". Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU algumas fotos que, uma semana depois, foram publicamente contestadas por Haris Blix, o inspetor responsável pelo desarmamento do Iraque. Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de Relações Exteriores da França, sr. Dominique de Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que eu saiba só tinha acontecido uma vez na história da ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela. Obrigado porque, graças aos seus esforços pela guerra, pela primeira vez as nações árabes, geralmente divididas, foram unânimes em condenar uma invasão, durante encontro no Cairo. Obrigado porque, graças à sus retórica afirmando que "a ONU, em uma chance de mostrar sua relevância", mesmo países mais relutantes terminaram tomando posição contra um ataque. Obrigado por sua política exterior ter feito o ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, declarar em pleno século 21 que "uma guerra pode ter justificativas morais" e, ao declarar isso, perder toda a credibilidade. Obrigado por tentar dividir uma Europa que luta pela sua unificação; isso foi um alerta que não será ignorado. Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram neste século: unir milhões de pessoas, em todos os continentes, lutando pela mesma idéia, embora essa idéia seja oposta à sua. Obrigado por nos fazer de novo sentir que, mesmo que nossas palavras não sejam ouvidas, elas pelo menos são pronunciadas, e isso nos dará mais força no futuro. Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos aqueles que tomaram uma atitude contra sua decisão, pois é dos excluídos o futuro dá Terra. Obrigado porque, sem o sr., não teríamos conhecido nossa capacidade de mobilização. Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será útil mais adiante. Agora que os tambores da guerra parecem soar de maneira irreversível, quero fazer minhas as palavras de um antigo rei europeu a um invasor: "Que sua manhã seja linda, que o sol brilhe nas armaduras de seus soldados, porque durante a tarde eu o derrotarei". Obrigado por permitir a todos nós, um exército de anônimos que passeiam pelas ruas tentando parar um processo já em marcha, tornarmos conhecimento do que é a sensação de impotência, aprendermos a lidar com ela e a transformá-la. Portanto, aproveite sua manhã e o que ela ainda pode trazer de glória. Obrigado porque não nos escutastes e não nos levaste a sério. Pois saiba que nós o escutamos e não esqueceremos suas palavras. Obrigado, grande líder George W.Bush. Muito obrigado.
sábado, 1 de março de 2003
Esta é só pra mim... Aos Filhos de Câncer (Oswaldo Montenegro) Caranguejo, signo da última estação do segundo lugar do primeiro desejo que não há como dissimulando se esconder no porão caranguejo da canceriana solidão de horizontalizar do canteiro de beijos que não dá como dissimulando se esconder no porão do ser caranguejo cada vez que a gente se encontrar no cio pode ser que não, mas eu quase adivinho que no coração alguém vai batucar caranguejo signo de quem só me chama de filho e do meu coração, e do Gilberto Gil Caetano é leão e sempre vai reinar (pois é) caranguejo símbolo da réplica fusão do que não caberá mas no primeiro ensejo brilhará como volatizando se ascender um balão caranguejo símbolo da réplica fusão do que não caberá mas no primeiro ensejo brilhará como volatizando se ascender um balão pro céu Fico pensando nas nossas listas pessoais... A Lista (Oswaldo Montenegro) Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais Faça uma lista dos sonhos que tinha Quantos você desistiu de sonhar Quantos amores jurados pra sempre Quantos você conseguiu preservar Onde você ainda se reconhece Na foto passada ou no espelho de agora Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora Quantos mistérios que você sondava Quantos você conseguiu entender Quantos defeitos sanados com o tempo Eram o melhor que havia em você Quantas mentiras você condenava Quantas você teve que cometer Quantas canções que você não cantava Hoje assobia pra sobreviver Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber Quantas pessoas que você amava Hoje acredita que amam você
quinta-feira, 24 de abril de 2003
Passei a páscoa conversando com uma irmã/amiga sobre a operação de Gastroplastia. Concordo com ela quando é falado em se ter coragem para fazer esta cirurgia, mas até que ponto vale a pena? Tudo em função de um bem estar ou pela saúde física e psicológica. É complicado eu opinar (sou magra...sempre fui). Avaliar o outro é uma questão de se colocar no corpo do outro. Nunca falamos francamente sobre este assunto (eu e ela), mas é que para mim ela é alma e não corpo. Eu só tenho uma necessidade sobre humana de lhe proteger que eu nunca em todos esses 20 anos de amizade expur ou se quer pude explicar de onde saia. Peço ajuda do "cara lá de cima" ou dos anjos ou bruxas ou afins para iluminarem seus passos. “A vida só poder ser compreendida olhando-se para trás; mais só pode ser vivida olhando-se para frente.” (achei esta frase no www.simoninha.weblogger.com.br)
quinta-feira, 29 de maio de 2003
A barba Se eu neste momento de minha vida eu fosse homem, usaria barba. Não por gostar dos pêlos fincados em meu rosto, mas sim em sinal de protesto. Protesto pela falta de emprego, protesto por não ter liberdade, protesto por querer ser somente EU e ser castrada pelo tal. Mas, neste meu devaneio devo tomar um certo cuidado com este meu protesto. A barba hoje está na moda. Esta iniciada pelo nosso dito "poder maior". "Poder" este que se não fizer algo e logo juro que mesmo sendo mulher deixo minha "barba" crescer. A minha "barba" da revolta, da dor e da frustração, serei a primeira mulher barbada a ir reclamar com o senhor "poder barba maior".
sexta-feira, 9 de maio de 2003
Pedido Tive uma surpresa hoje quando alguém que eu troquei umas duas ou três frases, me perguntou como estava meu blog? Pois é ando relapsa ou desanimada seja mais provável. Mas algo está acontecendo, ando cada vez mais com vontade de me expressão, colocar minhas idéias sobre este ou aquele assunto. Tenho vontade de gritar minhas sobre coisas que tenho vivido e presenciado. Sinto que cada vez mais tenho mais e mais idéias para compartilhar, só que uma preguiça interminável me toma a alma e sento na frente deste senhor e fico observando o teclado e o mouse quase me devorando, querendo ser utilizado e chacoalhado e...sei lá depois eu penso nisso.
segunda-feira, 30 de junho de 2003
Olha eu desisto...desisto de tentar entender o que São Paulo faz com a gente. É uma mistura de amor e ódio "intendível" (primo do imexível ou imechível...sei lá...lembra?) Percebo que desde que cheguei a está capital eu mudei, fiquei mais calada, mais medrosa, maistriste, mais apagada, mais murcha...e outros tantos mais. Em contra partida sou louca por São Paulo...quem sabe Freud poderia explicar, mas como ele já se acabou, the end, vou tentar descobrir e volto logo.Mais uma da Mariana A Todas as mulheres!!! No princípio eu era a Eva... Nascida para a felicidade de Adão. E meu paraíso tornou-se trevas, porque ousei libertação! Mais tarde fui Maria... Meu pecado redimiria. Dando à luz aquele que traria a salvação. Mas isso não bastaria, para eu encontrar perdão! Passei a ser Amélia... .....a mulher de verdade!!! Para a sociedade, não tinha a menor vaidade. Mas sonhava com a igualdade! Muito tempo depois decidi: Não dá mais! Hoje não sou só esposa ou filha... Sou pai, mãe, arrimo de família!!! Sou caminhoneira, taxista, piloto de avião. Policial feminina, operária em construção! Ao mundo peço licença, para atuar onde quiser. Meu sobrenome é competência... O meu nome é Mulher!!!!
(AUTOR DESCONHECIDO)
OBS: Esse tal "autor desconhecido" é um oportunista, está sempre entrando ou aparecendo onde o tal "alguém" não estiver com vontade de se mostrar.
domingo, 29 de junho de 2003
A sensação de....meu a idade ta aí e agora?...é horrível. Penso se eu poderia empacotar meus melhores momentos e repassá-los como num filme em momento ruins de minha vida. Ohh como seria perfeito...eternamente perfeito...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem. Vc não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela.... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia nós percebemos que as mulheres tem instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em vc... Um dia saberemos a importância da frase: "Tu se tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim...um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizermos tudo o que tem que ser dito... O jeito é: Ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida, ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação.
Mário Quintana
quarta-feira, 25 de junho de 2003
Injustiças brasileiras Assisti a um show de humor em Fortaleza sábado que me deixou pensativa. Como um país tão grande não valoriza pequenas pérolas? É uma pena isso acontecer. O show era de Zé Mudesto e Caio Santos, um deles já participou da EScolinha do Prof. Raimundo. A coisa que me pegou foi dois grandes humoristas, num palco improvisado, numa lanchonete ou pizzaria....sei lá...algo do tipo...e dando uma baile em muitos que aparecem na telinha. Aliás por falar em telinha esta anda me dando nojo, só aparece porcari em troca de IBOPE...nada cultural...tudo pela audiência. Uma grande prostituição para atrair olhares hipnotizantes para aquele objeto quadrado.
segunda-feira, 16 de junho de 2003
Alguém já ouviu falar em violência gratuita? Pois é, este termo perde o sentido quando se pensa a respeito de. Por acaso a violência é paga? Por acaso alguém já ouviu: por favor posso pagar esta violência no cartão de crédito? Ou até: eu quero fazer um crediário da violência que vou levar semana que vem. Piada do ano.
quinta-feira, 12 de junho de 2003
Momento de repouso Prometo fazer um estudo minuncioso sobre o assunto ASMA, depois vou tentar publicar e ganhar mil prêmios sobre. Tudo isso antes que ela me mate.
sexta-feira, 25 de julho de 2003
Coisas Femininas Sabe aqueles dias? Pois é tem "aqueles" dias em que tudo acontece em dose dupla...ou melhor em dose tripla. Pois é tem "aqueles" dias que tudo "aquilo"- se é que alguém me entende - acontece com três amigas. Acredito que coisas assim podem mudar o rumo da vida de uma...duas...ou melhor três mulheres. São sensações, vibrações, neuroses e algumas dores. Enfim coisas que só uma...duas...três mulheres sabem juntas.
terça-feira, 15 de julho de 2003
Síndromes e afins Tenho a nítida impressão que estou com a síndrome do cachorro – eu explico – todo cachorro que conheço mais cedo ou mais tarde corre atrás do próprio rabo. Pois é, tenho a impressão que peguei esta síndrome. Em todo momento corro atrás do meu próprio rabo e o que acontece é que não saio do lugar. Não me entendo. Este desespero que se encostou, parou, ficou e não quer entregar o cartãozinho pra sair. Sinto muito...mas o desânimo me assola, bateu à minha porta e como não tinha outra saída me levantei do sofá furado pelo tempo de uso e deixei-o entrar. Daí ele foi ficando, ficando, ficando, pediu um café, outro e mais outro e acabou criando raízes.
segunda-feira, 14 de julho de 2003
Notas a esclarecer Andaram reclamando que eu estou muito melancólica e pessimista. Mas a coisa é o seguinte: depois de um certo período da minha vida eu cheguei a conclusão que nada tem uma conclusão perfeita. Não entendeu???!!! É simples tem algumas horas que é cansativo tentar entender o outro. É cansativo tentar ajudar quem não se toca. É cansativo buscar algo que você sabe que não vai chegar ou sei lá talvez com o tempo. Aliás este tal de TEMPO sacrifica. Eu simplesmente estou deixando algumas coisas de lado, como quem abre a velha e gasta caixinha onde se guarda os cartões de visita, e coloca o seu próprio cartão lá. Estou dando um tempo - olha ele de novo - estou tentando me deixar de standy bye (se é que se escreve assim). Acredito que antes algumas coisas me incomodavam mais que hoje. Outras que nem faziam parte do meu dia a dia, hoje nem por sonho me passam desapercebido. Não é que eu estou desanimada, eu ando desanimada, mas tudo bem, amanhã é outro dia e chegam outros cartões de visita para guardar ou até para sacar da tal caixinha.
domingo, 6 de julho de 2003
Meu aniversário e de mais... Meu niver...e...e nada...não me senti o dia todo como se fosse meu aniversário. Acho que me esqueci de mim. É só mais um aniversário e pronto. É só mais uma idade a mais e pronto. Dizem que é uma data para ser comemorada mas você vai e convida uns amigos, comem-se, bebem-se, divertem-se e daí. A idade de ontem é diferente da idade de hoje...e dá. Fico pensando que ando meio pessimista comigo e com a minha vida. Mas o que é pessimismo? Talvez seja um primeiro passo para eu me tornar melhor e mais otimista. Em todos os aniversários me pego analisando minha vida ou como foi o meu ano. Coisas que eu deveria fazer ou ter feito. Atitudes que eu deveria tomar e não tomei. Passos que deixei de dar por pura covardia ou medo talvez. Pequenas coisas podem ser mudadas no momento agora, grande coisas eu deixo para depois.
terça-feira, 1 de julho de 2003
SOMOS HERÓIS...AINDA ESTAMOS VIVOS Pra você que nasceu antes de 1980.... Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje! Quando éramos pequenos, viajávamos de carro (aqueles que tinham a sorte de ter um...) sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag! Ninguém costumava fazer as revisões a cada 5.000 quilometros e o limite de velocidade não era 60 km/hora. Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... E tinham também aquelas bolinhas de gude...que vinham embaladas sem instrução de uso... A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada! Que horror!!!! A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção... E passávamos nossas tardes construindo nossos pipas ou nossos carrinhos de rolimã... A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que não déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore.... E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS!!!!! Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo. Não existiam os celulares! Incrível!!!!!!!! A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos... ??? Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques, na verdade nunca encontrávamos um culpado. Você lembra destes incidentes? Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho... Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos.. E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir... A gente comia muito doce, pão com muita manteiga... Mas ninguém era ultra obeso... No máximo, um gordinho saudável... A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes! Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV à cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet... Tínhamos, simplesmente, amigos! E não eram amigos de "email" ... A gente andava de bicicleta ou à pé. Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos.... Sozinhos,num mundo frio e cruel!!!!!!!! Sem nenhum controle! Como sobrevivemos????!!! Inventávamos jogos...com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso! Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!!!... No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... Um tal de óleo de ríceno...?! Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda, a quinta ou a sétima série.. Que horror! Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando... As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mau da professora.... Correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho.. As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro... Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos a regras! Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e incrivelmente nenhum deles foi preso por isso! Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "NÃO". A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado... Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos... Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas.. Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências... Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade... E não é que aprendemos a resolver tudo? Sozinhos... Se você é um destes sobreviventes....
PARABÉNS !!!!!!!! VOCE CURTIU OS ANOS MAIS FELIZES DE SUA VIDA....
quinta-feira, 28 de agosto de 2003
Nossa língua Corri para entrar no vagão, temendo perdê-lo e só minutos depois conseguir outro. A pressa sempre me persegue. Consegui um fato inédito no metrô de São Paulo – sentar. Ao meu lado estavam três adolescentes e como o volume das vozes era número 9, não pude de ouvir o que falavam. Confesso que na minha época de adolescente o termo “aborrecente” ainda não fazia parte do vocabulário de alguns pais e adultos. Ouvindo o diálogo (se é que pode ser chamado assim), percebi palavras e expressões que nunca, mas nunca mesmo pensei ouvir. Um deles soltou logo um – troquei uma idéia, que no meu ignóbil entender traduz-se como: conversei com alguém. Tinha outra palavra que até agora eu fiquei “boiando” (esta eu roubei do trio), era um tal de “maluco”, e esse tal não saia da boca dos três. Eles colocavam esse "maluco" em duas de três palavras que falavam. Eu ainda não descobri se esse “maluco” é alguém saído de um sanatório, ou o nome exótico de um amiguinho. Acredito de carteirinha que estou ficando velha. Eu assumo. O vocabulário “adolescentês” mudou radicalmente desde os meus felizes 15 anos. Naquela época o máximo que se falava era “móra” ou “saca”. Agora parece que foi criada uma língua universal para adolescente. “Meu, tá ligado (com acento mesmo), tipo assim, entre outros que juro um dia vou entender ou pelo menos tentar. Sinal dos tempos modernos ou cada região tem o seu “dialeto” mesmo. Nós reles mortais é que precisamos nos adaptar a eles – os adolescentes, pois amanhã será a vez deles.
segunda-feira, 25 de agosto de 2003
Falta de palavras Cada vez mais eu me convenço de que eu não nasci para soltar palavras pela minha boca e sim pela minha escrita. Ohhh coisinha complicada essa de se expressão falando. Quanto mais eu penso em falar tudo aquilo que estou pensando ou sentindo e vou deixar as palavras saírem pela minha boca – pronto, coloco tudo a perder. Agora se eu quiser, não, basta deixar os dedos correrem pelo teclado ou mesmo com um lápis na mão, a coisa rola solta. Desprovida de qualquer preocupação, simplesmente solta. Igual a um balão que escapa das mãos de uma criança e foge pro céu. Por que será que falando o bicho pega? Nada sai. Ou pelo menos do jeito que eu queria que saísse. Tudo trava. Nada rola solto, tranqüilo, leve. Parece que decorei um texto complicado, daqueles de filosofia, sociologia ou coisa do gênero. Nada e nem ninguém conseguem captar minha verdadeiras palavras. Me sinto um ET. Um ser inanimado, com uma língua enorme incapaz de trancafia-la em minha enorme boca, cheia de dentes uns remontados sobre os outros. Isso sem conta que quando falo meu rosto cora. Fica rubro feito uniforme de bombeiro. E olha que nem sempre é timidez. Eu diria que é até raro está entrar em minha vida. Sinto um calor subir para as minha bochechas que é uma reação totalmente incontrolável. Será que tenho cura?
sábado, 23 de agosto de 2003
Sinal Importante Sempre ouço meus amigos dizerem: o importante é o que temos por dentro. Ou: o que importa é a beleza interior. Quem inventou estas frases acredito que estava meio ou meia equivocado/a. Pensemos na ordem prática das frases. Quem é que em sã consciência ao fazer uma nova amizade ou paquera vai pedir o exame de endoscopia ou um RX. Porque esta sim seria o certo, em se levando ao pé da letra. Se o poeta já dizia que beleza é fundamental, quem sou eu para descordar. Mas talvez ele ainda não tinha percebido o tal do "time", do sininho batendo, daquela "coisa" estranha que nos faz ir com a cara do outro. Seja numa paquera, amizade, trabalho ou qualquer outro esbarro, essa luz precisa acender.
sexta-feira, 22 de agosto de 2003
Ele chega...e daí? Depois de um certo tempo você percebe que todas aquelas brincadeiras – “PVC”, “DNA” ou “Problema de Junta”, que seus amigos fazem com você, pode ter um certo fundamento. Não dá para ter 20 anos eternamente. O tempo passa. Aliás tudo passa, inclusive a idade. Também não adianta ficar naquelas de minha idade biológica é uma, mas me sinto com 15 anos menos – bobagem. Ela chega e bimba, você só se dá conta quando precisa fazer ou desenvolver algo que fazia com 15 anos menos. O resultado? Bem quem sabe o que estou falando pode me entender. O resultado é que você felizmente ou infelizmente não consegue fazer ou desenvolver com a mesma desenvoltura com que tinha nos 15 anos menos. Complicado? Que nada, deixa você chegar lá e me dará toda e qualquer razão. Impiedoso ou perfeito o tempo vai chegando e pronto. Aceite-o, coloque-o na carteira e ande com ele eternamente. Ou até quando ele deixar.
quinta-feira, 21 de agosto de 2003
Estranha Sensação Você já teve a nítida impressão – de hoje eu não passo. Pois é eu tive. Aquela agonia de que ia morrer. Tem gente (coisa de interior) que acha sorte sonhar com morte. Eu não – apesar de ser do interior. Mas eu não sonhei, eu senti. Tive essa impressão hoje. Não por uma bala perdida globística ou até mesmo favelística. Se bem que nos dias de hoje nem precisa residir na ou perto de favelas pra isso. Mas a impressão chegou e ficou. Me deu uma “coisa” ruim. Um treco. Uma vontade de sair correndo de onde eu estava. Um frio na barriga. Aquela sensação foi aumentando, aumentando, fui ficando vermelha, vermelha (alguém morre vermelho?), até eu conseguir parar, sentar e tomar um pouco de água. Segurando a garrafinha de água, derrubada em minha boca, eu fui deixando ela ficar vazia, e quase que totalmente desaparecer o líquido transparente goela a baixo. Estranha sensação essa. Se eu nunca morri como posso saber ou sentir que ia?. Estranha sensação essa.
sexta-feira, 15 de agosto de 2003
Quantos homens tombam por suas próprias faltas. Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por má conduta e por não terem limitado seus desejos! (me foi enviada...obrigada pelo carinho...) Um dia para ser lembrado. Não com tristeza, mas com muito, mas muito carinho...saudades...saudades multiplicadas. Ainda sinto muito a falta. Mas como eu já disse um dia, o corpo se foi, mas a alma ainda existe.
terça-feira, 12 de agosto de 2003
O medo Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato. Um mágico teve pena dele e o transformou em gato. Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mágico o transformou em cão. Então, ele começou a temer a pantera e o mágico o transformou em pantera. Foi quando ele se encheu de medo do caçador. A essas alturas, o mágico desistiu. Transformou-o em camundongo novamente e disse: - Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem a coragem de um camundongo. É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto. Mas saiba que coragem não é a ausência do medo, e sim a capacidade de avançar apesar do medo.
quarta-feira, 6 de agosto de 2003
Só Hoje – Jota Quest Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito Nem que seja só pra te levar pra casa Depois de um dia normal Olhar teus olhos de promessas fáceis Te beijar a boca de um jeito que te faça rir Hoje eu preciso te abraçar Sentir teu cheiro de roupa limpa Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria Em estar vivo Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar Me dizendo que eu sou causador da tua insônia Que eu faço tudo errado sempre Hoje preciso de você Com qualquer humor, com qualquer sorriso Hoje só tua presença Vai me deixar feliz Só hoje Paixão Um dia eu aprendi que deveria evitar toda e qualquer paixão. Paixão por homens, paixão por momentos felizes, paixão por prazer, paixão por vontades, qualquer paixão. Mas daí eu pensei: se tudo na vida é efêmero por que não curtir cada paixão que chegar em nossa vida. Seja ela qual for, não importa como ela chega, não importa quando vai embora ou quanto tempo dure, o importante é aproveitar.
domingo, 3 de agosto de 2003
Meu pensamento do dia: "Aprenda uma coisa: o mundo não gira em torno de você. Só quando você bebe demais."
sábado, 2 de agosto de 2003
"Se todas as nossas vontades fossem saciadas o mundo seria um tédio, nada teria reflexão". Anônimo. Saudades Confuso falar sobre esta palavra, ainda mais colocada no plural. Palavra única quando se trata de sentimentos escondidos ou camuflados dentro de nosso corpo ou de nossa mente. Estou sentada por aqui e com sérias dificuldades em me expressar sobre. Olhando para tela do computador percebo que tem um monte de “coisas” e observações que ma caíram por terra ao me referir sobre saudades. Começo a ter saudades do que vivi poucas horas atrás. Saudades de sentir aquele frio na barriga. De ter um mundo só meu diferente daquilo tudo que já senti. Saudade de ter o relógio parado e de poder conceber todas as minhas vontades e desejos. Saudades com “s” tem gosto de quero mais, e daí a solitária sem “s” se vê triste, querendo mais também.
quarta-feira, 24 de setembro de 2003
Ausência Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada. Vinícius de Moraes
terça-feira, 23 de setembro de 2003
Recebi alguns comentários sobre um texto...digamos...confuso que publiquei aqui. Este ai embaixo é de um super amigo...leia...e fique mais confuso também: Estou acrditando que há uma conspiração etérea de indivíduos (quiça espirituais) astrais, estrobostoptikoooquies, e ou coisas paracida, ou talvez não exatamente isto, mais parecido com alguma coisa não exatamente exata, mas que no fim não é pizza, é algo que está lá. Entende? Claro que não, se entendesse não estariamos na dúvida, esta mal explicada, nenhum pouco desejada dúvida. Paradigmas não nos remetem a nada, reflexões só nos causam mais confusão, e que confusão, e quanto a confusão que não seja mental, sinto muito... Há outras confusões orgânicas que podem ser pior, mas não vamos nos confundir mais, ora podemos nos contundir com tantas confusões, já imaginou uma contusão na confusão mental, que pode se tornar mensal; e no seu caso como mulher isto pode se tornar uma sindrome das contusões das confusões dos períodos de emanação sanguínea, onde os hormônios que ejaculam de dentro do seu eu mais profundo, que mexe e remexe com o seu interior orgânico e o seu self, e seu id. Viu como todo este complexo contexto de explanações científicamente alimentado pela capacitada ocioza da criação humana, erectada pela simples capacidade criativa de quem procura não pensar nas confusões (aquela supra citada e explicada)que nos remetem ou pior, quando nos remetem a coisa alguma ou a lugar nenhum. Quer dizer A coisa alguma, a não ser, a energia do pensamento centrípeto na mesmice do objeto pensado ou às forças centrífugas onde neste momento minhas energias se expandem na exata tese de Domenico de Masi ( O ócio criativo) se ocupado estivesse, não haveria confusão, possivelmente haveria tesão, pois é mais uma fonte de energia pensante que me conduz a outra confusão mas com um precedente objeto calculado, o homem, quero dizer com quem ter tesão eu sei, só nao sei a identidade do indivíduo portador da tesão em que me ocuparia para não pensar e exercitar as energias centrífugas e centrípetas onde a inércia é a mantenedora da continuidade desta espetacular força energética. Na contramão da explanação, tendo agora estapafurdiamente a idéia de tentar arrumar o que fazer, paro, porque não continuo, sendo assim encerro a missiva para darte o tempo necessário para ponderar, conjecturar, desconjurar e não precisa jurar, isto é bobagem, o resto fica o dito, não o Expedito, deixemos claro isso! Se escuro fosse, não seria claro, se dia fosse, seria Clara. Wegh! Clara... to fora! Beijos e bom proveito(rsrsr) se for possível.
segunda-feira, 15 de setembro de 2003
“Pros erros há perdão; pros fracassos, chance”; pros amores impossíveis, tempo... Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
(Luiz Fernando Veríssimo)
sexta-feira, 12 de setembro de 2003
Decisões Como é difícil quando se tem que tomar uma decisão. Eu ainda não consigo trabalhar direito isso dentro de mim. Fico tentando adiar ao máximo, mas tem uma hora em que a corda estica tanto que você mais do que ninguém sabe que vai arrebentar. E é exatamente nesta hora que a decisão deverá ser tomada. Nestas horas sinto saudades de ser criança e largar os meus problemas nas mãos da mãe. Que falta me faz. Toma resolve ai! E tudo ficava tão fácil, tão prático. A demora era tão curtinha. As dores eram bem menores. Pra quê crescer? Eu penso às vezes. Crescer te trás dores maiores, quando se é criança as dores são do seu tamanho. Quando crianças ficamos na agonia de trocar para mais o número de velas no bolo. E quando adultos percebemos que era tudo bobeira. Devíamos ter aproveitado mais...muito mais. Devo, aliás, preciso tomar uma decisão que está me corroendo. Eu fico ou vou? Devo correr atrás ou esperar para ver no que dá? “São tantas emoções” citou Roberto, mas no meu caso: “são tantas decisões”.
quinta-feira, 11 de setembro de 2003
Gangsta's Paradise - Coolio Do filme: Dangerous Minds Estou refletindo sobre este barulho. Aliás muito bom barulho. Um protesto, um desabafo, um querer desesperado. Algo que ouvindo ela me trouxe a memória. Vai pra London...logo ali pertinho...um dia eu chego, pode esperar. Com ou sem revolta. Com ou sem neuras. Com ou sem desejo. Com e mul vezes com vontade.
terça-feira, 9 de setembro de 2003
Acho que é agonia a palavra perfeita para aquela tão falada sensação – Saudade. Já falei tanto dela aqui que já somos amigas intimas. Seja no singular ou no plural ela chega e se instala sem ao menos pedir licença. E dói, puxa vida como dói. É dor física, daquelas que você se contorce toda. Sinto muita falta, sinto saudade daquilo que um dia eu deliciei e vivi. Eu não gostaria que tudo tivesse parado, é...parado. Só ficou estático com o tempo. Adormeceu, se acalmou, mas tem horas em que a dita – saudades fala mais alto.
segunda-feira, 8 de setembro de 2003
Dúvidas... Escrevi um texto alguns dias atrás sobre minhas confusões e gerou uma certa ...digamos...confusão. Bem...quero frisar que eu como toda mulher sempre tenho minhas infinitas e sempre presentes confusões. Vou procurar...digo....tentar explicar. Somos "vítimas" de hormônios que nos consomem alguns dias do mês. Então estes dias é melhor nem tentar conversar sobre. Em alguns casos é interessante pegar as tralhas e ir dormir na casa de um amigo, mãe, hotel ou coisa do gênero. Mas, tirando estes dias fatídicos somos "vítimas" de nossas próprias mentes, que muitas vezes insistem em nos deixar complicadas. Não que fazemos isso de próposito, mas é natural....a coisa fui. Se dissermos SIM, queremos na verdade dizer NÃO. Se dissermos NÃO na realidade queríamos ter dito SIM. Agora...meus caros, quando nós dissermos TALVEZ...corram. Fico aqui pensando sobre o tal estigma do SEXO FRÁGIL. Quem foi que disse que somos nós este aí? Pois de frágil só temos talvez só o prórpi termo. Não estou aqui defendendo as mulheres, nem sendo feminista, mas é a mais pura realidade. Quer coisa mais gostosa quando um alguém chega e pede "colo"? Quer coisa mais gostosa ser protegida por um homem? Quer coisa mais gostos fingir que teve um pesadelo só para "ele" te abraçar mais apertado? E quando "ele" vira pra você e diz: você está linda hoje. E é claro você estava sentindo-se horrorosa. E num parto? É cruel aos homens nunca terem ou sentirem algumas das deliciosa sensações que nós mulheres podemos ter o privilégio de ter ou sentir. E outra tantas. Que sexo frágil que nada, nem eu e nem os homens somos frágeis. O deliciosa da "coisa" é a troca.
sábado, 6 de setembro de 2003
Recebi um e-mail hoje, alias dois, um seguido do outro de dois amigos. O conteúdo era o mesmo. Uma manifestação em prol de 11 de setembro. Nele era pedido que fossem doados ou trocados livros que tinham em seus conteúdos palavras que fizeram diferença em nossas vidas. Textos que mudaram de alguma forma nossa forma de pensar e agir. Bem...eu concordo com este tipo de mobilização em prol do cultural e da divulgação de livros. O que me deixa com um grande ponto de interrogação e com uma angústia de inconformismo é que esta manifestação é por uma causas americanas não brasileiras. Não sou a favor também de violências do tipo – terrorismo, bombas e afins, mas aqui na nossa terra existem prioridades e necessidades que vão além de um 11 de setembro. Por que não fazer uma mobilidade dessas em prol das crianças que morrem de diarréia (pois é tem criança morrendo de caganeira por aqui), tem criança morrendo por falta de higiene, de comida, do básico. Não sou contra – volto a enfatizar, qualquer manifestação, mas olhar aqui pro “nosso” eu acredito que seria muito mais útil e verdadeiro. Ë o “nosso” que apodrece sem ter o mínimo de dignidade. É o “nosso”que pede ajudar, mesmo que calado e encontra cara fechada ou mão vazia. É o “nosso” que nada em ou possui para o mínimo de sua sobrevivência. Pensar nisso já seria uma grande e poderosa menção em mudar todo um contexto.
sexta-feira, 5 de setembro de 2003
Insônia Quase 5 da madrugada eu não conseguia fechar meus olhos. A cama parecia ter uma tonelada de pregos pontudos. Tentei leite quente, tentei mais alguns cobertores, tentei música, tentei não pensar nas deliciosas horas que haviam se passado. Tentei, tentei e tentei. Em vão. Nada do que eu faria, permitiria que meus pensamentos sumissem. Eu ainda não descobri qual é o “poder” ou uma palavra vizinha, tem ou exerce sobre meu corpo e espírito. Um misto de enjôo e prazer inexplicáveis. É estranho falar que alguém pode te proporcionar tamanha confusão mental (se é que existe outra). Como é que sensações sentidas e vividas podem deixar seu sangue muito mais quente? Derramando com a rapidez de um jato d’água. São pensamentos que se materializam em meu corpo, dando lugar a uma pessoa que ainda eu mesma não tinha me apresentado. Muito prazer! Seja bem-vinda. Mas se vai me confundir, então caia fora. Pegue suas tralhas e desapareça. E o que eu faço com todo o desejo? O que faço com toda vontade? Desejos e vontades se confundem também. Mas é uma das confusões mais deliciosas que já me proporcionei.
quarta-feira, 3 de setembro de 2003
Sei lá... Acredito ter descoberto os por quês de um cachorro ficar girando, correndo atrás do próprio rabo. Penso que é uma busca constante de achar a si mesmo. Profundo? Nem tanto. Ando ultimamente com essa mesma vontade ou sensação. De correr atrás do meu próprio rabo. O único problema é que não tenho o dito. Tudo, mas tudo que faço ultimamente cai na mesma. Viro, viro, viro e acabo parando no mesmo ponto. Até parece que este ponto é uma circunferência. É complicado? Filosófico demais? Que nada. Pare e pense comigo: as mesmo tempo que quero uma coisa, desejo outra com todas as minhas energias, mas sempre acabo terminando numa terceira coisa. Fica difícil explicar com detalhes, pois deveria ser com minuciosos detalhes que eu deveria explicar e tomaria alguns dias, então esquece. Se tudo isso te deixou confuso, imagine como minha cabeça está hoje. Dá licença vou pegar meu cachorro de pelúcia e voltar pra cama.
terça-feira, 2 de setembro de 2003
Deus e o Diabo Alguns desenhos assistidos quando criança tinha sempre um diabinho num ombro do personagem e no outro um anjinho. Pensando sobre isso percebo que é a mais pura verdade. Só que na realidade. Por que será que em alguns momentos esses dois insistem em vagar pelos nossos ombros? E o que é pior eles fazem nossa cabeça surtar, querendo ora uma coisa, ora outra completamente diferente. Insanidade? Loucura? Uns dizem que é anjo da guarda, outro que estamos possuídos por Lúcifer. Eu já acredito que nossa consciência falando mais alto. Mas tem hora que cansa. Um exemplo simples é quando paramos em frente a uma vitrine recheada de coisas lindas (olha o consumismo falando batendo forte). Daí chega o tal diabinho e cochicha no ouvido esquerdo: compra! Entra, vai, só um pouquinho. Já no outro ouvido o tal anjinho pondera: você não terá fundos mês que vem, tenha calma, respire fundo e vá embora. Que ser humano não ficaria enlouquecido com esses dois, gritando, falando, reclamando e querendo coisas completamente opostas? Da próxima vez coloco esparadrapo na boca dos dois e resolvo o que fazer sozinha.
segunda-feira, 1 de setembro de 2003
Folder ou Fo... Na verdade tem dias em que a gente para, olha e sente que realmente dveria ter ficado na cama. Tudo bem que o frio que está fazendo em S.Paulo ajuda, mas dias como o de hoje, eu dispenso. Ou eu tenho tolerância zero ou algumas pessoas são antas mesmo. Recebi um folder com alguns nomes, digamos inusitados, sobre cursos mais inusitados ainda. Para começo de conversa eu só li o tal, pois me chamou a atenção, pois é de ma entidade conceituada e pelo formato diferenciado de outros milhares de folders me caem nas minhas mãos. Logo no início li um imenso curriculum, dos mais rebuscados que já vi. Graduação pela melhor universidade Espanhola, mestrado nos USA, doutorado em Londres, e quase a página inteira de cursos e congressos. Empolguei-me ainda mais em ler o restante. Mas, ao correr meus olhos pela lista de cursos, percebo que tantos anos dispensados ao exercício do conhecimento foram jogados na lata do lixo. Tinha uma lista monumental: “disperte a onça feminina que existe em você”; “deseja um homem? Descubra como”; “traçe seus desejos mais insanos e coloque-os em prática”; “pompoarismo, a arte de segurar seu homem”; “coloque para fora seu mais interno EU”. E outros tantos que me nego a escrever aqui. Fico pensando em quê um “Ser” com o curriculum que apresenta se presta a fazer cursos desse tipo. É um desperdício de conhecimento? Ou a crise assola também a mentes brilhantes do país? Confesso não ser brilhante como o curriculum do folder, mas quem sabe criando “cursos” desta categoria eu não consiga o que desejo. É uma possibilidade a ser pensada.
quinta-feira, 23 de outubro de 2003
Tenho alguns amigos me enchendo dizendo que eu ultimamente só escrevo agressões, desabafos, grosserias e afins (eu acho que não é verdade)...mas vou tentar me redimir. Estava eu andando por uma pequena estrada de terra, de chão batido, linda, florida, verde de todos os tons dos dois lados. Chovia uma garoa fina, gotas que ao cair no chão erguiam o cheiro fresco e gostoso de terra. Tirei meus sapatos, queria pisar, sentir a deliciosa sensação da terra em meus pés... É isso que o povo quer ler?? Então vou me aposentar. Não ando com espírito bonzinho e canônico para digitar belas palavras. A podridão lá de fora me irrita, corrói minha alma, tenho vontade de gritar...e o FP (...não confundir com Fernando Pessoa), do visinho desperdiça água há mais de 40 minutos contados no meu relógio. Egoísmo ou pura falta de consciência. Pêra ai que eu vou descer e reclamar... ...20 minutos depois...e não é que o infeliz nem sabia o que significava a palavra consciência – CONCENCA, segundo ele. Eu mereço...
quinta-feira, 16 de outubro de 2003
To Irritada Ando muito irritada com uma raça que ao meu ver anda em extinção, aquela que andam de duas patas, falam, comem e até pensam – o Ser Humano. Não conheço algo mais arrogante, ignorante, egoísta, mal educado e muitos outros adjetivos que agora na hora da raiva não me lembro. Muitas vezes tenho vontade de morar numa ilha deserta, só com bichos. Acredito que eles não iam me deixar tão irritada como os humanos. Tem coisas que eu não acredito que acontecem. Andam pelas ruas como se fossem única e exclusivamente deles, nunca, mas em hipótese alguma pensam nos outros, ou em quem vem atrás ou ao seu lado. Comem feito porcos sem se importarem com quem não tem nada pra comer, ou falam e atropelam tudo e todos sem dar a chance do outro se expressar. Solidariedade? Que isso? Tem gente que só se lembra de exercitar essa palavra quando um outro alguém o fez primeiro. Ou para se mostrar mesmo, se exibir diante de um outro alguém. Ser Humano deveria ser patenteado antes de se projetado. Pois assim viria com regras e conceitos prontos e pré-determinados, avisando que se não “funcionar” como deveria poderá ser desativado. A ISO e o selo de validade também deveriam fazer parte do Ser Humano, este “produto” de consumo. Ta bem que eu também faço parte desta categoria, mas tem horas em que fico muito irritada com os meus semelhantes. Apenas um desabafo....
quarta-feira, 15 de outubro de 2003
Fora do mundo O ser humano realmente é muito complicado. Deturpa quase tudo o que olha, vê e ouve. Tem gente que julga pelos 5 segundos de erro que você cometeu e não pelo que você participou por uma vida inteira. Credo!! Fico muitas vezes com vontade de sair do Brasil, mas acredito que este tipo de ser humano tenha em toda parte do mundo, então fico com vontade de sair do mundo. Morar fora da Terra? Será que lá eu também não vou encontrar alguns marcianos ou uranianos que também agem de forma deturpada. Será que sou eu a complicada ou sou eu que tenho que mudar e começar a pensar de forma diferente e não sempre como Poliana?
domingo, 30 de novembro de 2003
Certos e Errados Algumas coisas realmente não dependem da gente. O bem estar do outro; os gostos alheios; a opinião emitida sobre um fato; as vontades, entre outras tantas. O que mais me incomoda é não ter o PODER de mudar isso. Não que eu me sinta a toda poderosa, senhora do bem e do mal, mas tem tanta coisa que me incomoda e ao mesmo tempo me impaca, me impede de fazer algo que acho que é válido ou certo. Coisas que acredito serem desagradáveis para transformar algo que acredito ser prazeiroso. Só que tem horas em que não posso, ou não detenho todo um poder para dar o aval ou bater o mertelo "autorizando" a coisa ruim a ficar em coisa boa.
quinta-feira, 27 de novembro de 2003
Tanta discussão....pra quê??? Não vai dar em nada como sempre. Discutir qual a melhor idade para se “pagar” pelo crime cometido. Falasse tanto nesta redução da maioridade que de novo vai acabar em pizza. Cada vez mais menores de idade, ou melhor, menores de 18 anos, cometem crimes bárbaros. E quando são pegos nada acontece além do fato de alguns irem para a FEBEM. E daí? Cadê a punição? Fico me perguntando se houvesse uma prisão onde os “residentes” trabalhassem durante o dia em coisas produtivas como: lavoura ou trabalho braçal. E com remuneração é claro. É claro também que esta remuneração fosse transferida TOTALMENTE para a conta daquelas pessoas que foram lesadas pelo mesmo. Mas, aqui na nossa Pátria Amada e Adorada nada acontece. E sem contar com os tais Direitos Humanos. Eu me pergunto: onde estavam eles quando inocentes e indefesos foram mortos ou violentados? Direitos Humanos? O que realmente significa isso? Penso sobre isso cada vez que ligo a TV, leio jornal ou internet e me jogam a realidade olhos e garganta adentro. Nada que façam vai mudar o que está acontecendo com o Brasil, violentamente falando. Ficar “blablaniando” sobre isso ou aquilo é perde tempo. E olha que os ministros, deputados, vereadores e afins é o mais têm. E daí? Eu me pergunto de novo sobre os tais Direitos Humanos. Pra quem foi feito ou criado? O assunto nunca vai se esgotar enquanto for só discutido com palavras. E mesmo quando for passado para o papel e não cumprido socialmente nada irá mudar. Infelizmente tanta discussão...pra quê??
segunda-feira, 10 de novembro de 2003
E se... E se a mesa se chamasse banco, e o banco se chamasse perna, e a perna se chamasse dedo, e o dedo se chamasse blusa, e a blusa se chamasse arroz, e o arroz de chamasse vidro, e o vidro se chamasse caneta, e a caneta se chamasse mesa. Complicado pensar assim. Dessa forma deveríamos rever a existência da vida, do ser, de tudo o que nos cerca. Acordei assim hoje, querendo saber os porquês da vida e de tudo que me cerca. Fico nesta louca indecisão de ser ou estar e fico querendo saber o tanto mais de tudo. Fico com vontade mais do que posso e desejo. Fico assim...assim...Nasci para questionar, mesmo coisas que nem sempre são questionáveis. Mas para mim tudo é questionável, mesmo o que é mais esdrúxulo, o mais anormal de tudo. E se eu tivesse escolhido outra coisa pra fazer na vida, e se eu tivesse nascido homem, e se eu tivesse nascido baixinha, e se eu tivesse três filhos, e se eu tivesse saído de casa mais cedo, e se eu tivesse feito isso ou aquilo, e se...penso sobre e reflito sobre minha vida...e se...
segunda-feira, 3 de novembro de 2003
Tá difícil... Tem horas em que duvido de que sou mulher, mas ao mesmo tempo sei que não sou homem. Pelo menos na minha certidão está escrito: sexo feminino...blá...blá...Muitas vezes me abstenho das “frescuras opcionais femininas”. Ai meu cabelo ta horrível; minhas unhas estão um lixo; amei esta cor!; com que roupa eu vou. Devo ter sido trocada em algum lugar. Um dia eu descubro. Não que eu não me sinta mulher, mas tem horas em que eu não me vejo mulher. É complicado. Mas vou desabafar: tem horas em que a “função” – mulher é um porre. Quem foi que inventou a porcaria do soutien, que só serve pra apertar a gente. Menstruação? Pra quê serve? Quem é que determinou que as mulheres para serem sexy precisam usar roupas curtas, justas, transparentes ou mostrar algo a mais. E o tal ginecologista? Bom este é um capítulo a parte. Agora venhamos e convenhamos ser homem também não deve ser fácil, quem é que consegue sentar com “aquilo” entre as pernas – deve atrapalhar se fechar e incomodar se sentar direito. Acho até que é por isso que os homens se espalham e não sentam. Agora, que os homens são uns privilegiados em fazer xixi em pé...ahhh...são – ohh inveja. Coisa complicada este assunto – homem e mulher. Fico sempre me achando um ser inanimado ou um ET. A minha vontade de ir embora para uma ilha deserta continua, ainda não passou...se é que vai.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2003
Minha mensagem a você... Neste ano pensei em escrever algo diferente como mensagem de final de ano. Pensei em colocar flores ou bichinhos enfeitando meu texto. Pensei em fazer um texto específico para cada um. Pensei em ligar pra todo mundo que gosto e sinto falta. Pensei em tanta coisa que acabei esquecendo que esse tal de final de ano a maioria das vezes é um pouco hipócrita ou até mesmo injusto. Tanta gente correndo de lá pra cá talvez querendo recuperar o tempo perdido ou até mesmo querendo pedir desculpas por algo que fizeram ou que venham a fazer. Dizem que é tempo de confraternização, mas, quando observada ao pé da letra esta palavra significa – unir com irmãos; ter os mesmos sentimentos, crenças ou idéias. Daí o fato de eu achar hipocrisia. Primeiro porque nem todos pensam igual, segundo é consumismo e um toque de que vou me “salvar” com este ou aquele agrado. Penso que existem coisas mais importantes. A troca de carinho, de olhar, de pequenos gestos, de um sorriso, um obrigado ou até mesmo um pequeno e simples abraço no decorrer do ano seria de bom tamanho. Aceitar que o outro é diferente de você e que este mesmo outro pode ser muito amado inclusive pelas diferenças é muito difícil e complicado ao mesmo tempo. Neste meio tempo a gente vai aprendendo aqui e ali, transformando erros em acertos, dores em prazeres, rispidez em gentilezas e outras tantas transformações capazes de deixar um simples dia frio e chuvoso num maravilhoso dia quente e com sol escaldante. O simples e óbvio nem sempre é o que enxergamos. Temos a complicada mania de fazer o ruim e o desconfortável serem valorizados. É a política do – tá ruim com, mas pior sem. Por isso neste final de ano dê bola pro simples e para aquilo que está ao seu lado, e que talvez seja muito difícil de olhar. Não se prenda em presentinhos, lembranças, panetone ou montar árvore de Natal por mera formalidade. Diga sim aquilo que você quer. Sim para o que te dá prazer e te deixa vivo. Sim para aquilo que faz seu sangue correr mais rápido. O que eu quero? Eu quero sim e de coração que o próximo ano seja 100% melhor que foi este. Quero sim que você consiga na prática todas as suas vontades e planos. Quero sim que você reflita sobre seus devaneios e desejos, tentando na medida do possível transformá-los em verdadeiros. Quero sim que você seja bem melhor pra você mesmo e que não prometa nada daquilo que será difícil cumprir. Quero sim que você não mude, nunca, em hipótese alguma. Pois é desse jeito que você é especial.
Um 2004 em paz e cheio de amor
Lislei
quinta-feira, 24 de outubro de 2002
DOCE
Era um monte de porcaria junto. Dessas que a gente manda pro estômago sem pestanejar. Aquelas bem doces, deliciosamente doces. Até o cheiro era doce. O aroma do chocolate invadiu minhas narinas e fiquei louca. Minhas mãos começaram a suar. A salivação foi intensa. Eu já me via segurando tudo aquilo. Abrindo a maior bocona. Minhas mãos tremiam em pensar no prazer gustativo que eu estava prestes a me proporcionar. O tamanho daquela apetitosa torta de mousse de chocolate era imenso. Tanto que nem minhas mãos juntas conseguiam preenche-lo. Abri com cuidado. O papel não poderia de forma alguma grudar no doce. Nem o chocolate poderia encostar em nada. Eu a queria assim intacta, pura, imaculada, sem nenhuma deformidade. Neste momento me bateu o egoísmo. Daqueles ferozes. Olhei umas quinhentas vezes para os lados. Não queria dividir nada, nenhum pedaço, por mais ínfimo que fosse. Me preparei para o fato em si como se fosse para um ritual. Encostei num cantinho, daqueles bem pequenininho, segurei com gosto o doce e o levei com as duas mãos a boca. O cheiro veio junto, o aroma era inebriante. O tempo que levei para segura-lo e leva-lo até meus lábios pareciam infinitos. De repente um “anjo” passa correndo e gritando (como ele me achara naquele canto?), pára e fica olhando a beldade que eu segurava nas mãos. Não consegui resistir aquele par de olhinhos negros e ofereci. A boquinha que me parecia minúscula virou um alçapão, devorando toda minha torta. O doce que eu tanto desejei. Fazer o quê...fiquei olhando a criança correr e gritar do mesmo jeito que entrara. Não tive outra alternativa a não ser começar a paquerar outro delicioso pedação de doce.
quarta-feira, 23 de outubro de 2002
Acordei assim...assim Sabe aquela sensação de nó no estômago? Não sabe? Pois é...nem eu sei definir muito bem como ela é. Aquela sensação que faz você ficar se revirando na cama sem sono, querendo que o relógio ande mais rápido. Aquela sensação em que cada segundo toma o tempo de mil horas. Aquela “coisa” que não se sabe o nome. Ela só vem chegando, chegando e chegando...pronto quando você percebe ela já chegou, sentou e pediu uma bebida. É um treco estranho que começa na cabeça pára na barriga faz aquele barulho de oco e cai no pé. Ou talvez seja ao contrário. É uma sensação de tristeza, mas esta palavra é muito forte, então defino como “uma coisa estranha”. Aquele torpor de não ter acordado ainda, mas não se está dormindo. De que você reza para que o mundo termine num barranco pra você ficar encostado. Um estado de não sei. Uma sensação em que as explicações filosóficas e analíticas não se encaixam nela. Uma sensação ou um sentimento estranho, sem nome, endereço, cara ou cor. Uma “coisa” assim, assim...que bate e fica. Tem-se a sensação de que a cabeça está fora do corpo e que este foge do seu controle. É uma sensação de querer ficar sozinha e ao mesmo tempo ficar rodeada de pessoas agradáveis. Vontade de ficar só comigo, se dividir comigo, ser ouvida por mim, ter a minha atenção. Uma vontade de comer algo que não se sabe qual é o paladar. Vontade de fazer as palavras tomarem forma e saírem voando. Uma sensação de não sei. Uma sensação de que se alguém perguntar algo vou demorar séculos para assimilar e responder. Sensação de maresia, lezera, nhaca, ziquizira, gastura, piti, roscofó e outros tantos “adjetivos” para esse “treco”, essa sensação, essa “coisa”. Pois é acordei assim...assim. "Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo o entendimento."
Clarisse Lispector
terça-feira, 22 de outubro de 2002
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector
Um Texto
Pra dizer a pura verdade, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou. Aquelas histórias de seduções foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa. Aquelas frases filosóficas, foram só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual... Na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas! Senta aí, vai! Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem. Quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios. É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia, de que você encontre em mim uma série de imperfeições. Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço. No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa e frágil. Leve demais para enfrentar o vento e, desejando ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer. Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência. Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente... A convicção de independência afetiva? É tudo balela! Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho. Dividir minha alma com alguém. Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões...um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo...Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou! Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade. Administrei minha liberdade. Tomei aviões, bebi whisky, troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido, decidi o meu destino com tanta segurança! Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada. Agora, cá estou eu, trinta e poucos anos e toda atrapalhada, tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual... mas não sei direito o que fazer para agradar. Confesso que isso me cansa um pouco. Queria mesmo era falar de todos os meus medos. "Dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada. Queria te falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aula. Queria falar dessas coisas mais elementares, e te levar na casa da minha mãe, te mostrar meu álbum de retrato (eu, me equilibrando nos primeiros passos), ah, queria te mostrar minha primeira bicicleta. Ela ainda existe! Queria te mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros. Ah, você queria falar alguma coisa? Está bem! Antes, só mais uma coisinha: estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim, que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez.
domingo, 20 de outubro de 2002
PORRE
A da esquerda me olhou. Aquele olhar completamente perdido sem qualquer expressão. A da direita avisou: - estou maus! O que estava na minha frente sorria amarelo com um olho aberto e outro fechado. Percebi que se eu não me mexe-se não conseguiria sair dali para ajuda-los. Mal esbocei um gesto para me levantar lá foi a primeira, desabando todo o aperitivo comido no chão. A segunda veio logo em seguida o terceiro foi no ritmo. Nunca tinha visto tanta gente passando mal ao mesmo tempo. Um campeonato de enjôos e vômitos. Era pura concorrência. Quem seria o primeiro ou a primeira a serem atendidos? Nessas horas os primeiros enfermeiros/amigos sempre estão de plantão. O ritual começou. Cadeiras foram afastadas. Os vizinhos de mesa iam aos poucos se retirando...talvez de nojo. Os garçons em plena solidariedade traziam água e de quebra a conta...talvez pressa de botar a gente pra fora. No local foi instalado um mini ambulatório. Saiu Epocler e Engov de algum canto que nem pude identificar qual. Eram milhares de copos d´água na minha frente e alguém dividindo comprimidos e líquidos aos “enfermos”. Era uma situação cômica que eu que via tudo aquilo sóbria. Mal dava tempo de acudir um/uma e lá vinha outro/outra desabando o fígado para fora do corpo. Acredito até que no local deste órgão deveria ter sido colocado um bilhete – volto já. É incrível as nuances de cores que o ser humano consegue atingir no estado etílico. Vai do amarelo canário, passando pelo azul celeste, cruzando com um tom de branco gelo até atingir o verde bebê pálido. A expressão de alguns habitantes daquele boteco eram de incredulidade. Outros sussuravam e não desgrudavam os olhos de nossa mesa. Muitos ficavam fitando a cena com aquele velho e bom olhar de reprovação. Os mais nervosos chamavam os garçons e reclamavam. Paciência. Criticar é muito fácil. Só que me parece o cúmulo da hipocrisia. Quem nunca tomou um porre homérico que atira a primeira pedra.
sexta-feira, 18 de outubro de 2002
Três, quatro, cinco... De repente apareceram três, quatro, cinco...ou sei lá quantos seguranças. Surgiram do nada. Foram agarrando e socando sem falar absolutamente nada. Três, quatro, cinco..., pura covardia. Pulei em cima de um, eu queria defender ou quem sabe diminuir as pancadas que ele recebia. Três, quatro, cinco...Como as palavras em alguns casos não são valorizadas?. Como podem três, quatro, cinco...todos de uma vez só avançarem contra uma só pessoa?. Pulei em cima mesmo. Fui tentar competir com três, quatro, cinco...trogloditas. Eram três, quatro, cinco...ignorantes, fazendo violência. Acredito mesmo nisso que a violência se faz. Ninguém age com violência e sim faz a própria violência. Nesta hora gritei feito louca. Pedia socorro, berrava e três, quatro, cinco...agredindo. A minha sensação de impotência era grande. Quem já passou por isso sabe do que me refiro. Impotência por não poder fazer nada. Impotência por querer ajudar. Impotência em ver três, quatro, cinco...Cravei minhas unhas no pescoço de um. Talvez tenha arrancado sangue, talvez tenha deixado marcas profundas. Mas as marcas que ficarão ao ver aquela cena nunca passarão. Sinto dores internas, dores na alma, dores impotentes. Dores que talvez sejam transformadas em aprendizagens, talvez não. A violência dos três, quatro, cinco...se transformaram em pequenos fragmentos de uma vida passados como um filme rodado em câmera lenta. A minha justiça fora abalada, mas a justiça dos três, quatro, cinco...nada sofrera. Talvez a minha concepção de justiça fora deturpada e a dos três, quatro, cinco...fora integra ou vice-versa. Os segundos foram transformados em horas e os três, quatro, cinco...desapareceram, assim como chegaram, levando suas violências e justiças.
“Serei breve, mas não tão breve que a eternidade escape do coração”
quinta-feira, 17 de outubro de 2002
Primeiro ''post'' a gente nunca esquece Demorei tanto pra resolver colocar meu blog no ar que nem eu acredito que ele está aí. Entre ensaios, conspirações e preguiça chega até vocês e a mim mesma....o blog – A escritora. Pode até parecer arrogância ou coisa do gênero mas, eu queria e quero é só ter um “porto” onde eu possa me expressar e descabelar minhas idéias, contos e devaneios. O desejo é um dia me tornar uma escritora...sim este é o meu sonho. É claro que não pretendo me comparar a uma Clarice, Hilda, Anais, Cecília, Maria Clara, Rachel.....estas são únicas e incopiáveis (bela palavra), mas como disse meu amigo Charles – o Chaplin: “...gostaria de ajudar se possível...”. Quem sabe eu consigo. É o que tentarei colocar aqui. Fiquei pensando em como ia começar meu blog....pensei...pensei...e cheguei a conclusão de que vou passar o resto da minha vida pensando. Então decidi falar de uma “coisa” que mantém as minhas crenças em dia - Amizade. Escrevi um texto no dia do amigo (texto abaixo) até cheguei a enviá-lo para alguns, mas nada pode ser compreendido em se tratando desta palavra – Amigo. Tenho o privilégio de ter alguns (é claro que conto nos dedos), mas tenho bons amigos. Eu é que confesso ser relapsa com eles e até comigo. Confesso que já tentei mudar, só que ainda não consegui essa proeza. Quem sabe um dia. Mas, e se eu mudar e meus amigos não gostarem mais de mim...hummm...deixa a minha crise existencial pra lá. São amigos e isso é o que vai importar. Bem...era isso...meu primeiro post. Não sei se vai rolar sempre ou se a preguiça vai me invadir, só sei que vou tentar ser o mais autêntica possível. E prometo para mim que serei menos relapsa comigo e com meus amigos...bom...pelo menos vou tentar. Qual a diferença? 20 de julho - Dia da Amizade Dia da Amizade implica em dia do Amigo? Nem sempre. Amizade aparece a todo momento. É corriqueira. Acontece numa esquina, dentro do ônibus, esbarrando, no trabalho ou escola. Amizade parece ter um ar de genérico, mas Amigo não. Tudo bem que de uma Amizade pode surgir um Amigo, mas o processo é longo, trabalhoso, é um namoro, algo que deve ser saboreado bem devagar, implica em confiança. Um amigo meu me ensinou que a palavra confiar significa “tecer junto; fiar algo junto com alguém”. É belo este significado – confiar. AMIGO é algo assim, você confia e pronto. Sem obrigação. Quando atinge este patamar de “fiação”, sinta-se um privilegiado. E não num simples bom dia e boa tarde ao cruzar na rua. Nem naquelas conversas evasivas ao telefone. Amigo é muito mais profundo. É muito mais que isso. É algo sentido e não falado. Você não vê o outro e sim percebe. É um casamento que deu certo. Amigo não são só colo, baladas e palavras boas. Tem o lado “negro” de se ouvir daquela boca conhecida que você errou. É brigar e soltar os “cachorros” um no outro quando for preciso. AMIGO é um alguém, e um alguém muito especial. Alguém que entra na sua vida por pura opção. Por permissão única e exclusivamente sua. Amigo é o irmão que você escolheu. Amigo sonha, delira e devaneia junto. Amigo não soma mas divide. Divide carinho, compreensão, problema, felicidade e dessabor. Divide o tempo dele com você. Se divide por você. E nessa entrega constante se por um acaso vocês se dividirem pela vida, relaxa, ela sempre o trará de volta, pode acreditar.
segunda-feira, 25 de novembro de 2002
Carinho
Ohh coisa boa que é carinho...aquele que derrete a gente quando uma mão desliza pelo cabelo. Aquele que simplesmente toca o ombro e a gente se sente acolhido. Aquele que vem em forma de palavras, dizendo: - te curto de montão. Aquele que só fica olhando como que cuidado. Aquele que deixa a gente vermelho pois nos pega de surpresa. Carinho é carinho de toda e qualquer espécie, tipo, hora e jeito...carinho é simplesmente bom demais da conta.
quinta-feira, 21 de novembro de 2002
.....nada do que foi será do jeito que já foi um dia tudo passa, tudo muda o tempo todo. A vida vêm em ondas como o mar, num indo e vindo infinito...
terça-feira, 19 de novembro de 2002
Coisas... Têm algumas coisas que não consigo entender. Por que será que tudo o que é bom um dia (rapidinho) termina. Tenho inúmeros por quês a serem respondidos e neste momento nada e nem ninguém (só eu) podem descobrir as respostas, minhas respostas. Penso que a Lei de Murphy funciona diariamente neste mundo. Reflito sobre tudo aquilo que gosto e que perdi, aí descubro que se perdi teve uma causa justa ou não. Aprendo dia a dia que nem tudo é da forma ou do jeito que quero. Aprendo que o Ser Humano é completamente mutável (ainda bem). Aprendo que quando faço comparações ou previsões nem sempre acerto. Parece estranho pensar assim, mas cada vez fica mais e mais claro para mim.
quinta-feira, 14 de novembro de 2002
Vontades...
Vontade de sair por ai semr rumo e sem destino. Vontade de gritar palavras que ninguém entenda. Vontade de botar nos escritos todo e qualquer sentimento. Vontade de detalhar uma luz. Vontade de ter vontade de nada. Vontade de algo esquecido ou perdido. Vontade de não parar mais com minhas mãos ao teclado...Por que será que há momentos na vida que queremos o contrário daquilo que está realmente acontecendo? Por que será que há momentos na vida que desejamos aquilo que nem sequer sonhamos? Por que será que há momentos na vida em que temos fome daquilo que nunca nem sequer passamos perto? É muito louco tudo isso, mas é da loucura que vivemos. É da loucura que nos abastecemos. É da loucura que saciamos nossa fome. Fome de algo que ainda não houve. Fome daquilo tão desejado, mas ao alcançar nem sequer sabemos o que fazer. Fome. Desejos contidos. Vontades insatisfeitas. Pedidos nem ouvidos...
quinta-feira, 7 de novembro de 2002
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem... Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis..." Prendas domésticas Taí uma atividade que me dá trauma. Eu não nasci para prendas domésticas. Cozinhar então....esquece. Quando a receita diz pegue três ovos, separe as gemas, bata as claras em neve, depois junto tudo numa panela e bata. Isso para mim soa igual a eu ter que explicar como é a teoria da relatividade segundo análise Freudiana. Ou seja...nada tem sentido. Pra quê vou ter que separar a gema da clara se no final da receita elas se unem? Transformar alguns ingredientes que estão anotados num papel em algo deliciosamente comestível é muito complexo para mim. Sinto inveja de quem como num passe de mágica consegue botar umas coisinhas aqui outras acolá e bingo...está pronta a refeição mais deliciosa da terra. Na minha concepção culinarista aquele objeto de quatro ou seis bocas, vulgo fogão não tem muita utilidade. Vergonha alguns diriam. Vou fazer o quê? Juro que tento me arriscar ou melhor me aventurar pelo mundo obscuro no cômodo denominado cozinha, mas a natureza é infame comigo. Desastre completo.
terça-feira, 5 de novembro de 2002
Voltei
Uma semana de recesso, descanso, me desliguei do mundo. Fui lamber a cria (como se fala no interior), no meu caso fui me deixar ser lambida...fui a cria. Será que em uma semana consegui “arrumar” minha vida? Tempo é uma palavra estranha. Percebo que a noção de tempo de uma pessoa para a outra é completamente diferente. Eu particularmente acredito ter melhorado com o tempo. Digo deste fisicamente até intelectualmente. Acho que minhas idéias revolucionárias da adolescência tomaram forma e amadureceram. Aquelas que quando eu abria a boca todo mundo me criticava. Aquelas que por causa delas fui taxada de “ovelhinha negra da família”. Aquelas que se eu estivesse na década de 70, seria presa ou exilada. Com certeza essa idéias tomaram forma dentro de mim e muitas delas botei em prática. Todos esses dias tentado tirar 'férias" até de mim, pude sentir que tem um monte de coisas que eu não sei, outras que eu não entendo e outras tantas que eu não posso. Bom...pelo menos consegui descansar. E o que foi melhor de mim mesma.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2002
Acabou?
Lis Carrilo
Que nada....acabou não. O 2002 nem terminou e pensa a maioria que o pobre já se foi. Ainda dá tempo para mandar beijo. Ainda dá tempo para abraçar. Ainda dá tempo para pedir desculpas. Ainda dá tempo para colocar aquele sonho em prática. Ainda dá tempo para dizer: te amo Ainda dá tempo para correr atrás do que você deseja E se você reclama que não tem tempo pra nada. Pare e reflita sobre a palavra tempo. Pode ser uma questão de adaptação, flexibilidade ou até mesmo de você querer. Acredito que na vida basta um querer bem mais intenso do que aquele que você sabe que tem. Acredito que na vida basta uma vontade bem maior do que aquela que você acredita ter. Acredito também que na vida basta você ter um pacote cheio de imaginação para ir em frente. Se 2002 não foi um bom ano, paciência olha o outro chegando. Se 2002 não foi aquilo que você esperava, paciência renove seus planos Se 2002 não lhe foi permitido mostrar tudo o que você sabia, paciência obtenha mais oportunidades. Mas quem acreditar que só ter paciência é o resultado pra tudo, engana-se, vira comodismo. Se mexa. A paciência você pode adquirir, conquistar e até desenvolver. E depois é só cair pra vida e realizar tudo o que você deseja. E eu? Também estou indo atrás da minha. Te desejo um maravilhoso Natal e Ano Novo cheio de muitas realizações. Dia da Lembrança Lis Carrilo 26 de dezembro - Dia da Lembrança. Esqueceu né? Duvido: ...que você esquece aquele chopp gelado quando o calor chega perto. ...que você não lembra de apagar a luz com medo do “apagão” ...que você não abra uma porta para entrar em casa ...que você não se esteja cansado depois de um dia de trabalho ...que você não se sinta incomodado quando buzinam atrás do seu carro ...que uma fila imensa não tire você do sério São coisas simples que você nunca esquece. Sempre são lembradas talvez até por instinto ou pelo piloto automático. No dia da lembrança tem tanta coisa que a gente nem lembra mais, que não se dá conta da importância que essas lembranças podem ou poderiam significar. Mas, o que você lembra quando: ...tem uma noite mal dormida ...uma lágrima que escorre pelo rosto ...vê tanta violência gratuita ...assiste as guerras pela TV ...olha crianças carentes nas ruas ...um amontoado de gente dormindo em baixo de pontes São lembranças que incomodam? Você não precisa se desesperar e lembrar de todos os problemas do universo e tentar saná-los. Talvez precise sim da mesma forma que eu, lembrar especialmente de quem está sempre ao nosso lado: um amigo, um vizinho, nossos pais, um amor, um bichinho, um alguém que já se foi, outro alguém que permaneceu. Você pode lembrar do sol, do barulho da chuva, de um belo arco-íris, do cheiro de mato, do calor de um abraço, de um bom colinho ou até se lembrar do sabor de um beijo. E quem sabe você pode exercitar sua memória, lembrando com muito carinho de um alguém mais que especial - VOCÊ.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2002
Quem não pode mudar a própria contextura do seu pensamento, nunca será capaz de alterar a realidade. Quando falamos que a beleza abandonou o mundo, é sinal que, em primeiro, ela deserdou de nossos corações. O ANEL Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças pra fazer nada. Me dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. - Como posso melhorar? - O que posso fazer para que me valorizem mais? O professor sem olhá-lo, disse-lhe: - Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou: - Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar. - C...Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse: - Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível. O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas. Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse: - Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel. - Importante que disse meu jovem,... contestou sorridente. - Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. - Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda... Volte aqui com meu anel. O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse: - Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel. - 58 MOEDAS DE OURO!!! - Exclamou o jovem. - Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é urgente... O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que ocorreu. - Senta. - Disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse: - Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um "expert". Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor??? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo. - Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem. - "Ninguém pode te fazer sentir inferior sem seu consentimento."
quarta-feira, 4 de dezembro de 2002
Relembrar
Palavra deliciosa de se falar...relembrar...Fico imaginando quantas mil lembranças tenho para colocar em dia. Um bilhetinho recebido, um selinho, um rosto conhecido, uma voz amiga, um cheiro bom, uma família adquirida, um calor qualquer. Entre mil lembranças existem aquelas que nunca, mas nunca sairá da memória, gravam, ficam presas como que tatuadas na alma. E o que é bom demais é que eu relembro detalhes que me fazem sorrir.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Devaneios de... Lis-Escritora às quarta-feira, novembro 21, 2007 1 escreva sobre...
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